“Frank”, de Amy Winehouse

Mea culpa! Ouvi hoje, pela primeira vez, o disco de estreia de Amy Winehouse, publicado há 5 anos.

Porquê?

Porque gosto muito pouco de unanimismos e ao ver, constantemente, referências a esta Amy, por razões outras, que não as musicais, achei que ela não devia passar de mais um fenómeno publicitário, como muitos outros que por aí andam e com os quais não vale a pena perder tempo.

De qualquer modo, de quando em vez, sentia curiosidade em saber o que raio esta Amy teria de tão especial. Seria só o facto de ter «voz de preta», de ter umas pernas de alicate e vestir-se à anos 50, de ter uma cabeleira estranha e de estar sempre encharcada em álcool e drogas?

Confesso que o pedacinho da sua actuação bêbada no roquemrio, que as televisões transmitiram funcionou como gatilho e hoje, finalmente, comprei “Frank”, o disco de estreia desta miúda que, na altura, tinha 20 anos e que, de facto, tem uma voz do caraças, lembrando Sarah Vaughan ou Billie Holiday. Para além disso, as canções têm, quase todas, um swing que “já não se usa” e que soa muito bem, apesar de uma ou outra piroseira que, apesar disso, soa muito melhor que a maior parte da merda que anda por aí.

Sinceramente, fico espantado como Amy Winehouse consegue arrastar multidões. As suas canções deveriam ser para uma minoria – a menos que as multidões sejam arrastadas por outras razões, relacionadas com os escândalos, o mau comportamento, as drogas e o álcool, as transgressões, que tanto agradam aos adolescentes.

É quase impossível não comparar Winehouse a Janis Joplin, quanto mais não seja, pelos excessos. No entanto, penso que Joplin estava mais de acordo com a sua época; ela cantava rythm & blues e rock puro e duro, numa altura em que muitos o faziam. Agora, esta Amy, ousa cantar coisas que estão completamente fora do actual “mainstream”.

Está visto, a Winehouse ganhou um fã cinquentão…

One thought on ““Frank”, de Amy Winehouse

  1. Não sei já ouviu o álbum mais recente, Back to Black, este sim um verdadeiro sucesso intercontinental. É bom álbum, mas é muito mais orelhudo e puxa mais ao soul e R&B (o antigo, não a treta que nos vendem agora como sendo R&B) que este Frank. Eu gosto muito dos dois mas compreende-se bem porque razão o Back to Black teve tanto sucesso.

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