Só faltava o Centeno!
Agora dizem que favoreceu os filhos do Kadhafi dos pneus e que se deixou corromper por uns bilhetes para a bancada central do Estádio da Luz.
O Ronaldo das Finanças foi fintado?
Chamem o Vídeo-árbitro!
aqui desde 1999
Está tudo muito indignado porque Trump terá mandado pagar 130 mil dólares í actriz porno, Stormy Daniels para ela ficar caladinha e não revelar que andou enrolada com o presidente norte-americano, já depois de ele estar casado com a Melania.
Cambada de invejosos!
Que queriam eles? Que a Sra. Dona Stormy pusesse a boca no trombone e começasse a publicitar as habilidades sexuais que praticou com o Sr. Trump?
Será que algum dos que criticam o presidente vem para a rua falar sobre as suas tristes vidas sexuais?
Basta olhar para a fotografia da Sra. Dona Stormy para perceber que ela é uma pessoa honesta, capaz de ter amado verdadeiramente o Donald e só aceitou os 130 mil dólares porque compreende que, sendo ele o actual presidente do país mais poderoso do mundo, tendo í mão um botão nuclear maior e mais potente que o do tipo da Coreia do Norte, o facto de continuar a ir para a cama com ela não seria bom para a paz no Mundo.
Se consultarmos a wikipedia, vemos que Stormy Daniels ganhou diversos prémios pelo seu desempenho nos muitos filmes em que já participou. Ganhou por três vezes o Prémio Favourite Breasts, o que não é para qualquer uma, com ou sem implantes – portanto, não precisaria dos 130 mil dólares para nada!
Além disso, a acreditar nas bocas que Donald gosta de mandar í s mulheres, provavelmente, o alegado envolvimento dele com a Stormy não passou de uns apalpões.
Deixem mas é o Donald trabalhar, que ele há de acabar por se enterrar sozinho.
Resumo do episódio desta semana:
Rui Rio anda í procura de casa em Lisboa, desde que foi eleito líder do PSD; enquanto não encontra, está hospedado numa hotel de 3 estrelas.
Hugo Soares, líder do grupo parlamentar do PSD, decide ir ter com Rio e coloca o seu lugar í disposição.
Rio declina e diz que quer continuar a dormir no hotel.
Entretanto, Pinto da Costa exige ir ver os estragos na casa de banho do Estádio do Estoril.
Olhando para a racha na parede, exclama: “Já vi rachas maiores!”
Todos se riem.
A cena muda para um jovem universitário que diz que respondeu a um inquérito sobre a Sida.
Faz parte dos 27% que responderam que achavam que a Sida pode ser transmitida por um talher.
Jura que nunca mais enfia a colher na vagina das namoradas.
Logo a seguir, vemos José Sócrates combatendo os vírus informáticos que atacaram as gravações das escutas telefónicas da Operação Marquês.
Alguém fala ao telefone com alguém mas só se percebe parte do que é dito: “Está… pois…. dinheiro… emprestas… aldrabão…. foge… inconstitucional… porra!”
Sócrates sorri. O seu rosto diz tudo: águas de bacalhau.
A última cena passa-se numa igreja de Nelas, onde um padre ucraniano, casado e com filhos, diz missa.
Será que sobrevive?
Esperemos pelas cenas dos próximos capítulos.
Joyce Carol Oates (1938), é uma escritora norte-americana, autora de diversas novelas, peças de teatro e colectâneas de contos, e que, por várias vezes, fez parte das listas para o Nobel da Literatura.
Este Terra Amarga é um conjunto de dezasseis contos que têm em comum o luto, a perda e a violência das emoções.
Não são histórias fáceis e valem, sobretudo, pelo ambiente que Oates consegue criar com a força das suas palavras.
A última história, que dá o título í colectânea (Sourland) é, simultaneamente, erótica e violenta, contando-nos a história de Sophie, uma viúva de meia-idade que, pouco depois da morte do marido, aceita ir ter com um homem que mal conhece, desfigurado por uma explosão e que vive numa cabana perdida no meio da floresta gelada do Minnesota.
Perturbadoras histórias, no mínimo…
Edição Sextante, 2014, tradução de Susana Baeta.
Aproxima-se a eleição do novo líder do PSD.
Dois jovens se perfilam: Rui Rio e Santana Lopes.
