PAC pior que Sheltox

Um grupo de cientistas da Universidade de Liverpool elaborou um estudo para a Organização Mundial de Saúde, segundo o qual, a Política Agrícola Comum foi responsável pela morte de mais de 12 mil pessoas, todos os anos, nos países da União Europeia, pelo menos, até 2004, quando a UE era apenas a 15.

Exceptuando os cigarros, os principais factores de risco para doença cardiovascular são a tensão elevada e o colesterol e a PAC subsidiou, ao longo dos anos, a produção de carne, de leite e de manteiga. A PAC pode ser considerada como «um sistema desenhado para matar os europeus através de doenças coronárias» (palavras do estudo, citadas pelo DN).

Nos anos 60/70, o slogan do Sheltox, contra baratas e formigas, era “Mata que se farta”.

Pelos vistos, a PAC mata mais que o Sheltox!

A sério: a PAC pode ser uma grande treta, uma grande negociata – mas daí a considerá-la responsável pela morte de milhares de europeus, só porque subsidiou a produção de alimentos gordos, parece-me um pouco exagerado, tipo teoria da conspiração.

É como dizer que Durão Barroso é o culpado de milhares de mortos, no conflito do Iraque, porque recebeu, nos Açores, Bush, Aznar e Blair.

E daí…

Afinal, as rapidinhas não prestam?

Sexólogos americanos conduziram um estudo, agora publicado no Journal of Sexual Medicine, que pretende esclarecer o que se entende por uma boa queca.

Como sou demasiado preguiçoso para procurar o estudo na Net, tenho que me contentar com as referências ao mesmo, publicadas na imprensa portuguesa.

E aí é que a porca torce o rabo.

Se eu acreditar no Diário de Notícias, se a queca (considerando, apenas a penetração, o que é pouco. Sempre.) demorar 1 a 2 minutos, é «demasiado curto»; se demorar 3 a 7 minutos, é «adequado»; se durar de 7 a 13 minutos, é «desejável»; se se prolongar por mais de 13 minutos, é «demasiado longo».

No entanto, se eu me fiar no Sexta-feira (semanário de distribuição gratuita – e há sempre que desconfiar do que é de borla…), «três a treze minutos é o tempo ideal para o acto sexual (…); não é preciso uma relação longa para satisfazer uma mulher». E para satisfazer um homem? Ou para satisfazer duas mulheres? O jornal não esclarece, mas acrescenta: «conclui-se também que dez a 30 minutos é uma relação demasiado longa». O que terá acontecido aos 13 minutos, referidos pelo DN?

Divergências í  parte, ambos os jornais concordam que uma penetração sexual que dure entre um a dois minutos, é pouco satisfatória.

É o fim do velho Pepe Rápido!

Um gato especial

No Steere House Nursing and Rehabilitation Centre, em Providence, nos EUA, há um gato chamado í“scar que sabe qual é o doente que vai morrer a seguir.

Segundo um estudo publicado no New England Journal of Medicine, citado pelo Público, o gato dá uma volta pelas enfermarias, vai cheirando os doentes acamados, quase todos com Alzheimer ou Parkinson e, de vez em quando, sobe para a cama de um deles e enrosca-se no doente e ali fica, até que o doente morra.

Os autores do estudo garantem que o í“scar já fez isto, pelo menos, 25 vezes, o que foi óptimo para os doentes que estavam em lista de espera para entrar na Instituição. Enfim, óptimo é uma palavra demasiado forte, porque se os doentes do Steere House tiverem acesso a este estudo, das duas, uma: ou pedem transferência para outra casa de saúde, ou matam o sacana do gato. Pelo menos, os doentes com Parkinson – já que os que sofrem de Alzheimer, mesmo que tenham lido o artigo, já se esqueceram dele.

David Sosa, geriatra autor do estudo, afirma que o gato responderá a cheiros – será o famoso cheiro da morte?

Nicholas Dodman, especialista em comportamento animal, diz que o gato, provavelmente, salta para a cama do moribundo em busca do cobertor aquecido com que as enfermeiras costumam tapar os doentes em fase terminal.

De qualquer dos modos, embora eu goste de gatos, dispenso os desta espécie.

Cagarros com GPS

“A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves está a colocar GPS nos cagarros das ilhas de Santa Maria e do Corvo, para estudar as suas deslocações no mar e identificar as áreas marinhas mais importantes para as aves”, diz o Público de ontem.

Cagarros controlados por GPS.

Vejam bem onde já chegou a perseguição aos fumadores.

Depois dos cigarros, os cagarros.

Um fumador já nem se safa com truques fonéticos: nunca mais poderei dizer “vou ali fora fumar um cagarro”, que logo o GPS me detecta!

Chegou a vez do sexo oral

Um grupo de cientistas engraçadinhos da Escola de Saúde de John Hopkins, Baltimore (a mesma onde se formou o Dr. House), chegou í  conclusão que fazer sexo oral aumenta a probabilidade de se contrair cancro na garganta.

