“Esta triste realidade significa que o ofício de governar se está tornando cada vez mais difícil e árduo, exigindo, além de inteligência, de tacto, de sabedoria e de persistência, sobretudo de muita e inflexível firmeza contra a degradação, a indisciplina, os desmandos e os actos de puro banditismo. Não há, pois e apenas, que trabalhar no sentido de acelerar o progresso material, mas também e principalmente, no sentido de pí´r termo ao retrocesso moral, veneno subtil que está provocando a poluição das almas, para mim a mais grave e perigosa poluição dos tempos actuais.”
– Almirante Américo Tomás, Presidente da República, durante a condecoração de membros do governo, 17/1/1973
“Quanto ao ‘exame prévio’, custa-me a entender que ainda haja quem diga que não representa progresso substancial em relação ao regime de censura. Este era de aplicação permanente, independentemente da conjuntura, ao passo que aquele constitui um dispositivo estritamente de emergência, limitado na sua aplicação, somente í quelas matérias consideradas sensíveis em termos de defesa das pessoas e dos bens, em suma, do património nacional, e que cessará, conforme prescreve a Constituição, logo que deixem de existir os actos subversivos graves que têm vindo a verificar-se desde 1961, provocados do exterior, alimentados do exterior, incentivados do exterior.”
– Deputado Pinto Castelo Branco, 7/2/1973
“O Prof. Marcelo Caetano, de seguida, cumprimentou cada uma das setenta e cinco estudantes, tendo, ao mesmo tempo que lhes estendia a mão e escutava o nome, inquirido sobre a terra da sua naturalidade, o modo como encaravam a sua estada e como decorriam os estudo. Em alguns casos, o Presidente do Conselho quis mesmo saber da razão da escolha dos cursos que as jovens frequentam, enquanto tecia considerações sobre pormenores diversos”.
– Notícia do Diário de Notícias, sobre a vista de M. Caetano a uma residência da Mocidade Portuguesa Feminina, com representantes “desde Guiné a Timor, passando pelos estados de Angola e Moçambique, pelos arquipélagos da Madeira e dos Açores, até ao estado da Índia”, 29/3/1973
“Afirmo que a opção está feita – optámos nós, os verdadeiros portugueses, pela segurança, intangibilidade e perenidade da nossa Pátria; optámos pela política de Marcelo Caetano, a única que nos inspira confiança; optámos por Américo Tomás, esse amigo dos portugueses, que é verdadeiro símbolo da Pátria e digníssimo expoente da raça”
– Dr. Afonso Marchueta, presidente da Câmara de Lisboa, ou coisa que o valha, nas comemorações dos 70 anos dos Bombeiros de Algés, 22/7/1973
“É assim que se vive sob a Bandeira Portuguesa: na paz, no respeito mútuo, no orgulho de uma autêntica independência, no trabalho por um futuro melhor. O resto, não é connosco, pertence í confusão do mundo ou é, aqui ou ali, sinal de perturbação estéril ou gosto exagerado pelas palavras”
– Engenheiro Santos e Castro, governador-geral de Angola, 18/8/1973
Todas estas citações foram extraídas, quase ao acaso, da secção “Semana Dia a Dia”, que saía aos sábados, no suplemento Fim-de-semana, no República.
Quase só por causa destas coisas – e do que elas representavam – o 25 de Abril valeu a pena!