Otelo e as suas duas mulheres

No próximo dia 25 de Abril, Otelo Saraiva de Carvalho vai lançar uma biografia.

De acordo com a Visão, nessa biografia, Otelo confessa viver com duas mulheres. E elas sabem.

De sexta-feira a domingo, o estratega do 25 de Abril vive com Dina, com quem se casou em 1960.

De segunda a quinta-feira, Otelo vive com Filomena, que conheceu em 1984.

Só assim se percebe por que razão Otelo não tem tempo para fazer outro 25 de Abril.

Vontade não lhe falta…

Onde estavas no 25 de Novembro?

Estava na redacção do Telejornal, ainda no velho Lumiar. Nessa altura, era jornalista.

De repente, vejo muitos tipos vestidos com camuflados a tomarem posições, no páteo, nos telhados, nas esquinas. Estavam armados. Vejo, também, alguns jornalistas, conotados com o PCP, a tomarem posições de comando, um deles, de granada na mão.

Foi quando o major Clemente interrompeu o António Santos, que estava a ler o telejornal e se dirigiu ao país. E, depois, os emissores do Porto cortaram-lhe o pio e puseram, no ar, um filme idiota com o Danny Kaye.

Sinceramente, não achei piada nenhuma ao que se estava a passar e fui-me embora.

Um golpe de Estado?

Mais um?!

À saída, nenhum dos militares que montavam guarda me importunou.

Quando cheguei a casa, disse para a Mila: “Acabou-se! Estou sem emprego!”

No dia seguinte, a RTP esteve fechada. Não houve emissão.

No outro dia, telefonaram-me: não queria aceitar o lugar de responsável pela 3ª edição do Telejornal?

Afinal, ainda tinha emprego.

E até fora promovido!

Mais um golpe de Estado e teria chegado a presidente da coisa!

Continuei jornalista da RTP até ao final de 1976, quando acabei o curso de Medicina.

Comecei a exercer medicina em janeiro de 1977 e deixei de ser jornalista.

Não estou arrependido.

Abstinentes e repetentes

Se, por um lado, houve cidadãos que decidiram não votar, e foram a grande maioria (64%), houve outros que decidiram votar duas vezes.

A televisão mostrou ontem um deles, um tal Vitor Manuel Teixeira da Costa Santos que, na sua ingenuidade, não sabia que estava a cometer um crime.

Orgulhoso da sua esperteza saloia, disse como fez: primeiro, usando o seu velho cartão de eleitor, foi votar na freguesia de onde é natural; depois, com o seu novo cartão único, votou na freguesia onde actualmente reside.

Muito contentinho, acrescentou: “E votei as duas vezes no mesmo partido!”. Depois, sorriu para a câmara, exibindo alguns dentes estragados, montou na  Famel e partiu, à desfilada, em direcção à sua freguesia natal, a Golpilheira.

País de opereta este: o autor do golpe, é natural de Golpilheira…

PS – se existe uma freguesia chamada Golpilheira, será que também haverá uma Falcatrueira e outra, Roubalheira?