Dois sexagenários cheios de sangue na guelra.
De Rui Rio, sabemos pouco – o mesmo não se poderá dizer do Sr. Lopes.
O Coiso muito escreveu sobre o Sr. Lopes, ao longo destes anos, sobretudo nos poucos meses em que foi primeiro-ministro (esses textos podem ser recordados aqui).
Num desses textos, recordava-se o caminho do Sr. Lopes, até chegar a primeiro-ministro e rezava assim:
“Entretanto, a Visão desta semana publica um artigo em que se traça o caminho percorrido pelo Sr. Lopes, desde que entrou na política até aos dias de hoje.
Para além de três casamentos falhados, que é algo que pode acontecer a qualquer um, eis os cargos por onde o Sr. Lopes já passou: nascido em 1956, entra para o PSD aos 22 anos e, depois de apoiar o regresso de Sá Carneiro ao PSD, é nomeado adjunto do ministro adjunto do primeiro-ministro, no governo de Mota Pinto. Fica lá 6 meses.
Parte então para Alemanha, com uma bolsa de estudos, para se especializar em Ciências Políticas. Regressa menos de um ano depois, sem acabar o curso.
Torna-se assessor jurídico de Sá Carneiro até í morte deste. É eleito deputado e escreve artigos nos jornais, sob pseudónimo, a condenar o governo de Balsemão e apoia Cavaco. Quando o Sr. Aníbal chega í presidência do PSD, nomeia o Sr. Lopes secretário de Estado da Presidência. Está com 31 anos. Candidata-se a deputado ao Parlamento Europeu, é eleito, farta-se de faltar í s sessões e regressa dois anos depois, sem ter acabado o mandato.
Cria o PEI (Projectos, Estudos e Informação) e lança a revista Sábado, com Joaquim Letria como director. Compra o Record e o Diário Popular, lança a Radiogest e O Liberal, com Maria João Avilez como directora; esta é afastada pouco depois, sendo substituída por Freire Antunes (que fica lá menos de dois meses), Fernando Seara e Francisco Sousa Tavares. Da Sábado, afasta Letria e convida Miguel Sousa Tavares. Pouco depois, desiste da PEI.
Em 1990, Cavaco nomeia-o secretário de Estado da Cultura, com as consequências que todos sabemos. Em 1994, demite-se, quando percebeu que o cavaquismo estava a dar as últimas. Concorre í presidência do PSD, contra Fernando Nogueira e Durão Barroso, em 1995, e perde.
Torna-se, então, presidente do Sporting, durante nove meses!
Concorre novamente í presidência do partido, contra Marcello Rebelo de Sousa, e perde.
Em 1997 ganha a Câmara da Figueira da Foz. Em 2000, suspende o mandato e candidata-se í presidência do PSD, contra Durão Barroso e perde!
No ano seguinte, ganha a Câmara de Lisboa, que abandona, a meio do mandato, para ocupar o cargo de primeiro-ministro.
Vai ou não vai ser mesmo um fartar de rir?!…”
Não foi – ou aliás, foi, mas por pouco tempo.
Aguentou-se pouco mais que 7 meses. Jorge Sampaio demitiu-o e dissolveu a Assembleia.
E depois disso?
Vejamos:
Em 2005, concorre como líder do PSD contra José Sócrates e perde, enquanto o PS consegue a sua primeira maioria absoluta da História.
Durante dois anos, andou por aí e, em 2007 e 2008, sendo Filipe Menezes líder do PSD, dirigiu a bancada do PSD na Assembleia.
Em 2008, candidata-se a líder do PSD e perde para Manuela Ferreira Leite.
No ano seguinte, candidata-se, novamente, í Câmara de Lisboa, í frente de uma portentosa coligação que englobava PPD-PSD, CDS-PP e MPT-Partido da Terra. Perde para António Costa.
Em 2011, sendo Passos Coelho primeiro-ministro, é nomeado Provedor da Santa Casa da Misericórdia.
E agora, decide concorrer, mais uma vez, a líder do PSD.
Ontem mesmo, aconselhou o adversário a tomar “Rennie, Kompensan ou Alka-Seltzer”, uma vez que está sempre “amargo, azedo e mal disposto com toda a gente”.
Este Sr. Lopes é mesmo um cómico…
A refeição típica do Natal dos venezuelanos é o pernil.
