Tenham medo, tenham muito medo!

Um colega meu, lá do norte, fez uma gracinha semelhante a muitas outras que eu tenho feito: fez uma fotocópia da notícia em que o ministro da Saúde, Sua Excelência Professor Doutor (por extenso) Correia de Campos dizia que nunca tinha entrado num SAP, nem tinha intenção de entrar, e colocou-a num placard lá do SAP onde ele faz serviço, com um comentário do género: “fujam! Que isto é um SAP!”

A Directora do Centro de Saúde onde esse colega trabalha foi exonerada, por ter quebrado o “dever de lealdade” para com o ministro, ao não retirar, imediatamente, a tal fotocópia do placard.

Parece que a ex-Directora é casada com o vice-presidente da Câmara, que é do PSD e o meu colega é vereador da CDU, e ambos talvez conheçam a prima de um tipo que já foi da ETA e se tenham cruzado com a namorada do porteiro da discoteca frequentada por um tipo que já foi do PCP, embora seja irmão de uma fulana do CDS.

Por isso, quando vi esta foto, apeteceu-me logo escrever uma legenda apropriada, mas confesso que tenho medo. É que eu não sou casado com ninguém que pertença a nenhum partido, nem conheço ninguém que milite sequer no Partido da Terra. Quem me ajudará, então, se, sobre mim, descer a ira dos Távoras?

Livra!

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9 thoughts on “Tenham medo, tenham muito medo!

  1. Pois parece que temos uma nova PIDE.
    Além deste caso temos o do individuo que gozou num blogue com o Sr. (Eng.) Sócrates, e o caso da DREN.
    Ponham-se a pau eles andam aí.

  2. Assim vai Portugal… in http://jornal.publico.clix.pt/

    Autarca do PSD acusa ministro da Saúde de afastar presidente de hospital por críticas

    01.07.2007, Joana Ferreira da Costa

    Castro Almeida diz que foi esta a justificação do ministro da Saúde para não reconduzir no cargo
    o responsável pelo Hospital de S. João da Madeira

    O presidente da Câmara Municipal de S. João da Madeira, Castro Almeida, acusa o ministro da Saúde de não ter reconduzido no cargo o presidente do hospital da cidade por este ter criticado abertamente a política de reestruturação das urgências do Governo. Isso mesmo lhe terá sido confirmado por telefone pelo ministro Correia de Campos.
    As declarações do social-democrata Castro Almeida vêm apimentar a polémica em torno dos afastamentos na administração pública por críticas ao Governo (ver caixa) e ressuscitam o caso do cirurgião Fernando Portal, que, durante 17 anos, esteve à frente do Hospital de S. João da Madeira, já noticiado pelo PÚBLICO no final de Maio.
    Polémica com urgência
    “O dr. Fernando Portal criticou, na imprensa regional e nas rádios, a proposta de reestruturação das urgências encomendada pelo Ministério da Saúde (MS) a um grupo de peritos, onde se defende que o hospital deve encerar a sua urgência médico-cirúrgica, não ficando sequer com uma urgência básica”, explicou-nos Castro Almeida. “O presidente do hospital limitou-se a tomar uma posição pública no âmbito de uma reforma que estava em discussão pública.”
    O autarca conta que falou pessoalmente com o ministro da Saúde quando soube do afastamento de Fernando Portal, que é também presidente da Assembleia Municipal de S. João da Madeira, eleito pelo PSD. “Telefonei ao prof. Correia de Campos para lhe comunicar esta situação e ele confirmou que o motivo da não recondução tinham sido as posições públicas de contestação à reforma das urgências”, continua o edil.

    Evitando alimentar mais polémicas, nem a assessora do ministro da Saúde, nem o então presidente da ARS do Centro, Fernando Regateiro, quiseram prestar quaisquer declarações sobre este assunto.
    Aconteceu em Janeiro, mas só agora foi publicado o despacho em que o ministro da Saúde demite a ex-directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho, sob a acusação de “deslealdade e incapacidade”. Em causa estava um cartaz afixado por um médico da unidade, onde era reproduzida uma entrevista ao ministro à qual foi acrescentado um comentário irónico. A polémica surgiu antes, com a decisão da Direcção Regional de Educação do Norte (DREN), que suspendeu de funções um professor, Fernando Charrua, acusando-o de ter insultado o primeiro-ministro.

  3. Será que é porque está a chegar ao poder a geração que não viveu no “paraíso” Salazarista?
    Se assim é, como é que lhe conhecem tão bem os métodos?

  4. O que é triste nesta história é que não é solitária!
    Nos últimos tempos tem-se vindo a constatar que estas atitudes vão acontecendo um pouco por toda a parte, mais ou menos mediatizadas, mais ou menos públicas, mais ou menos privadas.
    E, tão ou mais grave que isso, é que não vão dependendo da cor política pardacenta do governo vigente. É um estado de espírito e comportamento que se vai instalando na sociedade.
    Não será dificil, a cada um de nós, recordar um episódio semelhante vivido na primeira pessoa ou com alguém próximo.
    O “Big Brother” veio para ficar, aparentemente, e somos nós, permissivos, que o vamos alimentando.
    E cavando a nossa sepultura enquanto cidadãos livres!

  5. é isso mesmo, qualquer dia já nem se pode dar um traque numa discoteca com menos de 100 m2 – a não ser que façam uma salinha especialinha com extractor para os que não querem, ou não conseguem deixar de tracar. A propósito, já viram http://www.zecartoon.com ?

  6. Mas desse mal eu já VI MAIS PERTO!
    No último mandato da AM de Almada, um deputado do BE, a propósito de uns desgraçados que iam ser desalojados de um terreno no Feijó a quem a Câmara até já tinha tirado a luz, em pleno Dezembro, referiu informações que obtivera através de um qualquer funcionário da Autarquia…
    Pois não é que o tal deputado do BE desapareceu da AM? E neste mandato também não está entre os “eleitos”?
    Alguém quer explicar porque é que a Presidente, (e isso está na acta da tal reunião!)disse que “ia averiguar”????!!!!!
    É apenas um exemplo!

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