Chegou a vez do sexo oral

Um grupo de cientistas engraçadinhos da Escola de Saúde de John Hopkins, Baltimore (a mesma onde se formou o Dr. House), chegou í  conclusão que fazer sexo oral aumenta a probabilidade de se contrair cancro na garganta.

Já não bastava o tabaco e o whisky – agora também já não podemos dar beijinhos da pilinha ou no pipi das nossas companheiras(os)!

Segundo o estudo que os engraçadinhos realizaram, os indivíduos que tiveram sexo oral com um a cinco parceiros, têm o dobro das possibilidades de contrair cancro da garganta, em relação aos que (idiotas!) nunca praticaram sexo oral.

Esta conclusão é um pouco perversa. Quer dizer, se eu já coloquei a minha língua no pipi da minha namorada, tenho o dobro do risco de ter cancro. Portanto, já agora, perdido por cem, perdido por mil: vou mas é colocar a minha língua nos pipis de mais quatro meninas. O risco é o mesmo! Mais é que não! Segundo o mesmo estudo, se praticares sexo oral com mais de seis parceiros, as hipóteses de cancro sobem 250%!

A culpa de tudo isto parece ser do vírus do papiloma humano que, pelos vistos, também se pode transmitir através do sexo oral.

E o mais engraçado (ou trágico?) do estudo, é que os cientistas tiveram o cuidado de fazer um inquérito a todos os indivíduos estudados, a fim de não enviesar os resultados com o eventual consumo de tabaco e álcool que, como se sabe, são os maiores responsáveis por cancros da garganta (ou eram?).

Portanto, agora, para além de termos, em locais públicos, sítios especiais só para fumadores, passaremos a ter, também, áreas restritas para praticantes de felacio e de cunilingus.

Eu tenho andado a avisar…

“Pastoral Americana”, de Philip Roth

pastoralamericana.jpgSeymour Levov, conhecido como o Sueco, é um judeu norte-americano bem sucedido. Na escola, era o ídolo dos colegas, membro destacado das equipas de futebol americano e de basquetebol. Herdou, do pai, uma fábrica de luvas, em Newark, e foi um patrão exemplar, não discriminando empregados, quer pelo sexo, quer pela etnia. Casou com Dawn, uma católica – e aí, teve que afrontar o pai, muito mais ortodoxo do que ele e para quem foi muito difícil aceitar uma nora não judia. Mas Dawn era linda, tinha sido Miss New Jersey e revelou-se uma esposa exemplar, tomando conta de uma quinta, onde criava vacas.

Levov era o retrato do norte-americano feliz e realizado, sempre fazendo “the right thing”. Depois nasceu a filha, Merry e a família viveu feliz e próspera até começar a guerra do Vietnam e Merry, que entretanto chegara í  adolescência, se ter transformado numa militante radical anti-guerra.

Merry levou o seu radicalismo ao extremo, colocando uma bomba na estação de correios que, ao explodir, matou acidentalmente um médico idoso e respeitado em toda a comunidade judaica. Merry passou í  clandestinidade, foi responsável por outros atentados, nos quais morreram mais três pessoas e, anos depois, abraçou a religião Jain, não comendo seres vivos e recusando-se a tomar banho, para não conspurcar a água.

Levov viveu anos de desespero, sem saber onde parava a filha, sem compreender a sua atitude, mas sempre fazendo “the right thing”.

Nem sempre os bons são recompensados, nem sempre a “normalidade” gera “normalidade”, não está escrito, em lado nenhum, que a vida é justa.

Roth é um dos meus escritores favoritos e, neste livro, para além de ser torrencial, como de costume, interpreta muito bem os sentimentos de um homem que não consegue perceber o que fez de errado para merecer uma filha assim. Se calhar, na vida, uma coisa não tem que forçosamente levar a outra.

Com este livro, Roth ganhou o Prémio Pullitzer, em 1998. A edição portuguesa é da D. Quixote, com tradução de Maria João Delgado e Luisa Feijó.

