CSI – 4ª série

csi4.jpgA série de 2003/2004 de CSI mantém a mesma qualidade das anteriores. Novidades, não há nenhumas, nem é preciso, por enquanto. No entanto, penso que os responsáveis pela série terão que arranjar algo de novo, para que a série não caia na rotina.

Penso que o facto de pouco se saber das vidas dos heróis, fora do trabalho, é deliberado, mas, mais tarde ou mais cedo, teremos que saber mais coisas sobre Grissom e companheiros, caso contrário, a série morrerá de morte natural.

Quanto aos extras, atrevi-me a ver alguns e arrependi-me. Não gosto de ver os extras dos filmes e séries. De algum modo, desvendam mistérios que não quero conhecer.

Ficar a saber, por exemplo, que cada episódio tem mais de mil cortes, tira aquela magia de ver as coisas acontecerem, sem interrupções. Não digo que não seja interessante confirmar que, para se fazer uma série como o CSI, é preciso uma máquina complexa, muito bem montada e oleada. Todos sabemos que, em Hollywood, tudo isto é uma indústria, com décadas de experiência. Mas ver o “making of” desfaz o mito. Afinal, fazer série destas é apenas mais um trabalho, na enorme linha de montagem da indústria californiana.

Títulos de jornais

No início da década de 70 do século passado, o diário A Capital, tornou-se conhecido pelos seus títulos de primeira página. Em letras garrafais, a ocuparem quase toda a página, era frequente A Capital titular, por exemplo: “RíPIDO MATA SETE”. Descodificando, o que o jornal queria dizer era que o comboio chamado rápido (que era aquele que só parava em algumas estações), teria sofrido um acidente, do qual resultara a morte de sete pessoas.

A tradição de títulos explosivos manteve-se, embora, mais tarde, A Capital tenha desistido de os usar. Mas teve seguidores, como o Correio da Manhã, o Tal e Qual, o 24 Horas. É o estilo dos tablóides.

Mas esse estilo acabou por passar para alguns jornais de referência, embora suavizado.

Vejamos este título do Público de quinta-feira passada: «Menino Jesus “raptado” pela segunda vez em Faro». Reparem que o jornalista colocou as aspas em “raptado”, e não em “Menino Jesus”. Com isto, quis ele dizer que a entidade “Menino Jesus”, que é algo que não há a certeza de que alguma vez tenha existido, não foi raptado, de facto. Ninguém pode raptar o Menino Jesus, na medida em que ele está no Céu, sentado í  direita de Deus Pai – e já não é menino nenhum: tem, no mínimo, 33 anos.

Afinal, o que aconteceu? Claro que foi a figura do menino Jesus, de um presépio, que foi fanada por alguém, em Faro, pela segunda vez. O título da notícia poderia ser, então: “Roubada figura de um presépio em Faro” – mas o jornalista não resistiu a fazer uma piadinha com o título. Provavelmente, o que poderia ter feito era nem sequer escrever a notícia…

Outro exemplo: «Deco tem simulador de tarifas eléctricas». E o leitor pergunta-se: para que raio é que o jogador do Barcelona quererá um simulador de tarifas eléctricas? Todos os títulos relacionados com a DECO provocam este tipo de confusões. Se o jornalista colocasse DECO em letras capitais, a confusão já não existiria.

Mais um exemplo: «Protesto de sem-abrigo parou Ponte 25 de Abril». O protesto terá parado a ponte ou o trânsito na ponte? Talvez seja só um pormenor, mas…

E já que estava a embirrar com títulos, aqui vão mais uns quantos, todos do mesmo jornal:

«Bush admitiu pela primeira vez que não está a ganhar a guerra» – mas vale tarde do que nunca.

«Governo fecha mais 900 escolas em 2007» – mas afinal, quantos milhares de escolas é que há neste país de analfabetos?

«Estrangeiros obesos deixam de poder adoptar crianças na China» – e se forem obesos homossexuais?

«22 mil funcionários públicos passaram í  reforma até final de Novembro» – onde é que eles estavam a trabalhar, que ninguém ainda deu pela sua falta?

«José Veiga vai processar o Estado português» – isto resolve-se com um almoço com Madaíl?

«Esperança média de vida ultrapassou os 80 anos no Canadá» – atenção: se tens 79 anos, emigra para o Canadá já!

«Operação “Natal em segurança” com menos mortos que em 2005» – os portugueses resolverão este deficit nas próximas horas.

“Notas sobre um país grande”, de Bill Bryson

notassobrepais.jpgLer um livro de Bryson é divertimento garantido. Conhecido como escritor de viagens, este norte-americano tem sentido de humor europeu e enriquece sempre a sua prosa com um estilo divertido.

Neste livro, Bryson juntou as crónicas que escreveu, semanalmente, para a revista inglesa Mail on Sunday’s Night and Day.

Depois de viver muitos anos na Grã-Bretanha, Bryson mudou-se com a família para os EUA e, nestas crónicas, fala-nos da América como se fosse um estranho em terra estranha.

