Dias Loureiro – um herói do nosso tempo

Finalmente, a justiça foi feita!

Dias Loureiro, esse grande símbolo da transparência nos negócios, nomeadamente no que respeita ao BPN, foi reabilitado perante a opinião pública, pela voz do nosso formidável primeiro-ministro.

Quando visitava Aguiar da Beira, terra natal do Sr. Dias, Coelho disse:

“(Dias Loureiro) conheceu mundo, é um empresário bem-sucedido, viu muitas coisas por este mundo fora e sabe, como algumas pessoas em Portugal sabem também, que se nós queremos vencer na vida, se queremos ter uma economia desenvolvida, pujante, temos de ser exigentes, metódicos”

dias loureiroPortanto, se queremos vencer na vida, o que temos que fazer é, em primeiro lugar, estar no Partido certo, depois, conseguir ser ministro, cultivar as amizades certas e, depois de sair do Governo, continuar a ser tratado por “monsieur, le ministre”, nomeadamente em Marrocos, onde conseguiremos, desse modo, um grande negócio de fornecimento de água, graças ao qual poderemos ganhar o nosso primeiro milhão.

Depois, é só comprar acções de um banco, tipo BPN, a um preço muito em conta, e, quando rebenta a bernarda, não ter mais do que 5 mil euros na nossa conta.

Temos que ser metódicos, como diz o Coelho.

E por isso, os imóveis e outros bens estarão, sempre, em nome de familiares – mas isso é crime?

Não, é exigência.

Dias Loureiro, segundo Passos Coelho, viu mundo.

Nós, quando muito, vemos Braga por um canudo.

Pires há muitos, seu palerma!

Ficou tudo muito indignado com a prestação do ministro da Economia no Parlamento.

Pires de Lima falou, com voz arrastada, sobre as taxas e as taxinhas que António Costa pretenderá criar para sacar mais dinheiro aos contribuintes.

Sugeriu-se que Pires de Lima estivesse com os copos.

Mentira!

Pires só bebe pela garrafa!

—

Além disso, há que concordar que o homem é original.

Conheço pires de plástico ou de porcelana.

De lima?

Nunca ouvi falar…

No fundo, o homem apenas queira fazer-nos rir. Conseguiu.

pires de lima2

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A Matemática do Crato

Em 2008, o professor de Matemática Nuno Crato publicou um livro com o título “A Matemática das Coisas”.

Nuno Crato livroUma amiga ofereceu-mo, mas confesso que nunca o li. Não que tivesse algum preconceito contra o professor do ISEG, mas apenas porque nunca fui muito amigo da Matemática e ela também nunca gostou muito de mim.

O livro reúne pequenas histórias, mais ou menos relacionadas com a Matemática, que Nuno Crato publicou no Expresso.

No final do prefácio, assinado pelo próprio, diz-se: «as histórias matemáticas são histórias de sucesso».

Um coisa boa já resultou da bagunça que se vive no Ministério de Crato: fui buscar o livro a uma das minhas estantes e aproveitei para limpar-lhe o pó.

Ao livro, claro…

Portanto, estava convencido que Nuno Crato, além de professor de Matemática e de Estatística era, também, de certo modo, escritor.

Confesso, portanto, que fiquei um pouco surpreendido quando o vejo fazer parte do ministério de Passos Coelho, como ministro da Educação.

Não é habitual professores-escritores aceitarem meter-se nessas andanças, embora haja antecedentes.

Recorde-se que o Governo de Sócrates também teve uma ministra da Educação escritora e uma ministra da Cultura pianista.

Mas são as excepções.

Temos, portanto, que Crato é professor, escritor e ministro.

Mas eis que uma fórmula matemática lixa Crato e instala-se o caos na colocação de professores.

Hoje mesmo, no Pública, relata-se o caso de um professor que ficou colocado em 75 escolas, mesmo depois de ter desistido do concurso!

Crato pediu desculpa, já sabemos.

E o Diário de Notícias enche a segunda página da edição de hoje com revelações sobre o que se passa no Ministério.

O subtítulo da notícia é: «Gabinete do ministro é a sala de operações onde juristas e técnicos tentam resolver os problemas dos concursos».

Sala de operações?

Então, Crato, além de professor, escritor e ministro, é também cirurgião?

Só que o título da notícia cita uma frase proferida por Crato: «Temos aqui um fogo e vou ter de ser eu a apagá-lo!»

Ora toma!

Afinal, Nuno Crato é professor, escritor, ministro, cirurgião e bombeiro!

“A Matemática das coisas”?

Não – coisas da Matemática!…

nuno crato erro