Letra de doente

A famosa letra de médico está a transformar-se em letra morta.

Com o advento dos programas informáticos de saúde, as receitas são passadas no computador e toda a gente percebe a letra do médico que, no fundo, já não é dele – é um “times new roman” qualquer.

A dificuldade, agora, reside em os médicos perceberem a letra dos doentes. Sobretudo, quando recebem papelinhos como este:

odescopia.jpg

“Sr. Doutora pedia o fabor de me passar uma crendencial Odescopia alta com biopecia.”

Um odescopia, o que será? Ainda por cima, alta. E uma biopecia?

Será que odescopia será um exame í  poesia, em forma de odes?

Seria uma ideia interessante: introduzir um endoscópio numa ode qualquer de um qualquer poeta.

Mas não é.

O doente queria escrever algo de muito menos romântico, porém, bem mais incómodo: “endoscopia alta, com biópsia”.

Enfim… letra de doente…

A manifestação esmagadora

Ponto prévio: em 1975 (ou 1976), com 22 (ou 23 anos), também participei numa manifestação, descendo a Avenida da Liberdade, gritando palavras de ordem, até S. Bento.

Hoje em dia, penso que as manifes já não têm tanto impacto como nesses tempos conturbados do PREC.

Alguém se lembra da gloriosa manif dos profes, contra a política da actual ministra da Educação?

Dizem que foi a maior mobilização de sempre dos professores – o que também não admira porque nunca houve tantos professores como agora…

O que conseguiram eles com essa manif, para além de alguns minutos de tempo de antena, nas têvês, e algumas linhas nos jornais?

As manifes passaram de moda.

Para afirmar as nossas convicções, hoje em dia, há que ser criativo.

Foi o que fizeram os apoiantes de Carmona Rodrigues, ao organizarem, no passado dia 6, uma manifestação de apoio ao quase ex-presidente da Câmara.

A manifestação foi convocada através do original email, de ressonância “beatle”, carmonaparasempre@gmail.com (impossível não nos lembrarmos do “Strawberry fields forever”).

O local da manif: a Praça do Município, claro.

Presentes estiveram apoiantes de Carmona e que, segundo o Público, eram “menos de uma dezena de pessoas”.

Isto sim, foi uma inequívoca demonstração de apoio a Carmona. Não foi preciso juntar milhares de munícipes, arregimentados pelo PSD e concentrando-se na capital, vindos dos quatro cantos do país, em camionetas pagas pelo partido.

Bastaram 8 ou 9 pessoas.

Disse Albertina Costa, uma das apoiantes: “valeu mais este pouco tempo que ele lá esteve do que os outros partidos em 30 e tal anos de governo da cidade”.

Disse Otto Czernin, outro apoiante: “foi muito mal tratado pelos partidos políticos, que gostam de ter marionetas e lhe tiraram o tapete”.

Se eu fosse ao Carmona, não me demitia nem í  lei da bala e nomeava a Albertina para Vice-presidente da Câmara e o Otto para os restantes pelouros que vão ficar livres, depois dos traidores todos se demitirem.

Car Mona Lisa

A vida não pode estar a correr melhor a Marques Mendes: foi ele quem escolheu  para candidato do PSD í  Câmara de Lisboa, o homem que conseguiu fazer mais disparates que Santana Lopes: Carmona Rodrigues.

Recordam-se que Santana suspendeu o mandato de presidente da Câmara para assumir o cargo de primeiro-ministro. Carmona ficou na presidência. Mais tarde, Sampaio despediu Santana, que regressou í  Câmara alegremente, enquanto Carmona metia a viola no saco.

E agora, que chegou a vez de ser ele próprio a ser despedido, Carmona esperneia, resmunga e diz que não vai deixar que o deitem borda fora.

E, apesar de tudo, mantém aquele sorriso enigmático.

Um verdadeiro Car-Mona Lisa.

Ingrato.

carmona_mota.jpg

O espectáculo é triste.

Mas já devíamos estar habituados.

