Oitavos de final

A selecção cumpriu a sua obrigação e está apurada para os oitavos de final do Mundial de futebol.

Esta afirmação é importante porque, muito provavelmente, ainda ninguém reparou nisso – já que os órgãos de comunicação social enchem os telejornais com notícias sobre o triatlo e o andebol, e raramente se dignam a falar dos nossos queridos futebolistas.

O percurso da selecção, nesta fase de grupos, foi limpo, com três vitórias: um pobre 1-0, contra Angola, um sofrível 2-0, contra o Irão e um lisonjeiro 2-1, contra o México.

Mas é um futebol muito maçador, muito calculista. Hoje, na segunda parte do jogo, ia adormecendo, tal era a pasmaceira: Petit para Tiago, Tiago para Maniche, Maniche atrasa para Meira, que passa a Paulo Ferreira, que entrega a Petit, que passa a Tiago…

Scolari é um chato e o futebol da nossa selecção é anestesiante.

Ontem, por exemplo, assisti a um jogo de futebol a sério: Inglaterra-Suécia, 2 a 2, e os tipos sempre a correr, de um lado para o outro, com muitos passes falhados, é certo, alguma atrapalhação, mas sempre na esgalha, sempre com a baliza adversária na mira.

Há dois anos, no Europeu, a coisa começou a aquecer, quando Portugal jogou contra a Inglaterra. Pode ser que agora, no Mundial, a situação também melhore nos oitavos de final e que a selecção, mesmo perdendo, mostre um pouco mais do que sabe fazer.

Entretanto, durante a transmissão do jogo Portugal-México, o comentador da SportTv e o convidado, Fernando Santos, novel treinador do Benfica, iam fazendo contas sobre o eventual apuramento de Angola: se Portugal ganhasse 3-1 ao México e se Angola ganhasse 1-0 ao Irão, passavam aos oitavos, Portugal e Angola. E, como o Brasil também já está apurado, teríamos um Mundial com três equipas a falar português!

Pena que Timor não tenha sido apurado…

Ridículo!

Por que raio não fazem como no futebol americano: os yankees jogam uns contra os outros e chamam aquilo “The World Series”. E a equipa que ganha é “the world champion”. Assim, têm a certeza que o campeão é sempre americano.

Nós podíamos organizar um campeonato só com selecções de países em que o português fosse a língua oficial, e estava o assunto resolvido.

í€s tantas, Angola lá marcou o seu golito, e dizia o Fernando Santos: “podíamos dar uma ajuda a Angola” (marcando o terceiro golo…)

E por que carga de água devia a selecção portuguesa ajudar Angola?

E se fosse o Equador a dar uma mãozinha í  Costa Rica, ou os EUA a dar uma ajuda í  Austrália? Seria um escândalo, não?

Esta nacional-porreirismo é mesmo bacoco!

“When I’m Sixty-four”

Hoje é um dia especial para a malta que cresceu a ouvir os Beatles. Paul McCartney completa 64 anos!

Em 1968, quando saiu o famoso “Sgt Pepper’s Lonely Heart Club Band”, McCarney cantava, ingenuamente: “When I get older, loosing my hair, many years from now”.

“When I’m Sixty-four” era um dos temas do primeiro álbum conceptual da música rock-pop.

Que importância é que isso tem, agora, “many years from then”?

Ai, Paul, estás a ficar velho!…

E, o pior, é que eu, também…

í€ atenção de Correia de Campos

Notícia de hoje: Portugal foi o país da União Europeia em que a poluição por ozono atingiu valores mais elevados, em 2005.

No verão do ano passado, Portugal bateu o recorde de concentração de ozono, com 361 microgramas por metro cúbico, numa hora (o limite máximo permitido é de 180).

Ainda bem que o ministro da Saúde vai proibir o fumo dos cigarros nos restaurantes!

O massacre do Mundial

Gosto muito de futebol.

Dito isto, quero acrescentar BASTA DE MUNDIAL, PORRA!

Um tipo liga a televisão e o que vê, em todos os telejornais, são reportagens idiotas relacionadas com o Mundial e a selecção portuguesa!

Estou farto!

