Adoramos ir à faca!

O Diário de Notícias titula, em manchete a vermelho: “Bónus a médicos fez disparar cirurgias, mas um terço dos doentes é operado tarde demais”.

Fiquei preocupado.

Será que um terço dos portugueses, apesar de serem operados, já não tiveram salvação possível e morreram?

Parece que não.

Na página 12, o título é mais moderado: “Incentivos a cirurgias permitem recordes em 2023, mas 30% ainda são tratados fora de tempo”.

Isto é: um terço dos operados esperam mais tempo para ser operados do que o recomendado. No entanto, dizer que são operados “tarde demais”, é apenas mais um sintoma do populismo que tomou conta dos órgãos de comunicação social.

Ignorando mais este título exagerado do antigamente circunspecto Diário de Notícias, gostaria de me deter neste número impressionante: em 2023, 758 mil portugueses foram operados e, nos primeiros quatro meses deste ano, já foram operados mais 246 mil. Por outras palavras, um milhão de portugueses operados em menos de ano e meio!

Operar 1% da população em menos de ano e meio, é obra, caramba!

Gostamos mesmo de ir à faca, porra!

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