Sócrates, 30 anos depois

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No passado dia 20 de Fevereiro, fez 30 anos que Sócrates é nosso primeiro-ministro.

A meio do seu sétimo mandato, Sócrates encontra-se numa encruzilhada. Depois de Manuela Ferreira Leite se ter retirado da política e de o PSD ter desaparecido por implosão interna, não resta a Sócrates outra oposição que a do segundo homem mais velho do planeta, Manuel Alegre, que continua a gritar que ninguém o cala, a dizer que, no PS, existe um clima de medo e que o partido se está a afastar das suas raízes de esquerda.

Entretanto, o homem mais velho do planeta, Mário Soares, já prometeu que se o próximo “check-up” médico lhe for favorável, não se importa de concorrer í  presidência da República.

Como se sabe, o nosso presidente, o venezuelano naturalizado português, Hugo Chavez, já está tão velho que, na última cerimónia pública, urinou na tribuna presidencial.

O ministro da Economia do governo de Sócrates, Francisco Louçã, admitiu que partiria a cara ao líder da Oposição, Paulo Portas, se ele continuasse a exigir menos impostos para os agricultores, que não passam, hoje em dia, de cinco ou seis famílias que detêm umas hortas em Loures.

Na Assembleia da República, o PCP, hoje reduzido a Jerónimo de Sousa, dois habitantes do Seixal e um cão, nascido em Grândola, continuam a sua greve de fome, a favor da continuação do inquérito ao caso BPN, exigindo que Dias Loureiro seja presente í  comissão de inquérito pela 57ª vez, porque ainda há umas verbas perdidas que não estão bem explicadas.

Na próxima semana, deve ser aprovado o casamento entre todos os homossexuais, seguido da dissolução da igreja católica que, aliás, se encontra na falência, desde que se descobriu que o Vaticano tinha a massa toda investida no esquema piramidal do Freeport.

Lamento socrático

Não me bastavam o Portas
O Louçã e o Rangel
A crise económica
E a falta de papel
O Jerónimo e os Verdes
As trapalhadas na Educação
A Manuela Ferreira Leite
O desemprego e a deflação
O Marcelo Rebelo de Sousa
O Pacheco Pereira
O Manuel Alegre
O Mário Nogueira
A falta de médicos
Os juízes e os tribunais
Os despedimentos colectivos
As parangonas nos jornais
O inverno rigoroso
A chuva e a vaga de frio!

E agora ainda sou lixado
Pelos ingleses e pelo meu tio!

O meio tio de Sócrates e os cadilhes de Constâncio

A comunicação social anda, novamente, muito entusiasmada com o “caso Freeport”.

Agora, descobriram que um tal Júlio Monteiro, meio irmão da mãe de Sócrates, poderá ter servido como intermediário, entre a empresa inglesa, dona do outlet, e um ministro do governo de Guterres. Untando as mãos desse ministro com 4 milhões de euros, ele teria dado um jeito, no sentido do projecto ser aprovado, o que veio a acontecer, três dias antes de Guterres deixar o pântano.

Ora, sabendo que o ministro responsável pelo estudo de impacto ambiental era José Sócrates, depreende-se que os 4 milhões foram parar aos seus bolsos, o que explica as gravatas giras.

No entanto, se o Júlio Monteiro é meio irmão da mãe de Sócrates, isto significa que é apenas meio tio do primeiro-ministro – logo, só lhe deve ter dado 2 milhões.

Resta saber onde páram os outros 2 milhões.

Aliás, a malta está a especializar-se em fazer desaparecer milhões. Cada dia que passa, descobre-se que desapareceram mais alguns milhões, e nisso, o BPN é perito.

Ora, segundo a teoria de Cadilhe, a culpa não é de quem rouba os milhões, mas de quem tinha obrigação de montar guarda e não deixar que os milhões fossem roubados.

Constâncio foi ao rubro e só não teve um AVC por causa da recessão, que tem mantido tudo em baixo, mesmo a tensão arterial.

Tem alguma graça ver os banqueiros quererem ser independentes, abominarem o Estado e revoltarem-se contra qualquer intromissão na sua actividade e, depois, quando alguma coisa corre mal, irem todos a correr pedir ajuda e gritarem que a culpa é do Banco de Portugal.

Filhos ingratos!

Mas Constâncio devia saber que quem tem filhos, tem cadilhes…

Recessão – primeiros sinais

Quando acordei, esta manhã, o país já estava em recessão.

Dei por isso porque acordei mal disposto, o café tinha pouco açúcar e a torrada queimou-se.

Na rua, só me cruzei com transeuntes mal encarados e os automobilistas iam todos de trombas e devagarinho, para poupar combustível.

