Hóstias para Venezuela!

A Páscoa aproxima-se e a Venezuela não tem farinha, nem para hóstias!

—Segundo, a freira Concépcion Gómez, superiora das Servas de Jesus, em Caracas, “se não há farinha, não há hóstias, e sem hóstias não há eucaristia”, que é como quem diz “sem dinheiro, não há palhaços e, sem palhaços, não há circo”.

De facto, o que neste momento deve preocupar mais os venezuelanos, é o facto de não haver farinha que chegue para as hóstias.

O pão e os bifes que se lixem!

Segundo a freira, a produção diária costuma ser de 80 mil hóstias diariamente mas, sem farinha, o parabólico corpo de deus não pode ser fabricado.

Culpa dos portugueses, pois claro!

A maioria das padarias na Venezuela são propriedade de portugueses e os malandros parece que andam a desviar a farinha para o fabrico de croissants e bolos, em vez de a cederem para as sagradas hóstias!

Com croissants e bolos se enganam os tolos!

Diz a notícia que, em algumas paróquias, as hóstias têm que ser racionadas, divididas em quartos, o que quer dizer que cada católico só tem direito a receber um quarto do corpo do Senhor, o que cria alguns embaraços, como se pode imaginar…

Agora que se aproxima a visita do Papa a Portugal, seria uma boa altura de os católicos portugueses se solidarizarem com os seus congéneres venezuelanos. Bastava que cada peregrino que vai a Fátima ver o Papa, cedesse a sua hóstia a um venezuelano.

Na Venezuela, está em curso uma campanha “doe a farinha, por amor de Deus”.

Em Portugal – e mostrando a importância de termos mais dois candidatos a santos – poderíamos iniciar a campanha “não engula a sua hóstia – envie-a para Caracas, caraças!”

Aqui fica a sugestão.

Não comam amendoins servidos em taças nem enfiem telemóveis no cu!

A recente epidemia de hepatite A dá direito a grandes dislates.

Facto: a hepatite A transmite-se por via fecal-oral.

Quando comecei a trabalhar como médico, em 1978, ainda apareciam alguns casos raros, relacionados com os muitos bairros de barracas que existiam em Lisboa e arredores, a inexistência de esgotos, a pobreza extrema de um país a sair ainda de um atraso de décadas.

As condições sanitárias melhoraram progressivamente e os casos de hepatite A tornaram-se episódicos.

Voltaram agora, aparentemente relacionados com práticas sexuais que envolvem múltiplos contactos e pouca higiene.

Ora, se a transmissão do vírus se faz por via fecal-oral, o excelente jornal Sol, chega a esta conclusão:

—

Sim, de facto, se eu estiver infectado, for í  casa de banho cagar, limpar o cu e, de seguida, sem lavar as  mãos, for comer amendoins servidos numa taça e se, depois, outra pessoa qualquer, comer amendoins dessa mesma taça, essa pessoa pode apanhar hepatite A.

Do mesmo modo, se eu estiver infectado com o vírus da hepatite A e tiver o péssimo hábito de enfiar o meu telemóvel no cu e, depois, o emprestar a outra pessoa, posso estar a transmitir-lhe o vírus.

Ora se fossem dar banho ao cão (com as mãos lavadas, claro)!

O holandês invejoso

Jeroen Dijsselbloem é um invejoso.

Já toda a gente sabe que ele disse que não se pode gastar o dinheiro todo em álcool e mulheres e, depois, vir pedir dinheiro emprestado.

E eu só quero perguntar-lhe: porquê?

Por que raio não se pode gastar o dinheiro todo em álcool e mulheres?

E o que tem de mal ir, depois, pedir dinheiro emprestado?

Onde está escrito que isso está errado?

Seria correcto, por exemplo, gastar o dinheiro todo em doces e panados de frango?

Ou gastá-lo todo em canabis e rapazinhos imberbes?

Ou então, aproveitar o trabalho dos outros e ir lá colher os frutos, como fizeram os holandeses da Liga Hanseática, depois dos portugueses se terem desleixado com os copos e as gajas?

Ou ainda, sacar as empresas dos outros e cobrar-lhes os impostos?

É bom que o nome de Dijsselbloem fique registado porque o tipo há de aparecer por aí, no Algarve ou em Ibiza, nem que seja quando estiver reformado.

Nessa altura, a gente conversa.

—

 

Now I’m 64!

Quando eu tinha 15 anos, os Beatles editaram o famoso Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band.

Uma das canções desse álbum, When I’m 64, não me tem saído da cabeça há vários dias, por duas razões: por um lado, porque a canção é orelhuda, daquelas que entram no ouvido e de lá não querem sair, e por outro porque completei ontem 64 anos.

Quando compuseram esta canção, Lennon e McCartney tinham 28 e 26 anos e deviam achar que chegar aos 64 anos era algo de tão longínquo, que eles próprios questionavam: will you still feed me, will you still need me, when I’m 64.

Pois meus amigos, I still need you, I still feed you, I still many things more…and I’m 64!

