Mais um livro curioso do neurologista/escritor Oliver Sacks.
Originalmente publicado em 2007, Sacks fez uma nova edição no ano seguinte, revista e aumentada, incluindo muitos testemunhos que recebeu depois da publicação da primeira edição.
Como médico, confesso a minha ignorância em relação a muitas coisas de que Sacks fala, nomeadamente da importância da musicoterapia no tratamento de algumas doenças neurológicas, nomeadamente, nas demências. Desconheço se em Portugal existem musicoterapeutas, mas parece que nos Estados Unidos, são mais ou menos vulgares, pelo menos em determinados hospitais.
Fiquei a saber coisas bem interessantes sobre ouvido absoluto, savants, doença de Williams, etc.
Como é possível, por exemplo, que doentes amnésicos consigam cantar muitas canções, recordando os versos sem hesitação, para não falar na doente que canta canções em mais de dez línguas, sem saber falar nenhuma delas.
Só um exemplo, retirado da página 220:
“O distúrbio da fala mais comum é a gaguez e aqui – e os gregos e os romanos sabiam-no bem – mesmo aqueles que gaguejam tanto que o que dizem se torna quase incompreensível, conseguem quase sempre cantar de forma fluente e livre e, através do canto ou optando por um discurso cantante, podem muitas vezes ultrapassar ou contornar a sua gaguez”.
Agora que temos um deputada cuja gaguez é, por vezes, insuportável, a Joacine Katar Moreira, deputada do LIVRE, talvez fosse boa ideia dar-lhe este livro a ler e sugerir que passasse a intervir na Assembleia da República, a cantar…