As 10 medidas de Varoufakis
Segundo o DN, “Varoufakis leva amanhã dez medidas surpresa ao Eurogrupo”.
Eis as 10 medidas de Varoufakis:
1ª – Calço 43
2ª – Meço 1, 81
3ª – Bebo 7 decilitros
4ª – Como 250 gramas
5ª – Urino 2,1 litros
6ª – Peso 80 kg
7ª – Respiro meio litro
8ª – Visto 44
9ª – Bato 60 por minuto
10ª – Durmo 6 horas
E não pago!
“O Pintassilgo”, de Donna Tartt (2013)
Dona Tartt (Greenwood, Mississipi, 1963), é uma escritora norte-americana, autora de três calhamaços com muitos anos de intervalo e sempre com muito bom acolhimemento por parte da crítica.
Publicou The Secret History em 1992, The Little Friend em 2002 e este The Goldfinch em 2013.
O Pintassilgo são 893 páginas densas que percorrem vários anos na vida de Theo Decker.
Theo, então com 13 anos, está com a mãe a visitar o Metropolitan Museum de Nova Iorque, quando acontece uma atentado terrorista. A explosão de uma bomba mata a mãe, destroi uma parte do Museu e Theo, no meio dos destroços, conhece um velho que, moribundo, o incita a levar o quadro de Carel Fabritius, que mostra um pequeno pintassilgo, preso por uma corrente a uma espécie de poleiro.
Theo leva o quadro para casa, embrulha-o numa fronha de almofada e por ali fica alguns dias, até que a Segurança Social lhe arranja uma família de acolhimento. Nas suas deambulações por Manhattan, Theo trava conhecimento com um restaurador de móveis, de quem fica amigo e que, vem a descobrir mais tarde, estava relacionado com o velho que Theo viu morrer no Metropolitan.
Entretanto, o pai de Theo, separado há muito da mãe, decide vir buscá-lo e levá-lo para a sua casa, em Las Vegas. É lá que Theo conhece Boris, um adolescente de ascendência russa, que o inicia no álcool e nas drogas.
O pai de Theo, alcoólico e jogador compulsivo, acaba por morrer alguns anos depois, vítima de acidente e o rapaz regressa a Nova Iorque e procura o restaurador de móveis, ficando a viver na sua casa e ajudando-o no negócio do mobiliário.
E o quadro de Fabritius nunca é devolvido ao Museu, viajando com Theo de Nova Iorque até Las Vegas, e de volta a Nova Iorque – ou assim ele pensa.
E é aí que entram em jogo os traficantes de arte, cenas de acção em Amesterdão e um final inesperado.
Confesso que o livro me parece extenso de mais; algumas partes eram dispensáveis ou poderiam ser encurtadas, como a descrição dos dias que Theo passa no quarto do hotel em Amesterdão, depois de ter morto um bandido, mas parece-me que Donna Tartt deve ser daquelas escritoras que não consegue parar. Aliás, o livro poderia continuar porque, quando termina, Theo deve ter pouco mais de 30 anos…
Recomendo, mas é preciso algum estofo e um bom par de bícepetes, já que o calhamaço pesa quase meio quilo.
Por que é bom que Portugal não seja a Grécia
A vitória do Syriza nas eleições gregas levantou alguns problemas geográficos.
Dizem que a Grécia virou í esquerda.
Ora, se virou í esquerda, a Grécia foi para cima da Albânia que, entalada entre a nova República da Macedónia e o Adriático, nada poderá fazer senão atirar-se ao mar.
Ora, se a Albânia cair no mar e a Grécia ocupar o seu lugar, vai haver guerra com a auto-denominada República da Macedónia porque, como se sabe, os gregos não autorizam que os macedónios utilizem esse nome, já que Macedónia é o nome de uma província grega, para além de um sabor de gelado e de um agrupamento de legumes.
Os balcãs sempre foram complicados.
Temendo que Portugal caísse na tentação de também virar í esquerda, afundando-se no Atlântico, os nosso políticos de direita têm declarado a pés juntos, e com eles afastados, que Portugal não é a Grécia.
Ainda bem.
Se Portugal fosse a Grécia, a Espanha seria a Turquia e teríamos a Síria, o Iraque e o Irão a dois passos.