Por si só, isto já é estranho.
A Venezuela importa pernil de Portugal.
Isto é ainda mais estranho.
Que a Venezuela tenha importado, no ano passado, 14 mil toneladas de pernil de porco português, é estranhíssimo!
Que Nicolas Maduro não tenha pago o pernil todo, isso já é normal.
Mas cuidado: Maduro é perigoso e talvez não valha a pena começar uma guerra por causa de uma parte do porco que tem tão pouco para comer!
O ex-ministro das Finanças alemão, aquele simpático senhor com um nome que soa a Xí´ble, terá dito que o nosso ministro das Finanças, Mário Centeno, era o Ronaldo das Finanças.
Os jornalistas exultaram.
Tudo o que tenha a ver com o Ronaldo é motivo de Orgulho Nacional, com maiúsculas.
Desde a D. Assunção, do CDS, ao bisaví´ Jerónimo, passando pelo Costa Concórdia, pela menina Catarina, pelo loquaz Marcelo ou pelos diversos líderes do PSD – todos acham que o Ronaldo é o símbolo da pátria, o exemplo a seguir, o testemunho de Portugal no mundo.
Já no que respeita ao Centeno, a coisa não é tão consensual.
O Xí´ble pode achar que o tipo é o Ronaldo das Finanças, mas a D. Assunção acha que ele não é nada de especial, tem um corte de cabelo que já não se usa e devia ter usado aparelho nos dentes quando era adolescente; o bisaví´ Jerónimo pensa que ele, o que quer, é perpetuar uma moeda única que não vale nada e que devia ser substituída pelo rublo, essa sim, uma moeda patriótica e de esquerda; a menina Catarina continua a dizer que podemos renegociar a dívida e pagá-la, por exemplo, em tampas de plástico, caricas e outros produtos reutilizáveis; os diversos líderes do PSD detestam todos o Centeno, mas ainda se detestam mais uns aos outros, pelo que não sabemos ao certo qual é a posição do Partido.
Em resumo, se o Centeno não é eleito chefe do EuroFin, o Costa não tem outro remédio senão transferir o Ministério das Finanças para o Porto, como vai fazer com o Infarmed!
Vinte anos depois de O Deus das Pequenas Coisas, esta escritora indiana publica o seu segundo romance, recebido com aplauso generalizado.
Não posso dizer que não me agradou, mas confesso que estava í espera de algo diferente.
A primeira parte do romance, aquela que se centra sobre a personagem de Anjum, um(a) hijra, um homem que se sente mulher e se comporta como tal, é avassaladora. Alguém diz que faz lembrar os Cem Anos de Solidão. Não há dúvida que é uma escrita torrencial, com descrições arrepiantes da Índia. Estive em Nova Delhi e Agra durante dois dias, há quase 15 anos mas, pelas descrições de Roy, as coisas parece que continuam na mesma.
Depois, o romance centra-se muito nos problemas de Caxemira e na sua luta pela independência, pelos ódios entre muçulmanos e hindus, e penso que perde gás.
Roy traça um retrato nada simpático da Índia, dos seus ódios internos, do sistema de castas, da degradação, da porcaria.
Nas páginas 113 e 114, da corrupção:
“O verão da ressurreição da cidade, tinha sido também o verão das fraudes – fraudes do carvão, fraudes do ferro, fraudes de habitação, fraudes de seguro, fraudes postais, fraudes de licenças telefónicas, fraudes imobiliárias, fraudes das barragens, fraudes de irrigação, fraudes de armas e munições, fraudes de bombas de gasolina, fraudes de vacinas contra a poliomielite, fraudes das contas da electricidade, fraudes dos manuais escolares, fraudes dos profetas, fraudes de auxílio í seca, fraudes de matrículas de automóveis, fraudes de listas de eleitores, fraudes de cartões de identificação – nas quais políticos, homens de negócios, homens de negócios-políticos e políticos-homens de negócios tinham arrebatado quantias inimagináveis de dinheiros públicos”.
A Índia é um subcontinente e a bagunça de etnias, castas, interesses políticos e económicos, é de tal ordem, que admira que, sendo também uma potência nuclear, ainda não se tenha desencadeado nenhum conflito í escala universal.