Exemplos:

Sobre a mania que os americanos têm de colocar avisos por todo o lado: “a piscina pública local tem trinta e sete avisos afixados – tinta e sete! – sendo o meu preferido o que diz: «Em cada mergulho apenas é permitido um pulo no trampolim.»

Sobre a importância que os americanos dão ao facto de os carros terem suportes para copos: “faz pouco tempo, o New York Times apresentou um longo artigo sobre os testes que realizou a uma dúzia de carros familiares. Classificou-os de acordo com 10 tópicos, tais como motor, tamanho, espaço no porta-bagagens, comportamento na estrada, qualidade da suspensão e, pois é, número de suportes de copos. (…) Alguns carros, tais como o Dodge Caravan, vêm com 17 suportes de copos! Dezassete! O maior Caravan leva até sete pessoas. Não é preciso ser um físico nuclear, ou até estar bem acordado, para ver que isso dá 2,43 suportes por passageiro. É legítimo que se pergunte porque necessitaria cada passageiro do veículo de 2,43 suportes.”

Sobre a preocupação dos americanos pelos estilos saudáveis de vida: “todas as pessoas que conheço, quase não bebem, nunca tocam em cigarros, vigiam o colesterol como se fossem seropositivos, vão e voltam a correr daqui ao Canadá duas vezes ao dia e vão para a cama cedo. Tudo isto é muito ponderado, e sei que vão viver muito mais do que eu, mas não é lá muito divertido”.

Sobre a informática: “durante muito tempo espantava-me como é que algo tão caro, tão de vanguarda, podia ser tão inútil, e então ocorreu-me que um computador é uma máquina estúpida com capacidade de fazer coisas incrivelmente inteligentes, enquanto os programadores informáticos são pessoas inteligentes com capacidade de fazer coisas incrivelmente estúpidas. Formam, em suma, um par perigosamente perfeito.”

Sobre os políticos americanos e a pena de morte: “não acredito que haja um político na América – certamente nenhum com algum estatuto – que tivesse coragem de enfrentar um sentimento geral desta magnitude (57 por cento dos americanos continuariam a ser favor da pena de morte, mesmo se se descobrisse que um pessoa em cada cem tinha sido executada indevidamente). Tempos houve em que os políticos tentavam mudar a opinião pública. Agora limitam-se a responder a ela, o que é lamentável, porque estas coisas são imutáveis.”

Publicado em 1998, a edição portuguesa, da Quetzal, é deste ano; a tradução é de Miguel Conde.

Sim, Carolina, ó-i ó-ai, sim carolina, ó-ai meu bem

É o best-seller deste natal. Carolina Salgado, ex-mulher, ex-companheira, ex-patroa, ex-amante, ex-namorada, ex-gaja do Pinto da Costa, decidiu pí´r a boca no trombone e escrever um livro, onde conta tudo.

Conta como Pinto da Costa influencia árbitros para que favoreçam o FCP, como manobra os cordelinhos nos bastidores do futebol profissional, como manda sovar quem se interpõe no seu caminho, como pressiona inspectores da PJ, como funciona como uma espécie de Godfather do Norte.

Carolina ressabiada? Certamente… O P. da C. disse que, depois da separação, ela lhe teria exigido meio milhão de euros, em troca do silêncio. Como ele não pagou, ela bufou.

A rapariga limitou-se a escrever aquilo que muita gente diz há muito tempo – e com conhecimento de causa, uma vez que partilhou o leito do Perfeito.

O Procurador Geral da República reagiu e nomeou Maria José Morgado como investigadora-mor destas coisas da corrupção no futebol.

Agora se vai ver se Morgado é cão que ladra e não morde ou se vai, de facto, cortar a direito. Agora se vai ver se o Apito Dourado passa a Apito Acelerado.

Ao longo desta semana, não houve colunista que não escrevesse sobre o livro da Carolina. A ex-partenaire, ex-apaniguada, ex-fiancé, ex-tipa do Pinto da Costa arrisca-se a ter um sucesso superior ao dvd do Gato Fedorento – que também já começa a entrar na rotina natalícia dos portugueses.

Como vivemos em democracia, os bobos da corte vão-se substituindo, mesmo sem intervenção da autoridade.

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Seinfeld – série 7

seinfeld7.jpgJá revimos a 7ª época de Seinfeld, referente a 1995/96. Mais de oito horas de melhor que se fez em televisão, no que í  comédia diz respeito.

A 7ª época gira toda em redor do próximo casamento de Costanza com Susan – e das artimanhas que ele usa para tentar livrar-se desse compromisso. Tudo, menos enfrentar Susan e dizer-lhe, simplesmente, que não se quer casar. No entanto, é a sua mesquinhez que acaba por resolver a situação: decide comprar uns convites ranhosos para o casamento, Susan passa uma tarde a lamber envelopes baratos e morre envenenada! George, Seinfeld, Kramer e Elaine encolhem os ombros e vão tomar um café.

Outros grandes episódios desta série: o nazi das sopas, a espoja anticonceptiva, o calzone. Impagáveis são, também, os pais de George, sobretudo Frank (e ainda não chegou o tempo de “serenity now!”).