Numa esquina, parece que vi a economia a encolher-se, mas podia ser uma cadela a fugir. Só a vi de relance.

No trabalho, toda a gente me respondeu mal e eu respondi mal a toda a gente e só não andei í  pancada porque me faltou a energia alternativa.

Quando cheguei a casa, calcei só um chinelo, para poupar e sentei-me a ler o jornal.

Logo na primeira página: “Portugal está disposto a acolher presos da base de Guantánamo”.

Bonito gesto.

Mas será que os presos estarão na disposição de vir viver para um país em recessão? Não preferirão as economias florescentes do Iémen, do Afeganistão ou do Mali?

Logo ao lado, outra notícia da recessão: “Falências sobem 50% no distrito de Braga: este ano, até ao final do mês de Setembro, faliram 440 empresas do distrito de Braga”.

Onde é que Braga tinha tantas empresas? Passei por lá em Outubro e juro que não me apercebi disso.

Mais acima, uma notícia alegre: Manuel de Oliveira completa 100 anos.

Confesso que nunca vi nenhum filme do Manuel de Oliveira, mas há que elogiar o homem. Com 100 anos e ainda teima em trabalhar. É por causa de homens como ele que a idade da reforma cada vez é mais tardia…

Mais um pensamento triste…

Lá mais para o fim do jornal, uma notícia engraçada: o PSD considera que Sócrates “vai ficar na História como o primeiro-ministro do governo que levou o país í  recessão”.

Afinal não foi o sub-prime, nem o crédito imobiliários dos yankees, nem os bancos mal comportados. Foi o Sócrates. Embora malhar no homem!

í€s vezes era o que apetecia: uma boa sova, uma tareia, uma trepa, assim como está a acontecer agora em Atenas. Qual manifestações ordeiras avenida abaixo: porrada e mau viver, cocktails molotov, gás pimenta, gás mostarda, gás ketchup, tudo ao molho!

Olha, um bom exemplo é o do Vitor Constâncio, que já disse que não se importava que lhe baixassem o salário.

Sonso!

Eu não me importava era que me aumentassem o salário. Se todos ganhássemos mais, acabava-se a recessão.

Por isso é que o meu herói se chama Mugabe, o gajo que lançou, agora, uma nota que vale 200 milhões de dólares zimbabweanos.

Digam lá se não gostavam de ser pagos com notas de 200 milhões…

Magalhães e os Velhos do Restelo

No Macacos sem galho decorre uma acesa discussão a propósito do computador Magalhães e da e-escolinha (http://www.macacos.com/2008/09/23/viva-o-magalhaes/).

Parece que, afinal, a tecnologia de ponta que o Sócrates diz que o Magalhães tem, já não é tão de ponta assim – dizem os críticos. Um dos fulanos que participa na discussão diz esta coisa enigmática:

“O portatil que eu dava aos alunos seria um com 32 megas de ram, disco de 512 megas, grafica de 2 megas, o s.o. seria linux ou bsd. Não precisavam mais do que isto. Queriam fazer processamento de texto, usavam latex, queriam fazer graficos usavam o gnuplot, queriam usar a calculadora ou abriam a shell de alguma liguagem interpretada ou então xcalc. Navegar na net era o lynx (caso precisasem de algo grafico que usem o “…links -g””). Querem fazer desenhos? usem papel e lapis (ou então o xfig que é poderosissimo)! Assim tornavam-se homemzinhos!”

Eu e 98% dos miúdos do ensino básico ficamos de boca aberta! Então, os putos podiam ter um sistema operativo linux, ou mesmo bsd, e não têm?! Que é lá isso, ó Sócrates? Está a roubar aos nossos infantes a possibilidade de usarem o “gnuplot”, seja lá isso o que for?! (a propósito: “bsd” quererá dizer “bondage-sado-masok”?)

Primeiro-ministro da treta, é o que tu és!

Sinceramente, a mim, parece-me uma ideia estrangeira, esta, a de fornecer portáteis aos putos do ensino básico e secundário. Quando percebi que isso se estava a passar em Portugal, pensei, por momentos, que tinha mudado de país.

Claro que o Sócrates e todo o Governo se aproveita do Magalhães para fazer auto-propaganda. Eu faria o mesmo. Os gajos do PSD fariam o mesmo (os gajos do PC, BE e CDS não fariam o mesmo porque nunca terão hipótese de chegar ao Poder, caso contrário… fariam o mesmo…).

A ideia é óptima e merece aplausos, o nome do computador é bem esgalhado (Magalhães ou Magajanes é conhecido em todo o mundo) e só gajos com o espírito do Velho do Restelo é que podem estar contra uma coisa destas.