Agradecimento

Venho publicamente agradecer í  Comissão Nacional de Eleições.

Graças í  sua decisão de obrigar os órgãos de comunicação a dar relevo igual a TODAS as candidaturas, as televisões decidiram não fazer a cobertura das eleições autárquicas.

Mais uma vez: obrigado CNE!

Que injustiça!

Notícia do DN:

«Quatro homens, com idades entre os 33 e os 49 anos, foram detidos em Lisboa sob suspeita de burla, por prometerem í s vítimas que multiplicariam quantias de dinheiro».

Mas isto não é o que acontece com os nosso governantes?

A gente não entrega aos gajos quantias de dinheiro, sob a forma de impostos, que eles prometem multiplicar?

A notícia esclarece: «que os suspeitos convenciam as vítimas a entregar-lhes “grandes somas de dinheiro em notas de euros, normalmente de 50, 100, 200 ou 500 euros”, sob a promessa de que, com “recurso a líquidos e papéis especiais, conseguiriam multiplicar as quantias que lhes foram entregues”».

Enfim, o mesmo que nós temos feito: entregamos-lhes o nosso dinheiro e eles, com recurso a resgates do FMI, BPN’s, swaps e outros estrangeirismos, fazem com que o dinheiro desapareça.

Por que carga de água uns vão dentro e outros continuam por aí?

Quando o telefone toca…

Quando o telefone toca… pode ser o Papa Francisco.

O novo Papa já telefonou a um rapaz italiano, cujo irmão foi assassinado, e a uma mulher argentina que foi vítima de violação.

E agora telefonou a uma grávida, convencendo-a a não abortar.

Diz a notícia: «o Papa Francisco telefonou a uma mulher italiana, que se encontra grávida desde junho, para a aconselhar a não abortar e ofereceu-se para ser padrinho da criança».

A senhora, chamada Anna Romero, 35 anos, está grávida de um homem casado, que pretendia que ela abortasse. Indecisa, Anna escreveu ao Papa, em julho… e ele telefonou-lhe agora, em setembro.

Ora, pelas minhas contas, a senhora deve estar grávida de 4 meses.

Já ninguém lhe fazia o aborto.

O Papa Francisco não arriscou nada, isto é, ao telefonar a Anna agora, 4 meses depois do início da gravidez, o Papa já sabia que ela não tinha abortado.

De qualquer modo, esta história dos telefonemas do Papa, perturba-me.

Tenho recebido, no meu telefone, todos os dias, chamadas de um número privado, que eu faço questão de não atender.

Será o Papa a tentar contactar-me para me convencer, sei lá, a deixar de beber whisky?…

Assustador…

A iliteracia do Tribunal Constitucional

O Tribunal Constitucional considerou hoje que um tipo que já cumpriu três mandatos como presidente de câmara, pode candidatar-se a outro mandato, desde que seja noutro concelho.

Fiquei perplexo.

Ora, a lei diz, textualmente: «o presidente de câmara municipal e o presidente de junta de freguesia só podem ser eleitos para três mandatos consecutivos».

Qual é a dúvida?

Se os presidentes de câmara e de junta só podem ser eleitos para três mandatos consecutivos, por que raio podem candidatar-se a outro mandato, desde que mudem de concelho?

Cá para mim, os juízes do Tribunal Constitucional sentiram-se culpabilizados por estarem a chumbar as leis do Governo e decidiram dar um doce ao Passos Coelho.

Ao deixarem passar esta lei de limitação dos mandatos, os juízes permitem que o Menezes e o Seara se candidatem mais uma vez.

O mais engraçado é que, pela primeira vez, PSD, CDS, PS e PCP estão de acordo com o Tribunal Constitucional!…

(a propósito, sugiro a leitura deste post: De ou da?)

Chapéus há muitos? Palerma!

Chapéus há muitos, seu palerma?

Nem sempre.

O ex-piloto de fórmula 1, Michael Schumacher, assinou um contrato de patrocínio com um banco alemão.

Schumacher compromete-se a usar sempre um chapéu com o logotipo do banco e, em troca, recebe 21 milhões de euros nos próximos sete anos.

