“A Mãe”, de Rodrigo Leão

maeDisco triste, depressivo, para ouvir apenas quando se está equilibrado psicologicamente.

Um tipo que esteja em baixo, ao ouvir, por exemplo, Ana Vieira a cantar o tema “Vida tão estranha” e a lamentar-se “já nem chorar me dá consolo”, é muito capaz de deixar o cd a rolar e atirar-se do sexto andar.

No panorama da música popular portuguesa, Rodrigo Leão é único, quer pelo tipo de música que faz, quer pela seriedade da produção, quer pela busca dos colaboradores, neste caso, o Cinema Ensemble, a Sinfonietta de Lisboa e mais.

Além disso, e como não sabe cantar, pede a ajuda de quem sabe e, neste disco, tem a voz de Ana Vieira, de Stuart Staples (dos Thindersticks), de Neil Hannon (dos Divine Comedy) e de Daniel Melingo.

Destaco as faixas “Vida tão Estranha”, “Ya Skaju Tebe”, “A Corda”, “Canciones Negras” e “No sè nada”, mas todo o disco, dedicado à mãe do compositor, recentemente falecida, merece ser escutado com atenção.