CSI – New York – série 3

csiny3A grande vantagem deste tipo de séries pode ser também a sua grande desvantagem: a rotina.

A 3ª temporada do CSI-New York traz pouco de novo, em relação í s temporadas anteriores e isso pode não ser mau, porque a produção continua excelente, os actores são convincentes, as imagens de Nova Iorque são espectaculares e as histórias são mais ou menos imaginativas.

No entanto, também não fazia mal inovar um pouco e apresentar alguns episodios com um pouco mais de acção, como é o caso do último desta série, que até inclui terroristas do IRA…

The Wire – 2ª e 3ª série

Grande série, esta!

Coloco-a lado a lado com os Sopranos e quase que a ponho, até, um pouco í  frente.

O grande trunfo de The Wire, em relação aos Sopranos, por exemplo, tem a ver com o facto de não ter um Tony Soprano, isto é, de não ter uma personagem central, em redor da qual tudo funciona.

wire2The Wire tem dezenas de pequenas personagens, como na vida: McNulty, o polícia de origem irlandesa, muito dado a grandes bebedeiras, com uma vida pessoal “fucked up” e uma obsessão – apanhar Stringer Bell, o negro “drug dealer” que se quer transformar num “business man”, através do “real estate”; Avon Bakersdale, o gangster traficante, que não quer ser outra coisa senão gangster; Omar, o gangster solitário, homossexual assumido, duro, sem misericórdia, mas com um código ético muito próprio; Daniels, o líder do grupo especial que realiza as escutas, cheio de dúvidas acerca da profissão; os diversos membros da equipa, cada um com a sua história pessoal e a sua visão da vida e da profissão.

Enfim, a legião de pequenas personagens, quer do lado das autoridades, quer do lado dos “bandidos”, é tão vasta que se confunde com a realidade.

Por isso mesmo, The Wire me parece uma das séries mais conseguidas, porque mais próximas da vida real.

A 2ª temporada tem o porto de Baltimore como pano de fundo, com o sindicato dos estivadores e as suas ligações com o contrabando, liderado pelos gregos. Mas, como segunda história, continua o tráfico de droga, com Avon detido, mas Stringer Bell a dominar os negócios e a tentar modernizá-los, ligando-se a senadores e a outras pessoas “sérias”.

wire3Na 3ª temporada, um dos chefes da polícia farta-se de ser criticado por não conseguir baixar a taxa da criminalidade e decide, sem dar cavaco a ninguém, empurrar os traficantes e os consumidores para três bairros, deixando-os comprar e vender í  vontade e limpando o resto da cidade. Claro que a criminalidade baixa, mas a ideia não é muito bem aceite pelas restantes forças vivas da cidade. Entretanto, Daniels e a sua equipa continua o cerco a Bell, não o conseguindo apanhar porque Omar chega primeiro.

Cinco estrelas!

Bones – 3ª temporada

bones3O agente do FBI, Booth e a patologista Temperance Brennan, conhecida como “Bones”, estão mortinhos para saltarem um para cima do outro, mas nenhum deles dá o primeiro passo. Esta tensão erótica, semelhante í  que existia entre David Addison (Bruce Willis) e Maddie Hayes (Cybill Shepperd), na série Moonlighting (Modelo e Detective, 1985-89), é o principal atractivo da série.

O resto, são argumentos mais ou menos imaginativos, com corpos mais ou menos desfeitos, em que só se aproveitam alguns ossos.

Os últimos dois episódios reflectem alguma atrapalhação e confusão mental por parte dos argumentistas e a 3ª temporada termina muito em baixo.

The Wire – 1ª série

wire1Há muito tempo na lista, só agora surgiu a oportunidade de ver a 1ª época desta série da HBO, criada por David Simon.

Sabendo que a série não tem muita publicidade e que os actores são pouco ou nada conhecidos, temo que admitir que The Wire é uma excelente surpresa.

A acção passa-se em Baltimore, nas zonas mais pobres dos bairros sociais, onde a droga impera. Um polícia, McNulty, está decidido a acabar com um bando de passadores de droga, todos afro-americanos, que não olham a  meios para passar os seus produtos.

