A campanha a nu

disturbing-pregnancy-photos-8Joana Amaral Dias deu o mote para campanha eleitoral ao posar nua, com um gajo a agarrá-la por trás.

Fartos de comícios, arruadas, debates, cartazes e outras tretas, os portugueses aplaudiram.

Logo os restantes líderes políticos decidiram seguir o exemplo da Joana.

E assim, a Catarina Martins vai-se deixar fotografar nua, com a Mariana Mortágua a agarrá-la por trás.

Jerónimo Sousa deixar-se-á fotografar, todo nu, com a classe operária por trás.

António Costa já se está a despir para ser fotografado com o António José Seguro atrás dele.

E, finalmente, como seria de esperar, Passos Coelho, nu, será fotografado com Paulo Portas a agarrá-lo por trás.

O sexto homem e outras cenas

Não se passa nada.

Neste país em que os ministros pedem desculpa e continuam tranquilamente a ocupar os seus lugares, não se passa nada.

No PS, o Seguro deu à Costa.

Levou uma abada de 70 a 30%, meteu-se no carro com a família e nunca mais apareceu no emprego.

Mas Costa tem as costas largas e já arranjou cargos para alguns dos apoiantes de Seguro.

O PS é uma grande família feliz, só lhe falta o arroz chow chow.

Por outro lado, o Bloco está a desbloquear-se.

Aos poucos vai-se desfazendo em pequenos bloquinhos.

Quanto àquele advogado que é dois, Marinho & Pinto, parece que vai fundar um novo Partido amanhã, para comemorar o 5 de Outubro, enterrando o da Terra.

Eleito para o Parlamento Europeu, quer é as legislativas ou até ser Presidente, Dono Disto Tudo!

Por falar em DDT, o ex-presidente do BES, Salgado, apimentou esta semana com a revelação de cenas que se passaram em reuniões do Grupo Espírito Santo.

Segundo revela o i, a empresa que vendeu os submarinos a Portugal, untou a família Espírito Santo e não só.

Foram 30 milhões ao todo, mas 10 milhões ficaram nas mãos dos advogados.

Dos restantes 20 milhões, 5 milhões ficaram com a família ES (um milhão por cada um dos cinco ramos) e os restantes 15 foram repartidos pelos três administradores alemães e por uma sexta pessoa.

Claro que toda a gente quer saber quem é esta sexta pessoa que não é o Paulo Portas.

Nem pode ser o Portas porque a Comissão de Inquérito do Parlamento já chegou à conclusão de que não houve nada de ilegal na compra de material de guerra, incluindo os submarinos.

A relatora da Comissão, Mónica Ferro, apresentou-se aos jornalistas com um calhamaço de mais de 400 páginas e garantiu que nenhum membro do governo se abotoou com nenhuma gorjeta nesta história toda.

A Mónica é de Ferro!

Sobre isto, Portas nada diz.

Anda ocupado a pensar como há-de convencer Passos Coelho a descer o IRS, mas Passos tem andado ocupado a procurar os recibos do ordenado que não recebia quando não trabalhava para a Tecnoforma, no tempo em que não estava em exclusividade no Parlamento.

Enfim, em Portugal não se passa mesmo nada!

E o António Gosta?

Os resultados das eleições europeias sugerem-me as seguintes perguntas:

– O Seguro vai morrer de velho?

– Marinho e Pinto é dois?

– Se, em vez de se chamar Movimento do Partido da Terra, se chamasse Partido do Movimento da Terra, não seria o mesmo que Partido do Terramoto?

– E não foi isso que aconteceu com a votação do MPT – um terramoto?

– O Bloco bloqueou?

– Dos três deputados da CDU, que parte cabe aos Verdes: as pernas do 3º deputado?

– A Aliança Portugal é pechisbeque?

– O Garcia Pereira não há meio de Reorganizar o Partido do Proletariado?

– Marinho é diminutivo?

– O PS está triste pela vitória e o PSD-CDS está eufórico com a derrota?

– Ninguém tem coragem de divulgar os nomes dos 3 692 tipos que votaram na Carmelinda Pereira?

– O Seguro está bem seguro?

– E o António Gosta?…

 

Marques Mentes

Nunca vejo os comentário de Marques Mendes.

Não lhe reconheço know-how para se armar em comentador político.

Sempre me fez lembrar o sr. Lionel, o simpático merceeiro da minha rua – sem desprimor para este último.

Esta gente tem sempre opinião sobre tudo.

Se rebenta um cano na rua, se as laranjas andam azedas, se o seleccionador escolhe o Hugo Viana em vez do Ruben Micael, se a televisão não dá nada de jeito, se o Vitor Gaspar aumenta os impostos, se Barak Obama não é tão preto como parecia à primeira vista – eles têm sempre uma sentença para dar.

E portanto, embora nunca veja os comentário do Mendes, acabo por ter conhecimento deles através dos jornais, que fazem essa coisa fantástica que é comentar os comentários dos comentadores!

Mendes disse que  a próxima visita de Angela Merkel é “a visita da chanceler de um país amigo, de um líder da União Europeia e uma oportunidade para Angela Merkel conhecer melhor Portugal e até de ouvir as queixas dos portugueses”.

Fiquei perplexo!

Então a Merkel vem aqui, ao Monte de Caparica, ouvir as queixas da malta do Picapau Amarelo, da malta que perdeu o subsídio de desemprego ou o rendimento de inserção, dos diabéticos que deixaram de estar isentos, dos doentes dependentes que passaram a pagar 10 euros por um domicílio médico?

É Mendes, tu mentes!

A Merkel vai directa do aeroporto para a sala onde estarão reunidos os grandes economistas portugueses que foram incapazes de prever a crise que estava para vir, incluindo tu, que já foste do governo e que – tão visionário que és – não conseguiste vislumbrar a merda que vinha a caminho.

Claro que, depois de ela nos cair em cima, é fácil apontar os erros.

Disseste tu, pelos vistos, que António José Seguro é um “político de plástico”.

Olha, pá: eu não gosto do Seguro, acho, de facto, que o tipo é um pouco postiço. Mas se o gajo é um político de plástico, tu és de plasticina.

Merecias que te fizessem o que os meus netos fazem à plasticina: bolinhas.

Pequeninas…

Muito pequeninas…