O frouxo e o fanfarrão

Ontem houve debate do Estado da Nação.

Não é líquido que o Estado da Nação seja sólido. Parece-me que o Estado da Nação não é líquido nem sólido – é mais um gel, assim uma espécie de slime que passou o prazo, cheira mal e deixa ficar os dedos sujos e com bocado agarrados.

O Luís “Deixem-no Trabalhar” Montenegro, fez as habituais notícias pré-eleitorais: suplementos para as reformas, descidas de IRS e de IRC e negou ter um princípio de acordo com o Chega, que este garantiu existir.

Mas o que me deixou mais incomodado, foi a atitude do Presidente da Assembleia da República, Aguiar-Branco, em relação à linguagem usada pelos deputados.

Ventura – sempre ele – acusou a liderança do PS de ser frouxa, mais frouxa do que a anterior. Um Pedro Nuno frouxo, mas um Carneiro ainda mais frouxo.

Ora, um Carneiro frouxo não fica nada bem a um Partido que quer fazer Oposição.

Carneiro levantou-se e chamou fanfarrão a Ventura.

Aguiar-Branco ruborizou e, cortando a palavra ao Carneiro frouxo, advertiu-o que aquela não era linguagem que se usasse na Assembleia. Ler nomes de crianças estrangeiras que frequentam a escola, ainda vá; chamar frouxo ao Carneiro, é como o outro – agora dizer que Ventura é fanfarrão – isso é que não!

Ora, sabendo que fanfarrão é um indivíduo que ostenta uma postura de valentão, mas que, na realidade, não tem a valentia que demonstra – temos de concordar que o Carneiro frouxo se excedeu. Basta lembrar-nos como Ventura enfrentou a sua crise de azia cardiovascular para perceber que ele é, de facto, um valentão.

Até chorou, coitadinho!…