McNulty consegue que os seus chefes criem uma pequena força policial que se vai dedicar, exclusivamente, a tentar apanhar Avon Barksdale e o seu bando.

Mas parece que a hierarquia está mais interessada em que McNulty falhe nos seus intentos, porque o dinheiro da droga pode levar a outros lados, nomeadamente ao financiamento de alguns senadores.

Se eu vivesse em Baltimore, sentiria vergonha ao ver esta série, pois parece que a maior parte dos polícias e procuradores públicos, ou são corruptos, ou incompetentes.

Não cedendo í  violência gratuita, nem aprofundando muito as vidas privadas das muitas personagens – apenas nos dando traços gerais, o que nos permite sermos nós a completar o desenho da personagem – The Wire é uma excelente série policial, que vale a pena seguir (parece que já vai na quinta e última época).

“The Hoax”, de Lasse Hallstrom

hoaxO Diário de Notícias e o Público ofereceram uma série de dvd nas últimas semanas.

Cada vez mais, os jornais e revistas tentam captar mais compradores, não através das notícias e reportagens que publicam, mas graças aos brindes.

O DN, por exemplo, oferece, agora, aos domingos, utensílios de cozinha!

Adiante.

O que fazer com estes dvd oferecidos? Guardá-los para uma noite de chuva ou vê-los.

Este “The Hoax”, é uma seca.

Richard Gere interpreta o papel de Clifford Irving que, em 1971, tentou ludibriar a McGraw-Hill e a Life, garantindo que tinha em seu poder a autobiografia de Howard Hughes, o famoso milionário obsessivo-compulsivo que, nos últimos anos da sua vida se fechou em casa, nunca mais aparecendo em público.

Claro que era tudo mentira.

O filme até podia ser interessante mas as personagens de Irving e do seu amigo e co-autor da burla (Alfredo Molina) não têm substância e a história é contada aos repelões, nunca conseguindo agarrar o espectador.

“Monster’s Ball” de Marc Forster

monstersballGosto destes filmes americanos, com o ritmo lento das grandes planícies e as histórias aparentemente simples de pessoas muito perturbadas.

Billy Bob Thornton faz o papel de Hank, um guarda prisional que trabalha no corredor da morte.

O filho de Hank (Heath Ledger) também lá trabalha, mas não tem estí´mago para aquilo. Um dia vomita, ao transportar um condenado para a cadeira eléctrica e o pai humilha-o, em frente aos outros guardas.

O rapaz suicida-se, com um tiro no peito, sentado no sofá da sala, entre o pai e o aví´ (Peter Boyle), também ele guarda prisional, já reformado, com uma bronquite crónica dependente de oxigénio, racista até í  quinta casa.

Halle Berry é Letícia, a mulher do condenado que é frito na cadeira eléctrica. Tem um filho com cerca de 8 anos, mas que pesa mais de 80 quilos e está sempre a comer chocolates. Morre atropelado e, depois disso, Letícia e Hank conhecem-se e acabam por viver juntos.

Ela ganhou um óscar, talvez pelo modo muito competente como o seu corpo serpenteia em cima do de Billy Bob, ou pela expressão de felicidade/sofrimento que ostenta, quando ele lhe faz um minete demorado e, pelos vistos, muito gratificante.

Depois disso, ele vai comprar gelado de chocolate.

Parece-me apropriado…

“Youth Without Youth”, de F. F. Coppola

youthwithoutyouthOnde está o Coppola de “Apocalipse Now” ou da trilogia “Godfather”?

Ficou lá para trás.

Agora, parece estar apanhado pela regressão a vidas passadas, duplas personalidades e fenómenos para-normais.

Este “Youth Without You” (2007) conta-nos a história de um linguista (Tim Roth) que, aos 70 anos, é fulminado por um raio. Sobrevive miraculosamente e, quando recupera a consciência está 40 anos mais novo.

Está bem, abelha. Não tenho paciência.

