No Coiso, óptimo continua a ser com pê

Recentemente, o Expresso resolveu adoptar o novo acordo ortográfico braso-luso-brasileiro. No entanto, como é um jornal muito democrático, permite que alguns dos seus colaboradores continuem a usar a ortografia “antiga”.

Assim, no final da crónica semanal de Miguel Sousa Tavares, surge o seguinte: “MST escreve de acordo com a antiga ortografia”.

Palmas para MST!

Aqui, no Coiso, também se usa a antiga ortografia. Ninguém me vai obrigar a escrever ato, fato, ótimo, ação e outras brasileirices.

Eu bem sei que, em tempos que já lá vão, farmácia era com “ph” e também sei que a língua vai evoluindo, incorporando estrangeirismos, modificando grafias, criando neologismos. Mas não me apetece deixar cair o pê de óptimo, só porque não se lê e porque é assim que se escreve no Brasil.

Ora ou hora é indiferente? É que o agá também não se lê…

Por isso – e porque me apetece – a ortografia antiga permanece.

Óptimo!

7 thoughts on “No Coiso, óptimo continua a ser com pê

  1. Só para que conste – não são brasileirices.
    Trata-se de um acordo ortográfico estabelecido no princípio do século passado entre Portugal e o Brasil, que só o Brasil resolveu seguir. Portanto, se Portugal não tivesse recuado na palavra dada, hoje em dia já estaríamos fartos de escrever as tais brasileirices que não o são.
    E não estaríamos, literalmente, a entrar neste acordo com um século de atraso.

      1. Ó EL, se quer contar a história e dela extrair conclusões, conte-a como deve ser, que é muito bonito adulterar os factos como dá jeito, mas, com ou sem acordo ortográfico, continua a chamar-se mentir.
        Suponho que, quando alude ao «acordo ortográfico estabelecido no princípio do século passado entre Portugal e o Brasil», se refere ao acordo ortográfico de 1911. Ora, este, de acordo, teve pouco. Foi uma reforma feita em Portugal e imposta ao Brasil, que, claro está, não a seguiu, como eu também não gostaria de acatar imposições transatlânticas.
        Como viram que assim não iam lá, os Portugueses tiveram a genial ideia de envolver o Brasil na formulação da língua e chegaram a acordo sobre como reformular a reforma portuguesa de 1911, para que ambos ficasse contentes, em 1931. Muito satisfeito, cada país foi para sua casa e mudou o tal acordo a seu bel-prazer, de forma que, no final, já não havia acordo nenhum.
        Sucederam-se negociações e, em 1945, chegou-se a um novo acordo, que nunca chegou a ser posto em prática pelos Brasileiros e é o que nos regeu por cá até há bem pouco tempo.
        Em 1971, fizeram os Brasileiros com a língua o que tinham feito os Portugueses em 1911: decidiram unilateralmente como se devia escrever correctamente e quiseram impingir-nos o prato, que nós não comemos, está visto.
        Chegamos assim a 1990 e ninguém está, como se vê pelo exposto, com um século de atraso, ao contrário do que diz o comentador. No máximo, estão os Brasileiros sessenta e cinco anos atrasados, mas, mesmo isso, só com má vontade se pode afirmar.
        Agora, o que me aborrece um bocadinho é que Portugal tenha de alterar a grafia de três vezes mais palavras do que o Brasil, quando, dizem alguns estudiosos, a nossa norma é linguisticamente mais evoluída.
        Aborrece-me, também, que, tendo a pronúncia sido a regra na elaboração do tratado (por isso caem tantas letras mudas), tenham sido eliminadas regras consentâneas com a pronúncia, como é o caso do trema sobre o u, que seusava no Brasil.
        Finalmente, aborrece-me que caiam letras que alteram a pronúncia, como é o caso de todas as palavras terminadas em -ecção. O é é aberto pelo cê e, sem este, passa a ser fechado. Vamos ter por aí muitas seções pronunciadas como sessões.

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