Oiçam esta história: Jorge Loureiro (filho de Valentim Loureiro), José Luís Oliveira (vice-presidente da Câmara de Gondomar, de que Valentim é presidente) e Laureano Gonçalves (ex-dirigente do Boavista, de que o outro filho de Valentim é presidente), compraram a Quinta de Ambrósio, em 2001, por um milhão de euros.

A Quinta do Ambrósio estava afecta í  Reserva Agrícola Nacional.

Seis dias depois da compra, os três sócios venderam o mesmo terreno í  Sociedade de Transportes Colectivos do Porto, por 4 milhões de euros!

Posteriormente, a Câmara desafectou a Quinta do Ambrósio da Reserva Agrícola, permitindo a sua urbanização.

Se calhar, estamos a ver mal as coisas.

Se este tipo de negócios (Quinta do Ambrósio, Parque Mayer e Bragaparques, etc) passassem a ser considerados normais, não teríamos tantos autarcas arguidos.

É capaz de ser tudo uma questão de pontos de vista…

“Prison Break” – 1ª série

prisonbreak1.jpgDizer que esta é uma das melhores séries de televisão desta nova vaga dos Sates, já é um lugar comum.

O enredo é apelativo: um tipo assalta um banco de propósito para ser preso e ir parar í  prisão onde está o seu irmão mais velho, injustamente condenado í  morte pelo assassínio do irmão da vice-presidente dos EUA.

Ao ver “Prison Break”, vêm-me í  memória grandes séries televisivas da minha adolescência: “Colditz” e “Mission: Impossible”.

“Colditz” contava-nos as histórias das fugas de militares aliados de um castelo-prisão nazi. Os planos eram sempre quase impossíveis de realizar, os nazis eram mesmo muito maus, mas os aliados acabavam sempre por conseguir fugir de Colditz, graças ao génio e í  organização do comité de fugas.

Em “Mission: Impossible”, uma equipa de super-agentes conseguia sempre o seu objectivo, graças a planos gizados e cumpridos ao pormenor.

Em “Prison Break”, Michael Scofield tatuou os corredores da prisão de Fox River no tronco e nos braços, planeou tudo ao pormenor mas não contou com os muitos imprevistos que podem acontecer numa prisão de alta segurança.

A série é viciante e, tal como “24”, consegue muito do seu suspense í  custa da teoria da conspiração.

Os actores são todos óptimos, a começar por Wentworth Miller (Scofield) que, ainda por cima, se parece muito com o Pedro. Mas todos eles são bons e convincentes. Destaque para Robert Knepper que interpreta T-Bag, um pedófilo viscoso e nojento, que só apetece bater.

No entanto, há algo de pouco credível nesta prisão, onde ninguém fuma, ninguém se droga e ninguém diz um “mother fucker” ou um “cock sucker”. Enfim, a audiência a isso obriga, embora a produção não se importe de mostrar mãos decepadas e outras violências menores. Como todos sabemos, fumar é muito mais perigoso para a saúde, pelo menos, sob o ponto de vista do “politicamente correcto”…

Bonifácio, Camané e o ombro do teu cão

João Bonifácio entrevista Camané, para o suplemento Ípsilon, do Público.

O fadista Camané decidiu fazer um espectáculo, interpretando canções de Jacques Brel, Aznavour e Sinatra, entre outros.

De Brel, Camané interpretou “Ne Me Quittes Pás”.

Recordo parte da letra dessa magnífica canção:

“Laisse-moi devenir/ L’ombre de ton ombre/ L’ombre de ta main/L’ombre de ton chien”

Comenta João Bonifácio: “É das canções de amor mais desesperadas que já alguém escreveu: «Deixa-me ser o ombro do teu cão…»

Camané acrescenta: «Ele queria ser o ombro do cão dela porque queria estar ao pé dela, não queria que ela o deixasse. E nessa fase da canção existe o desespero: nem que seja uma mosca í  tua volta, o ombro do teu cão, qualquer coisa, mas que eu possa estar ao pé de ti.»

O ombro do teu cão?!