Chapéus como este, não há muitos… e palerma, sou eu…

Bush (pai) lamentou a morte de Mandela

George W. Bush (pai) deu, nas últimas horas, as condolências aos sul-africanos pela morte de Nelson Mandela.
 
Trata-se de um gafe do ex-presidente norte-americano.
 
O assessor de Bush já assumiu o erro e pediu desculpas.
 
Quem já morreu há muito tempo foi o próprio George Bush (pai e filho).
 
Só que ninguém os informou.
 
Ainda…

Os piropos não passarão!

O Bloco de Esquerda insiste nos temas fracturantes.

Agora, quer acabar com os piropos.

Duas militantes bloquistas, cujos nomes convém repetir, são elas Adriana Lopera e Elsa Almeida, consideram que o piropo é uma forma de assédio e que o “assédio só pode estar enquadrado na área na violência contra as mulheres, portanto da violência de género ou violência machista”.

Sendo assim, as senhoras pretendem iniciar um debate que, no final, levará í  criminalização do piropo.

Quando isso acontecer, deixaremos de ouvir coisas como:

Â«í“ Catarina Martins, és tão gira a andar de patins!»

ou ainda: Â«í“ Elsa Almeida, pareces uma miúda da Al-Qeida!»

ou ainda: Â«í“ Adriana Lopera, por que você é tão bera?»

Mas há aqui uma coisa que não compreendo: por que raio é que o piropo há de ser só dirigido í s mulheres?

Por que não havemos de ouvir: «João Semedo, deixe-me beijar-lhe a careca, não tenha medo!»

Por favor, Dona Elsa e Dona Adriana, não tornem as nossas ruas ainda mais tristes!

 

“Yoga Para Pessoas Que Não Estão Para Fazer Yoga”, de Geoff Dyer (2013)

Geoff Dyer (n. 1958) é um escritor e jornalista inglês que, entre muitas outras coisas, escreve sobre viagens… e drogas – se bem que as drogas que ele usa (ou usou), lhe permitem algumas viagens, mesmo sem sair do mesmo sítio.

yogaEste livro junta onze textos que, embora sejam sobre diversos locais do mundo, não são especificamente sobre esses locais – e daí o título, até porque o escritor nunca fala de yoga.

Os textos falam-nos do Camboja e de outras regiões do sudeste asiático (com muitos cogumelos alucinogénios pelo meio), de Roma, de Black Rock City, Detroit e da Líbia, mas fala-nos, sobretudo, do autor, das suas angústias, das suas dúvidas existenciais, que são muitas.

Dyer já viajou muito e parece uma pessoas cansada; cansada das viagens, cansada de ser quem é, cansada de tudo – ou então, é pose.

Parece que, para ele, as viagens são um grande frete e pergunto-me: por que viaja, então?

Deve ser pose.

No Camboja, num passeio de barco, Dyer salienta a imundice:

«Vagueando pela água, a menos de um metro do barco, estava um enorme cagalhão humano. Parecia uma grande maçaroca de milho. Não queria ver aquilo mas era incapaz de desviar o olhar. Na verdade, num ambiente que conduzia apenas í  diarreia e í  cólera, a firmeza e o tamanho do cagalhão era um acontecimento colossal – um testamento í  capacidade humana de se adaptar ao ambiente.»

Ainda por cima, parece que tudo se vira contra o homem:

«Eu tenho uma maldição meteorológica. A meteorologia altera-se de acordo com a minha presença. As frentes frias avançam. As áreas de baixa pressão acumulam-se. Chego a qualquer lado e começa a chover. Sou sempre informado que, até ao dia anterior, o tempo estava perfeito. Até ao dia anterior í  minha chegada não caiu uma gota de chuva durante seis semanas, não havia uma única nuvem no céu desde que existem registos meteorológicos. Mas, se eu chegar, chove.»

É pose, claro.

Muito divertido, o texto sobre a Líbia, ainda no tempo de Khadafi.

Um curioso livro de viagens para quem não está para ler um livro sobre viagens.