Eu quero lá saber que o Nuno Gomes tenha uma tia idosa que ainda guarda fotografias do jogador, vestido de comunhão solene! Estou-me borrifando para o tio do Hugo Viana, que é dono de um café, e que andou a pintar saudações ao jogador no asfalto das rotundas lá da terra! Estou-me marimbando para o grupo de amigos, emigrados na Alemanha, que vai organizar uma grande festa com sardinhas assadas e bifanas!

Quantos repórteres têm as televisões, lá na Alemanha, para produzirem um trabalho tão idiota, com reportagens estúpidas sobre coisas que não interessam a ninguém?

Não acontece mais nada neste Mundo, caramba?

Acabaram a crise económica, os atentados no Iraque, o conflito israelo-palestiniano, a fome no Darfur, a guerra na Somália? Até o conflito em Timor – esse eterno protectorado da nova democracia portuguesa – passou para enésimo plano!

Neste preciso momento, a SIC está a transmitir uma reportagem feita na feira do Relógio e a repórter, com voz dramática, diz: “imaginem o que seria se todas estas gargantas (as dos vendedores), se juntassem para torcer por Portugal?”

Por favor, tenham dó!

Agora, diz uma vendedeira negra: “oh… isso agora está muito difícil… eu tenho muitos amigos angolanos, eu sou guineense, mas vou torcer por Portugal”

E o que é que eu tenho a ver com isso?

Tirem-me deste filme já!

Mais uma vez, os jornalistas televisivos (e não só), mostram a sua verdadeira face: a da mais completa indigência, da falta de imaginação, da preguiça inigualável – transformando um acontecimento desportivo, sem dúvida importante, num verdadeiro massacre informativo, não separando o essencial do acessório, pondo no ar tudo, mas mesmo tudo, o que vagamente possa ser relacionado com o Mundial!

Chega! Basta!

Felizmente, nós temos sempre a última palavra e todos os televisores têm um botão de on-off.

Há que utilizá-lo e desligar a televisão!

Foi o que eu fiz…

A Austrália que se cuide!

Já viram o desplante dos australianos? Então não é que queriam mandar nos nossos gê-nê-rês? Imperialistas, é o que eles são!

Está bem que chegaram lá primeiro, está bem que os nossos são só 120 e atrasaram-se um bocadinho e depois o avião estava avariado e depois o avião já estava bom, mas não podia aterrar em Díli – mas a GNR lá conseguiu chegar a Timor! E quando as nossas tropas chegam, as outras não têm outro remédio senão vergar-se!

É verdade que os GNR não levaram material adequado, nem blindados, nem bombas, nem as sandes de couratos, nem as mínis, mas basta lá estarem para que todos os timorenses maus fiquem acagaçados (e eu que não sabia que havia timorenses maus!… e eu que pensava que todos os timorenses eram bonzinhos!…)

O que vale é que o nosso ministro Freitas pí´s os australianos em sentido!

Freitas berra mais alto que Camberra!

E se eles não acatarem as nossas ordens, só há uma solução: anexar a Austrália (até não era má ideia… podia ser que a nossa economia desse um pulo, finalmente!)

freitas_timor.jpg

CSI – 3ª série

csi_3.jpgA 3ª série de Crime Scene Investigation mantém a mesma qualidade das anteriores, mas a filosofia começa a mudar um pouco, nos últimos episódios desta série de 2001. Antes, cada episódio limitava-se a apresentar um ou dois casos e o modo como a equipa do CSI os deslindava. Nos últimos episódios, no entanto, começam a surgir alguns pormenores da vida dos principais personagens, de modo a permitir que uma segunda história corra, paralela com o fio principal, que é, exactamente, o estudo das provas.

Desses pormenores, destaca-se a surdez progressiva de Gil Grissom, provocada por uma otosclerose hederofamiliar.

O cenário de Las Vegas, entretanto, tornou-se mais apelativo, depois de lá ter estado, há menos de um mês.

Deslocar a rotina

Hoje, uma doente disse-me que tinha tido uma “deslocação da rotina” (corruptela de “descolamento da retina”.)

E eu pensei: que bom seria, se pudéssemos todos deslocar a rotina.

Cá por mim, deslocava-a para um sítio qualquer, muito longe daqui.

Para um sítio onde não fosse possível sequer encontrá-la novamente.