Em verdade vos digo que ter 64 anos não é nada de especial: continuo a fazer as mesmas coisas que fazia, mas com mais habilidade. E deixei de fazer uma coisa importante, que foi fumar, e comecei a fazer outra, muito melhor, que é correr – ainda hoje corri a minimaratona de Lisboa em 51 minutos, a 6 minutos e 33 segundos por quilómetro.

Portanto, se estão com medo de envelhecer, não estejam e dou-vos apenas um conselho: não se ralem com ninharias.

Leituras aconselhadas: 62 anos e 63 anos.

A Caixa – quadras soltas

Mário Centeno
Por causa da Caixa
Bebe veneno
E mete baixa

António Costa
Sempre a sorrir
Ignora a bosta
E é sempre a abrir

Quanto ao Marcelo
Um pouco enrascado
Alisa o cabelo
E apascenta o gado

O Passos Coelho
Tão indignado
Parece um fedelho
De risco ao lado

A Cristas, então
Muito zangada
Quer demissão
Não quer mais nada

E nós que deixamos
na Caixa, poupanças
em vão gritamos
abaixo as caganças!

E mesmo sem rimar
o que não é grande perda
deixem-me em paz
e vão todos í  merda!

Jerónimo, aproveita agora!

Factos:

1. O governo de António Costa conseguiu assinar um acordo com os patrões e os sindicatos da UGT para aumentar o salário mínimo nacional, a troco de uma descida da TSU para as empresas.

2. O governo de coligação PSD/CDS já tinha feito o mesmo há dois anos.

3. O PCP e o BE sempre foram contra a descida da TSU das empresas; dizem que, deste modo, os patrões vão continuar a pagar salários mínimos porque isso lhes dá benefícios e que é o Orçamento do Estado que fica a pagar a descida da TSU.

4. O PCP vai apresentar, na Assembleia da República, uma proposta para anular a descida da TSU e, portanto, inviabilizar o acordo alcançado entre patrões e UGT; o Bloco de Esquerda, apoia esta iniciativa.

5. O PSD também votará ao lado do PCP e do BE.

Porque sim.

Claro que já aconteceu no passado. Todos se recordam que o governo do Sócrates foi derrubado por uma coligação de PCP, BE, PSD e CDS.

O ressabiado Passos Coelho disse que votará ao lado do PCP e do BE porque se os da chamada geringonça não se entendem, por que raio há de ser ele a ajudá-los.

Portanto, não vota porque acha que é errado baixar a TSU, ou subir o salário mínimo.

Vota a favor do PCP e do BE apenas por raiva por lhe terem tirado o poleiro.

Jerónimo de Sousa, se estás a ler este texto, ouve o que te digo e aproveita agora: apresenta no Parlamento uma moção a favor da saída de Portugal do euro, que é uma coisa que vocês, comunistas, há muito defendem.

Sabemos que o PS quer continuar no euro, mas certamente que o PSD votará ao vosso lado, só para foder o Costa!

Aproveita, Jerónimo, não sejas palonço!

—

Vamos acabar com 2016, antes que ele acabe connosco!

Todos os anos morrem milhões de pessoas.

Pensem nisto durante alguns segundos: milhões!

Por exemplo: vítimas de acidentes de viação, em Portugal, nos primeiros 6 meses do ano ““ 240!

Claro que a Síria bate todos os recordes, ultrapassando, de longe, os que morreram afogados, no Mediterrâneo.

Quedas de aviões, atentados terroristas, vítimas de sismos ou cheias, mortos em combate, epidemias, incêndios.

Mas no que respeita í  música, este ano foi mesmo muito mau, carago!

David Bowie, Prince, Leonard Coen, George Michael, Greg Lake e Keith Emerson (dos Emerson, Lake and Palmer), Rick Parfitt (dos Status Quo), Pierre Boulez, Maurice White (dos Eart, Wind and Fire), George Martin (o quinto Beatle), Gato Barbieri, Peter Burns (Dead or Alive), Glen Frey (dos Eagles).

Não nos bastava o Brexit ou o Trump!

Salvam-nos o Costa, com aquele ar de Buda-Sempre-Feliz e o Marcelo, í  beira de conseguir o principal objectivo da sua presidência: tirar uma “…marselfie” com cada um dos portugueses.

Por mim, estás despachado, Marcelito!

—

 

Vestir um fato de Domingues

Sou do tempo em que se considerava que vestir uma roupinha nova e elegante, era vestir fato de domingo.

Vestia-se fato de domingo para ir í  missa ou para ir ao médico, por exemplo.

Sou também do tempo em que se dizia que as pessoas que falavam com palavras difíceis, usavam palavras de 7 mil e 500 (escudos?… acho que sim…).

Vem isto a propósito das afirmações de António Domingues, ex-Presidente da Caixa Geral de Depósitos que, depois das trapalhadas em que esteve envolvido, decidiu explicar-se em comunicado.

Diz ele que foi vítima de um:

“turbilhão mediático politicamente instrumentalizado e frequentemente a resvalar para a demagogia populista”

Ora quem diz isto, poderia também dizer:

“foguetão electro-estático realmente formalizado e justamente a descambar para a alergia realista”

Ou, melhor ainda:

“cagalhão majestático intrinsecamente idealizado e bruscamente a escorregar para a aerofagia moralista”.

cgd