A ideia central (um tipo que rejuvenesce, em vez de envelhecer), é também a base do “Curious Case of Benjamin Button”. O problema é que, no filme de Coppola, a coisa é levada a sério, mete nazis, línguas egípcia e suméria e confesso que adormeci no fim…

“In the Land of Women”, de Jonathan Kasdan

inthelandofwomenUm jovem argumentista de filmes de gosto duvidoso (Adam Brody), está em crise criativa, depois de ter sido deixado pela namorada. Decide ir passar uns tempos a casa da avó (Olympia Dukakis), que teima em dizer que está a morrer.

Na casa em frente, mora um casal quarentão, também em crise.

Ela (Meg Ryan com a cara tão espalmada como a Manuela Moura Guedes – devem ter tido o mesmo cirurgião plástico), acabou de descobrir que te cancro da mama.

A filha mais velha da quarentona (Kristen Stewart), também está em crise, como todos adolescentes.

A mãe e a filha acabam por beijar o argumentista, em momentos diferentes, mas a coisa não passa daí.

É um filme soft, entre a comédia e o drama, mas sem muita chama, embora politicamente correcto.

Se tivesse um pouco mais de humor, poderia ser um filme desinspirado do Woody Allen.

“Little Children”, de Todd Field

littlechildrenE aqui está mais um exemplo de cretinice na tradução. “Little Children” transformou-se em “Pecados Íntimos”. Porquê? Para chamar mais espectadores í s salas de cinema, para verem a Kate Winslet a ser comida pelo Patrick Wilson?

É que “Criancinhas” seria o título ideal. Além da filha de Sarah (K. Winslet) e do filho de Brad (P. Wilson), que são miúdos com 3-4 anos, os seus pais, no fundo, também se comportam como criancinhas, iniciando uma relação baseada na fantasia.

De facto, nem Sarah vai nunca conseguir libertar-se do seu marido, um bem sucedido homem de negócios, que se masturba perante sites pornográficos, como se fosse um puto, nem Brad, que já chumbou duas vezes no exame í  Ordem de Advogados, vai conseguir libertar-se da sua mulher Kathy (soberba Jennifer Connelly), que o sustenta, realizando documentários para a televisão.

Como segunda história, um pedófilo, recém-libertado da cadeia, e um ex-polícia, reformado compulsivamente porque matou, a tiro, um adolescente, acidentalmente, estão em guerra

No fundo, todos são imaturos e, sublinhando isso mesmo, o filme passa a maior parte do tempo na piscina e no parque infantil.

Vale a pena ver, quando mais não seja pelos olhos da Jennifer Connelly e pela interpretação da Kate Winslet.

Soap – 1ª série

soap1Chester Tate anda enrolado com a secretária e realiza negócios escuros. Jessica Tate é tão ingénua que até dói, mas engana Chester, dormindo com o professor de ténis, acabando por ser acusada da sua morte. Corine, filha adoptiva de Chester e de Jessica é filha verdadeira da sueca Hilda, está apaixonada por um padre católico, mas também vai para a cama com o mesmo professor de ténis. O pai de Jessica, sempre fardado, pensa que a 2ª Grande Guerra ainda não terminou. Mary, irmã de Jessica, tem dois filhos: Danny, que está envolvido com a mafia e Jodie (Billy Crystal), que é homossexual. O marido de Mary, Burt (Richard Mulligan), pensa que pode tornar-se invisível, fazendo estalar os dedos. tem dois filhos de um anterior casamento: o tal professor de ténis, que acaba morto e Chuck, que é ventríloquo e anda sempre com o seu alter ego, o boneco Bob. Burt assassinou o primeiro marido de Mary, mas ninguém sabe.

Confusos?

Deixarão de estar depois de (re)verem a 1ª série de SOAP, de 1977 e que foi um marco nas séries de comédia norte-americanas.

Por cá, resolveram chamar-lhe “Tudo em Família” e, depois, quando “All in the Family”, de Archie Bunker, se estreou, tiveram que lhe chamar “Uma Família í s Direitas”.

Parvoíces.

Soap é propositadamente idiota, mimetizando as telenovelas (conhecidas como “soap”), as suas voltas e reviravoltas.

Do elenco, destaca-se Richard Mulligan, um verdadeiro personagem.