15 anos de Emergency Room

A série televisiva ER, estreou na NBC, a 19 de Setembro de 1994 e manteve-se durante 15 temporadas; o último episódio foi para o ar a 2 de Abril de 2009.

O seu criador, Michael Crichton (1942-2008), era um médico que nunca exerceu medicina e que ficou conhecido por ter 2 metros e 6 centímetros de altura e por ser autor de diversas novelas que, adaptadas ao cinema, se tornaram êxitos instantâneos, como “Jurassik Park” e “Andromeda Strain“.

Crichton morreu de linfoma, um ano antes do final da série que ele criou, com a ajuda de Steven Spilberg, produtor da primeira temporada.

Na verdade, Crichton só escreveu os três primeiros episódios, mas a concepção de toda a série é de sua autoria: a acção decorre nas urgências de um hospital público de Chicago, onde acorrem todo o tipo de doentes, desde baleados a vítimas de frieiras.

Por razões pessoais, ER foi a série televisiva que mais me marcou.

Séries de médicos, sempre houve, desde o velho Dr. Kildare, ao actual House, mas ER é a única que tem verosimilhança, embora as últimas temporadas sejam já muito romanceadas, aproximando-se mais do estilo soap opera.

Uma das características de ER é a sua cinematografia. Um doente chega, transportado numa maca e rodeado de paramédicos, um deles, encavalitado no doente, fazendo-lhe massagem cardíaca; rapidamente, médicos e enfermeiros da urgência acercam-se do doente e fazem perguntas rápidas, que são respondidas pelos paramédicos, as circunstâncias do acidente e os sinais vitais são relatados em frases curtas e incisivas, um dos médicos dá ordens claras e precisas e corre a assistir o próximo doente, a câmara acompanha-o, novo diálogo rápido com outra equipa de paramédicos e a câmara continua a acompanhar o médico que, entretanto, já deu a volta toda ao cenário. A cena decorre sem nenhum corte aparente, o que ainda dá mais emoção à acção.

Esta maneira de filmar conferiu a muitos episódios do ER mais suspense e emoção do que muitos filmes de aventuras.

Ao longo de 15 anos, a série foi perdendo algumas das suas figuras míticas, a começar pelo pediatra Dr. Ross, interpretado por George Clooney. A enfermeira Hathaway, interpretada por Julianna Margulies (hoje, a protagonista da série The Good Wife), saiu logo a seguir, mas foi com a saída de Mark Green, o chefe das urgências, que a coisa começou a descambar. Interpretado por Anthony Edwards, o Dr. Green era o bonzinho que aguentava todos os conflitos do County Hospital e que tentava sempre o consenso. Morreu com um tumor cerebral em 2002 e deixou a série mais pobre.

Mas a machadada final foi dada com a saída de John Carter, que se manteve nas primeiras 11 temporadas. Interpretado por Noah Wyle, o Dr. Carter, literalmente, cresceu com a série.

Wyle tinha 23 anos quando começou a interpretar o papel do estudante de Medicina, John Carter, e saiu da série já com 34 anos. Voltou na 15ª temporada, desgostoso e com insuficiência renal, coitado…

Nomeada para 124 Emys, ER ganhou 23.

Acabei agora a 15ª e última temporada e, apesar de já bocejar durante alguns episódios, tenho pena de não poder ver novos episódios de ER.

 

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