Vamos convencer o Peixoto?

Carlos Peixoto é deputado do PSD, eleito pela Guarda e, em declarações à Rádio Altitude, explicou por que razão é contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Disse o Peixoto:

«Se estamos a admitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo, então também podemos admitir, pelo mesmo princípio, casamentos entre pais e filhos, entre primos direitos e irmãos».

E entre avós e netos também, não é, Peixoto?

Pena que o teu pai se tenha casado com a tua mãe, em vez de ter casado com o primo Manuel, pá!

Peixoto disse ainda que apesar de ser contra os casamentos entre homossexuais, admite «poder vir a mudar de opinião», se o convencerem.

Vamos convencer o Peixoto, malta?

A teoria de Morales

Afinal, a homossexualidade e a calvície têm a mesma génese. Confesso que nunca tinha reparado que os homossexuais eram todos carecas, assim como ainda não me tinha apercebido que todos os carecas são homossexuais.

Mas quem o diz é esse grande cientista Evo Morales que, simultaneamente, é o presidente da Bolívia.

“Os frangos que hoje se comem estão carregados de hormonas femininas. Quando os homens comem esses frangos, sofrem desvios” – disse o eminente cientista boliviano. Esses desvios consistem, acrescentou Morales, na homossexualidade e na calvície.

É pena que Morales não tenha dito o que acontece às mulheres que comem frangos. Será que ficam ninfomaníacas e desatam a atirar-se a todos os homens que passam por elas – desde que não sejam carecas, claro, porque esses serão maricas.

Parabéns, Bolívia! Tens um presidente como deve ser!

“Milk”, de Gus Van Sant

milkSe eu disser que “Milk” não me aqueceu nem arrefeceu, posso ser acusado de homofobia, mas não é o caso.

Por qualquer razão, que não tem a ver com preconceitos, o filme não me tocou, como outros filmes sobre grupos específicos da sociedade, que são marginalizados.

Notável, de facto, a interpretação de Sean Penn, que lhe valeu, este ano, o óscar para melhor actor. O filme ganhou, ainda, o óscar para melhor argumento original e não se percebe bem porquê, uma vez que se “limita” a contar uma história verídica: a luta de Harvey Milk pela igualdade de direitos dos homossexuais.

A luta dos homossexuais norte-americanos pode ter sido (e ainda ser) uma luta digna da nossa solidariedade mas, neste filme, os poderosos inimigos dos gay são de tal modo caricaturados que o filme não conseguiu convencer-me.