Quer dizer: nem o jornalista Bonifácio nem o fadista Camané sabem que “ombre” significa “sombra”!

Desse modo, os versos «deixa-me ser a sombra da tua sombra/ a sombra da tua mão/ a sombra do teu cão», transformaram-se em «deixa-me ser o ombro do teu ombro/ o ombro da tua mão, o ombro do teu cão».

Repito: o ombro do teu cão?!

O jornalista Bonifácio não fez o trabalho de casa, não percebe patavina de francês, não consultou o dicionário e – pior! – não achou estranho que Brel, com aquela sua interpretação sofrida e pungente, estivesse a dizer uma patetice tão grande, como «deixa-me ser o ombro do teu cão».

Por seu lado, o fadista Camané, interpreta uma canção sem se preocupar muito com o que está a cantar; para ele, tanto lhe faz estar a cantar um poema soberbo, como um chorrilho de asneiras. Para ele, é tudo chinês (ou francês, tanto dá…)

Já agora, por que não traduzir “Ne Me Quittes Pas” por “Não Me lixes, Pá!”?

Otelo Alzheimer de Carvalho

Excerto da entrevista de Otelo í  TSF, transmitida hoje e transcrita no DN: 

“Aprecio muito Cavaco Silva. É um homem de grande honestidade e grande rigor. Como cidadão, conforta-me ter um presidente que – além da figura atlética que tem, como ex-corredor dos 400 metros barreiras – demonstra competência técnica e rigor. Estuda os problemas e tem uma forma sensata de ir colocando os seus recados quando deseja fazê-lo.”

Nota 1 – da transcrição das palavras de Otelo, o DN retirou a interjeição “pá”, que ele utilizou 345 vezes.

Nota 2 – “figura atlética”? “ex-corredor dos 400 metros”? Otelo precisa, urgentemente, de iniciar medicação com donepezil (Aricept).

Sugiro começar com uma dose de 5 mg/dia e aumentar progressivamente até começar a chamar nomes a Cavaco!

Benfica, Sporting e Porto – todos iguais?

O Sousa – o benfiquista mais antigo que eu conheço – traçou um cenário interessante para o actual campeonato de futebol: e se Benfica, Sporting e Porto chegassem, ao fim, com a mesma pontuação?

Transcrevo o mail que o Sousa me enviou: 

“Neste momento, o Porto, Sporting e Benfica ocupam os 1º, 2º e 3º. lugares da classificação com, respectivamente, 62, 58 e 57 pontos. 

O Porto vai jogar com o Boavista (fora), recebe a seguir o Nacional, vai depois a Paços de Ferreira e recebe, por último, o Aves.

Se perder com o Boavista (o que é natural), empatar em Paços de Ferreira e com o Nacional em casa  (?), embora ganhando ao Aves, coleccionará no total 5 pontos que, juntos aos actuais 62 pontos, totalizará 67 pontos.

O Sporting vai í  Luz, recebe depois o Setúbal, vai a seguir a Coimbra e, finalmente, recebe o Belenenses. Perdendo com o Glorioso (o que é normal e natural), poderá  até vencer todos os restantes três jogos, somando assim 9 pontos que, somados aos actuais 58, chegará aos 67 pontos.  

Por fim, o Benfica recebe o Sporting e também o Naval e a Académica, a quem terá de vencer. Na penúltima jornada irá a Setúbal conquistar um bravo empate. Conseguirá assim 10 pontos que, com os 57 que já leva na classificação, somarão 67 pontos!  

Temos, pois, no final do campeonato, três clubes com 67 pontos cada.  

Como será definida a classificação final?  

1º. ““ Benfica ““ 7 pontos no confronto com os dois rivais; 

2º. ““ Porto ““ 5 pontos e, finalmente, e como lhe compete, o 

3º. ““ Sporting ““ 4 pontos.  

Tudo é possível. Falta fazer um domingo í  maneira e ao nosso gosto!  

Assim seja.” 

Assim seja, Sousa!

De qualquer modo: viva o Benfica!