Santa Mónica, Santa Bárbara, 17 de Maio

Hoje, quisemos ser mais espertos que os americanos e a brincadeira saiu-nos cara. Para não darmos 20 dólares por duas torradas e dois cafés, levantámo-nos 15 minutos mais cedo e fomos a uma loja de junk food, onde pedimos dois croissants, dois cafés e um sumo de laranja, tudo por 8 dólares. Devíamos ter desconfiado, quando vimos que o croissant se chamava sunrise. Pois: tinha um hambúrguer e uma omeleta lá dentro! Resultado: deitámos tudo no lixo e fomos ao hotel pagar os tais 20 dólares pelas torradas e pelo café…

Vamos a caminho de Pismo Beach. Serão 382 km.

Atravessámos Marina del Rey e Venice, sempre enfiados no tráfego de LA. As casas, à beira da estrada, estão muito degradadas; faz-nos lembrar a Costa da Caparica, embora sem prédios altos.

Parámos em Santa Mónica. A Third Street é uma ruda pedonal, com muitas lojas e com elevada densidade de sem abrigo. Na Ocean Drive, junto à costa, muita gente a fazer jogging, entre as palmeiras. O Pacífico mal se vê, por causa da neblina.

Percorremos a Highway Nº 1, que corre ao longo da costa. Passámos por Malibu, com as colinas cheias de casas e mansões, à espera do próximo deslizamento de terras, que as fará estatelarem-se cá em baixo.

De um lado, as tais casas, perigosamente alcandoradas nas colinas; do outro, o Pacífico, com dezenas de surfistas e vários golfinhos.

Mais à frente, passámos por Ventura, com extensos campos de cultivo, com alfaces, morangos, limoeiros. Parámos, já perto do meio-dia, para reabastecimento.

Às 13h estávamos em Santa Bárbara, outra cidade californiana para gente rica. Parámos, para dar uma vista de olhos a uma das missões que os franciscanos espanhóis aqui construíram, a fim de canonizar os índios. Como se calcula, os índios acabaram por morrer todos: uns porque apanharam doenças europeias, que a sua imunidade desconhecia, outros porque se tornaram tão dependentes dos franciscanos que, quando eles se foram embora, não sobreviveram sem ajuda.

Em seguida, visitámos a Court House, um edifício construído no estilo colonial. Subimos à torre do relógio, de onde pudemos admirar as casinhas nas colinas de Santa Bárbara e, com um pouco de imaginação, o Pacífico, lá ao fundo.

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Santa Bárbara é uma cidade muito simpática. Passámos as últimas horas por aqui e foi mais uma agradável surpresa. Almoçámos no Pier, fish and chips; tinha que ser, tínhamos que experimentar mais esta modalidade da junk food americana. Estava uma bodega, como seria de esperar, mas matou a fome.

Depois, deambulámos pela State Street, que é a rua principal de Santa Bárbara.

A cidade foi destruída por um terramoto, em 1925, e decidiram recnstruí-la ao estilo colonial espanhol. Todos os edifícios, que não têm mais do que três pisos, parecem fazer parte de uma cidade mediterrânica. De um lado e de outro, lojas, muitas lojas, de roupa, de velharias, de curiosidades, e muitos restaurantes. E muitos sem abrigo, também. Topámos com uma lontra, nadando no Pacífico (ou seria um leão marinho?), e bandos de pelicanos.

Por volta das 16 horas, o sol começou a abrir, por entre as nuvens, e a cidade, toda branca, ficou ainda mais luminosa.

Seguimos pela Highway 101 (antigamente chamada Camino Real), em direcção a Pismo Beach. Deixando o Oceano, e caminhando um pouco mais para o interior, uma nova paisagem se desfruta. Desta vez, são os campos com vinhas e pequenos montes verdejantes, que se sucedem. É, de facto, espantosa, a diversidade deste país que, ao fim e ao cabo, é um continente.

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O penúltimo hotel da viagem, em Pismo Beach, é, também, muito simpático. Construído ao estilo das missões espanholas, consiste numa série de edifícios com três pisos, com uma praça central e, à entrada, uma espécie de torre sineira. Chegámos perto das 7 horas e fomos jantar a um seafood restarant, que fica aqui ao lado. Pedimos bacalhau. Fresco, claro. Ficou metade no prato. Eles bem que se esforçam, mas não sabem cozinhar, coitados!…

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