Já não bastava o tabaco e o whisky – agora também já não podemos dar beijinhos da pilinha ou no pipi das nossas companheiras(os)!

Segundo o estudo que os engraçadinhos realizaram, os indivíduos que tiveram sexo oral com um a cinco parceiros, têm o dobro das possibilidades de contrair cancro da garganta, em relação aos que (idiotas!) nunca praticaram sexo oral.

Esta conclusão é um pouco perversa. Quer dizer, se eu já coloquei a minha língua no pipi da minha namorada, tenho o dobro do risco de ter cancro. Portanto, já agora, perdido por cem, perdido por mil: vou mas é colocar a minha língua nos pipis de mais quatro meninas. O risco é o mesmo! Mais é que não! Segundo o mesmo estudo, se praticares sexo oral com mais de seis parceiros, as hipóteses de cancro sobem 250%!

A culpa de tudo isto parece ser do vírus do papiloma humano que, pelos vistos, também se pode transmitir através do sexo oral.

E o mais engraçado (ou trágico?) do estudo, é que os cientistas tiveram o cuidado de fazer um inquérito a todos os indivíduos estudados, a fim de não enviesar os resultados com o eventual consumo de tabaco e álcool que, como se sabe, são os maiores responsáveis por cancros da garganta (ou eram?).

Portanto, agora, para além de termos, em locais públicos, sítios especiais só para fumadores, passaremos a ter, também, áreas restritas para praticantes de felacio e de cunilingus.

Eu tenho andado a avisar…

Preferir sempre as carnes doentes

Um grande estudo norte-americano, publicado no Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, afirma que os nitritos presentes nas carnes curadas, aumentam o risco de desenvolvimento de doenças pulmonares obstrutivas crónicas.

Quer dizer: podes não fumar mas, se fores um lambão por bacon, arriscas-te a ter bronquite crónica, tal e qual como um fumador.

Os cientistas da Universidade de Colúmbia, Nova Iorque, estudaram sete mil norte-americanos, ao longo de seis anos, e chegaram í  conclusão que os que consumiam carne curada, pelo menos, 14 vezes por mês, tinham a sua função pulmonar degradada.

Já se sabia que a carne era fraca.

Agora fica-se a saber que a carne, mesmo curada, faz mal aos brí´nquios.

Vou fumar mais um cigarrinho enquanto medito sobre esta descoberta.

Criança triste, criança alegre

Segundo um relatório da Unicef, divulgado ontem, uma em cada cinco crianças portuguesas diz que está triste.

Todos os órgãos de comunicação social parecem chocados com este resultado. Não percebo porquê.

Com o aumento do desemprego, o deficit, os cortes nos benefícios sociais, a eliminação do Benfica, pelo Varzim, a continuação de Carmona í  frente da Câmara de Lisboa e Salazar í  beira de ser votado o melhor português de sempre, o que me admira é que, em cada cinco crianças portuguesas, haja quatro felizes!

Aliás, este relatório da Unicef é altamente preconceituoso.

Por exemplo: não é a gravidez, uma fase da vida tão bonita para qualquer mulher, a taxa de natalidade não está a baixar perigosamente, não é verdade que, qualquer dia, não há população activa em quantidade suficiente para pagar as reformas aos velhotes? Então, qual é o mal de Portugal ser o terceiro país da Europa com maior taxa de gravidez na adolescência, sendo apenas suplantado pela Hungria e pela Inglaterra? Não deveríamos ter mais grávidas – e quanto mais cedo, melhor?

Outro exemplo: parte-se do princípio, altamente discutível, que a escola é uma coisa boa. É apenas mais um preconceito. E o relatório da Unicef diz que, no que respeita í  educação, Portugal está em último lugar, na tabela dos 21 países estudados.

No entanto, se partirmos do princípio que a escola é uma seca, é normalizadora, que incute nas crianças os valores burgueses da classe dominante, então, os nossos putos estão de parabéns, porque são os que mais se borrifam para a escola, isto é, os que se revoltam contra essas regras arbitrárias de que é preciso saber ler e escrever e contar, para ser alguém na vida.

O relatório assinala, ainda, que Portugal é o país onde mais crianças são vítimas de “bullying”. Note-se que, dos 21 países estudados, também faz parte os Estados Unidos onde, de vez em quando, há uns rapazinhos que resolvem entrar lá na escola deles e matar uma série de colegas e professores. Apesar disso, os americanos queixam-se menos de “bullying” do que os portugueses.

Várias conclusões a tirar: ou os americanos não confundem “dying” com “bullying”, ou os putos portugueses são uns queixinhas, logo desde pequeninos e não toleram que lhes chamem “peida gadocha”, “caixa de óculos” ou “pernas de alicate” e acham logo que isso é “bullying”.

Aliás, se Portugal está em primeiro lugar, no que diz respeito ao “bullying”, não se percebe por que raio não inventou um termo português para esta treta.

“Porrada”, por exemplo, é um excelente termo.