Sobre Caxemira, escreve Roy:
“Que nenhum de nós, os que lutavam por ela (Caxemira) – caxemirenses, indianos, paquistaneses, chineses (também têm um pedaço dela: Aksai Chin, que fazia parte do velho reino de Jammu e Caxemira), ou, na verdade, panhadis, gujjars, dogras, pastós, shins, ladakhis, baltis, gilgitis, purikis, wakhis, yashkuns, tibetanos, mongóis, tártaros, mon. kowars – nenhum de nós, santo ou soldado, tinha o direito de reclamar para si a beleza verdadeiramente celestial daquele lugar”.
Na minha curta visita a Nova Delhi, numa alucinante viagem de autocarro até Agra, vi centenas de pessoas vivendo nas bermas da estrada, lavando-se, defecando, comendo, com barracas feitas de plásticos e estacas. Pelos vistos, tudo continua na mesma.
Página 273:
“A alguns quilómetros do sítio onde estava deitada, sem conseguir dormir, três homens tinham morrido esmagados na noite anterior, depois de um camião se ter despistado na estrada. Talvez o condutor tivesse adormecido. Na televisão diziam que os sem-abrigo, no verão, estavam agora a dormir í beira de estradas com muito trânsito. Tinham descoberto que os vapores dos escapes dos camiões e autocarros que passavam eram um repelente de mosquitos eficaz e os protegiam do surto de dengue que já matara várias centenas de pessoas na cidade.”
É esta a ideia com que fiquei da Índia, se é que se pode ficar com uma ideia de uma nação tão imensa como a Índia em apenas dois dias.
Em resumo, Arundhati Roy escreveu outro grande romance, mas não me tocou muito.
Entre 1974 e 1977 fui jornalista. Com carteira profissional. Trabalhei na redacção do Telejornal da RTP. Naqueles tempos conturbados do post-25 de Abril, fui sub-chefe de redacção, responsável pela última edição do Telejornal, que ia para o ar já depois da meia-noite.
A 28 de Outubro de 1977, já com o curso de Medicina terminado, deixei a profissão. Organizaram-me um jantar de despedida, no restaurante “O Jacinto“. Presentes cerca de 50 jornalistas da RTP (Hélder de Sousa, Cesário Borga, José Eduardo Moniz, Adriano Cerqueira, Mário Cardoso, Avelino Rodrigues, Nuno Vasco, Bessa Tavares, Pedro Luís de Castro, Sarsfield Cabral, Carlos Albuquerque e muitos outros.
Fiz um discurso, claro.
Do alto dos meus 24 aninhos, zurzi nos jornalistas, como correias de transmissão do Poder.
O discurso terminava com esta frase:
“Espero que um dia destes, os jornalistas constituam uma espécie em vias de extinção. Paulatinamente, serão substituídos pelos mensageiros da correspondência colectiva”.
De certo modo, estava a antecipar as redes sociais, e não podia adivinhar que elas poderiam ser tão más ou piores que os jornalistas…
Tudo isto vem a propósito do título de primeira página do Expresso de ontem.
Os tipos da página Os Truques da Imprensa Portuguesa têm desmontado, com eficácia, coisas semelhantes, mas elas não param!
Portanto, segundo o título do Expresso, António Costa deu 1200 milhões de euros ao PCP e ao Bloco de Esquerda!
Mas onde é que isto já chegou?!
Os partidos da chamada geringonça já negoceiam milhões entre eles?
Logo no subtítulo, ficamos a saber que desses 1200 milhões, metade vai para os pensionistas que, como toda a gente sabe, são todos do PC ou do Bloco…
Vejamos então o que diz a notícia, no interior do jornal:
“As cedências do Governo aos partidos de esquerda vão custar cerca de 1200 milhões entra 2016 e 2019. Este valor corresponde ao acréscimo de despesa (ou diminuição da receita) acumulado durante os quatro anos de legislatura perante o que estava originalmente previsto pelo PS. É um montante que corresponde a cerca de 0,5% do PIB mas que, na prática, acaba por não ter grande impacto orçamental já que está diluído por vários anos e, além disso, o crescimento económico tem batido as expectativas iniciais.”
Se um tipo ler só o título, fica indignado com o facto do Costa andar agora a dar milhões aos parceiros da geringonça e depois, afinal:
Sendo assim, qual é a grande manchete do Expresso de ontem?
Porra nenhuma!