Uma sessão cultural no Império

Quando escrevi sobre as sessões de cinema dos meus 18 anos, esqueci-me que também havia as “sessões culturais”, no Império – aquele cinema enorme que está agora transformado em templo da igreja Maná.

No dia 10 de Março de 1971, fui ver o “Easy Rider” – e não há dúvida que foi uma sessão cultural. Para mim – e para muitos como eu – este filme, realizado por Dennis Hopper em 1969, foi o primeiro a mostrar pessoas sob o efeito de drogas psicadélicas.

Com Dennis Hopper e Peter Fonda, “Easy Rider” é um “road movie”, em que dois amigos, montados nas históricas Harley Davidson, atravessam a América, de Los Angeles a New Orleans, em busca do sentido da vida (?). Lá para o meio do filme, aparece um advogado drogado, que acaba por ser assassinado e cujo papel é interpretado por um Jack Nicholson, em início de carreira.

A banda sonora ainda hoje é bem audível, com “Born to be Wild”, dos Steppenwolf à cabeça, e ainda “The Pusher”, da mesma banda, “I Wasn’t Born to Follow”, dos Byrds, “The Weight” por The Band, e outras mais “alternativas”, como uns tais “Electric Prunes” e o seu “Kyrie Eleison” (cheguei a comprar o álbum que, entretanto, desapareceu nas brumas da memória…).

Não há dúvida de que foi uma sessão cultural…

“The Bucket List”, de Rob Reiner

Aqui está um bom exemplo de que um realizador competente e dois actores consagrados não são suficientes para fazer um bom filme.

“Nunca é Tarde Demais” é pura perda de tempo. Nicholson faz de Nicholson, como sempre e Freeman faz de Freeman, como habitualmente.

A história também não tem nada de especial: dois tipos com cancros terminais decidem fazer coisas que nunca tinham feito antes e, porque um deles é rico como o caraças, vão ver as pirâmides, passam por Hong Kong, pela Grande Muralha da China. fazem um salto de pára-quedas e conduzem carros de corrida numa pista.

Bocejo.