“Dor e Glória”, de Almodovar (2019)

Almodovar continua a ser um dos meus realizadores preferidos e, mais uma vez, não me desiludiu.

Dor e Glória conta-nos a história de Salvador Mallo (um contido e excelente Antonio Banderas), um realizador sexagenário, com muito sucesso, que há alguns anos que não produz nada, sobretudo desde que foi operado à coluna lombar, mas, sobretudo, desde que a sua mãe morreu.

Salvador está deprimido e sofre de dor crónica, tomando diversos analgésicos opióides. Vive só, num apartamento luxuoso e passa os dias sem fazer nada.

A cinemateca decide fazer uma sessão especial com um filme que ele realizou há 30 anos, numa versão recuperada e convida-o para comentar a projecção do filme. Salvador hesita e decide entrar em contacto com o actor que protagonizou esse filme. Deixaram de se falar após a estreia do filme porque Salvador nunca perdoou a Alberto Crespo (outro excelente Asier Etxeandia) o facto de este continuar a consumir heroína durante as filmagens.

Ao longo do filme, Salvador vai recordando momentos da sua infância, pobre e dura, e o modo como a sua mãe (Penelope Cruz), conseguiu levar para a frente a sua educação.

E não digo mais nada.

Cinco estrelas, porque não há mais.

“My Mom’s New Boyfriend”, de George Gallo

Desta feita – e a contrário de “Zack and Miki Make a Porno” – um título idiota diz mesmo respeito a um filme idiota.

Onde está a Meg Ryan de “When Harry Met Sally?”. Ninguém sabe, nem a própria Meg Ryan, que se entregou nas mãos do mesmo cirurgião plástico que esfaqueou a Moura Guedes. Se não é o mesmo, parece, porque a Ryan tem os mesmos lábios repuxados e as mesmas maçãs do rosto proeminentes que lhes dão (à Ryan e à Guedes), aquele ar de Gato Félix que não é capaz de parar de sorrir, embora tenha um olhar triste.

Quanto ao filme, é uma parvoíce pegada, com António Banderas a fazer de ladrão de obras de arte, mas afinal é um agente da CIA bonzinho e Meg Ryan a fazer de cinquentona obesa que, depois de várias plásticas, se transforma numa MILF incorrigível, danada para a brincadeira.

Uma completa perda de tempo.