O Califado seria muito mais exequível.
Livra!
“Contos Vagabundos”, de Mário de Carvalho (2014)
Mário de Carvalho gosta destes textos curtos e eu gosto de lê-los.
Mais importante que o desenlace das histórias é a linguagem que o autor utiliza.
Exemplo, retirado do conto “Fenómenos da Aviação”:
“Foi o caso de D. Maria de Lurdes, açoriana e asmática, que veio declarar a quem a quis ouvir…”
Adjectivar a senhora com a naturalidade e a doença, é óptimo.
Outro exemplo, do conto “Uma Vida toda Empatada…”:
“Virada a chave da ignição, a carrinha atirou um rolo de gases negros e pí´s-se a tremer, com umas estridências de lata, pouco subtis”.
E são estas palavras que me encantam, mais que as próprias histórias, por vezes, um pouco, digamos, vagabundas…
Syrizemos, pois!
O Syriza está na moda.
A comunicação social, sempre com aquela tendência tabloidizante, inunda-nos de informações irrelevantes sobre a actualidade grega, e pouco ou nada nos diz sobre as questões de fundo.
O que interessa é sabermos que o Tsipras não quis jurar sobre a bíblia, para além de teimar em não usar gravata; informam-nos, também, que o governo cessante, o de Samaras, abandonou o Palácio governamental, deixando tudo vazio, nem sequer deixou a password para o wi-fi e, nas casas de banho, nem sabonetes havia!
Como se vê, tudo informações importantes para perceber o fenómeno Syriza.
Afinal, o que quer o Syriza de diferente?
Segundo o nosso inteligente primeiro-ministro, o que eles queres é um “conto de crianças“, assim uma espécie de história da Carochinha porque, disse Coelho, como “é possível que um país, por exemplo, não queira assumir os seus compromissos, não pagar as suas dívidas, querer aumentar os salários, baixar os impostos e ainda ter a obrigação de os seus parceiros garantirem o financiamento sem contrapartidas?”.
Por outras palavras: segundo o Coelho, o programa do Syriza será não pagar dívidas, aumentar os salários e baixar os impostos.
E isso é mau?
O que Coelho tem é inveja!
Portanto, o que há a fazer é Syrizar Portugal.
Apear o Passus Coelhanis, transformar o PS, o Bloco e o Livre, não em Syriza, mas em Cereja (Coligação da Esquerda Realista Embora Já Anquilosada), eleger o Antonius Costakis e convidar o Louçanikis para ministro das Finanças.
Merkel teria o enfarte.
O que Merkel precisa é de levar com o Syriza
Dois cromos
Altice, que chatice!
PT não sejas francesa
Com toda a certeza
Não vais ser feliz
PT, que ideia daninha
Vaidosa, alfacinha,
Casar com Paris
PT, tens cá namorados
Que dizem, coitados,
Com as almas na voz
PT, não sejas francesa
Tu és portuguesa
Tu és só pra nós
(Letra: José Galhardo; Música: Raul Ferrão)
Um Papa perigoso
O Papa Francisco é do camandro!
Sempre que abre a boca, rescreve os evangelhos.
Agora, foi numa daquelas estranhas conferências de imprensa que os Papas decidiram começar a fazer, a bordo dos aviões que os transportam nas suas viagens a que eles chamam peregrinações.
O tema da conferência foi a família.
Disse Francisco que os católicos não devem procriar “como coelhos”.
Ora que direito tem o Papa de interferir no modo como os católicos fornicam?
Que eu saiba, os coelhos procriam com o macho por trás da fêmea. Sempre.
Portanto, Francisco acha que essa posição é indecorosa para os católicos, depreendendo-se que defenda a famosa posição de missionário, em que o missionário se coloca por cima da freira, perdão, da esposa…
E Francisco acrescentou que “existem métodos legais” que ajudam os pais a controlar o número de filhos.
Será que o Papa se estava a referir ao célebre método da Aspirina, em que a católica, durante o acto, coloca um comprimido de ácido acetilsalicílico entalado entre os joelhos?
Lá legal é ele!…
Será que Francisco sabe mesmo do que está a falar?…
Nota: o Diário de Notícias diz que “Morreu doente que recebeu telefonema” do Papa. Milagre?…