As vacas sempre ocuparam um lugar central na política nacional.
No tempo das vacas gordas, ninguém se lembra delas; vamos comendo e bebendo í fartazana, até que se esgota a mama e as vacas emagrecem.
Depois, no tempo das vacas magras, temos saudades dos bifes e mantemo-nos a ervas.
Não somos indianos, mas a vaca, para nós, é sagrada.
No futebol, quando a bola não entra, é vaca.
A nossa colega, que se deixou engordar, passa a vaca.
Quando viajamos a meias, fazemos uma vaquinha.
A vaca está em todo o lado.
Até o nosso político mais duradouro, tem uma grande admiração pela vaca.
A começar pelo apelido, já que Cavaco tem uma sonoridade semelhante í vaca.
E foi ele que disse, nos Açores, que tinha admirado o sorriso das vacas.
Se calhar, o homem tinha comido queijo “a vaca que ri” ao pequeno almoço e deixou-se influenciar.
Ora, se as vacas sorriem, por que não podem voar?
António Costa acredita que as vacas podem voar.
A oposição faz o trocadilho e diz que, se o António Gosta tanto vacas, passa a António Bosta.
Assunção Cristas diz que foi ministra da Agricultura e que viu muitas vacas e atesta que as vacas não voam.
Se calhar, Sãozinha, elas só voam quando estás de Costas…
Não querendo avacalhar mais o discurso, direi que uma vaca pode voar se lhe der na gana – basta querer.
E contra o querer, nada há a fazer!
Nem que a vaca tussa!