“Corpos Celestes”, de Jokha Alharti (2010)

Jokha Alharti nasceu em Omã em 1978 e venceu o Man Booker International Prize de 2019 com este romance curioso, o que não deixa de ser surpreendente, dado tratar-se de uma mulher, nascida num país muçulmano.

O livro conta-nos a história de diversas personagens relacionadas entre si, todas vivendo em Al-Awafi, uma localidade perto de Mascate, a capital. Está dividido em pequenos capítulos, cada um deles dedicado a uma dessas personagens.

O mais interessante do livro nem são as pequenas histórias de cada uma das personagens, mas sim os usos e costumes de Omã que a autora vai revelando ao longo da narrativa. As crendices ligadas ao parto, à saúde, ao casamento, as orações e as rezas a seres fantásticos, como fugir às suas sentenças, e ainda adoração pelos grandes poetas árabes.

As figuras centrais são três irmãs: Mayya, Asma e Khawla.

Mayya casa com Abdallah, por decisão e contrato entre as duas famílias. Asma casa com Khalid com o único objectivo de ter filhos. Kawla recusa-se a casar por contrato e espera pelo regresso de Nasir, que emigrou para o Canadá.

No entanto, outras personagens são importantes no desenrolar da narrativa, como é o caso da escrava Zarifa e de Qamar, uma beduína muito bela, que se torna amante do pai das três irmãs.

Muito curioso.

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