Rio seco

A pescada, antes de o ser já o era.

Rui Rio é como a pescada.

Tantos anos a ser o prometido líder do PSD e, no momento em que se torna, finalmente, chefe daquele saco de gatos, ficamos com a impressão de que está de saída.

O Montenegro, o Abreu Amorim e outros, na sombra, vão-lhe fazendo a cama.

Já colocaram o colchão e os lençóis… Só falta a colcha, que deve estar para breve.

A seca também não ajuda e este Rio nunca vai chegar ao mar…

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Portugal dos Pequenitos #1

Resumo do episódio desta semana:

Rui Rio anda í  procura de casa em Lisboa, desde que foi eleito líder do PSD; enquanto não encontra, está hospedado numa hotel de 3 estrelas.

Hugo Soares, líder do grupo parlamentar do PSD, decide ir ter com Rio e coloca o seu lugar í  disposição.

Rio declina e diz que quer continuar a dormir no hotel.

Entretanto, Pinto da Costa exige ir ver os estragos na casa de banho do Estádio do Estoril.

Olhando para a racha na parede, exclama: “Já vi rachas maiores!”

Todos se riem.

A cena muda para um jovem universitário que diz que respondeu a um inquérito sobre a Sida.

Faz parte dos 27% que responderam que achavam que a Sida pode ser transmitida por um talher.

Jura que nunca mais enfia a colher na vagina das namoradas.

Logo a seguir, vemos José Sócrates combatendo os vírus informáticos que atacaram as gravações das escutas telefónicas da Operação Marquês.

Alguém fala ao telefone com alguém mas só se percebe parte do que é dito: “Está… pois…. dinheiro… emprestas… aldrabão…. foge… inconstitucional… porra!”

Sócrates sorri. O seu rosto diz tudo: águas de bacalhau.

A última cena passa-se numa igreja de Nelas, onde um padre ucraniano, casado e com filhos, diz missa.

Será que sobrevive?

Esperemos pelas cenas dos próximos capítulos.

 

O regresso do Sr. Lopes

Aproxima-se a eleição do novo líder do PSD.

Dois jovens se perfilam: Rui Rio e Santana Lopes.

Dois sexagenários cheios de sangue na guelra.

De Rui Rio, sabemos pouco – o mesmo não se poderá dizer do Sr. Lopes.

O Coiso muito escreveu sobre o Sr. Lopes, ao longo destes anos, sobretudo nos poucos meses em que foi primeiro-ministro (esses textos podem ser recordados aqui).

Num desses textos, recordava-se o caminho do Sr. Lopes, até chegar a primeiro-ministro e rezava assim:

“Entretanto, a Visão desta semana publica um artigo em que se traça o caminho percorrido pelo Sr. Lopes, desde que entrou na política até aos dias de hoje.

Para além de três casamentos falhados, que é algo que pode acontecer a qualquer um, eis os cargos por onde o Sr. Lopes já passou: nascido em 1956, entra para o PSD aos 22 anos e, depois de apoiar o regresso de Sá Carneiro ao PSD, é nomeado adjunto do ministro adjunto do primeiro-ministro, no governo de Mota Pinto. Fica lá 6 meses.
Parte então para Alemanha, com uma bolsa de estudos, para se especializar em Ciências Políticas. Regressa menos de um ano depois, sem acabar o curso.

Torna-se assessor jurídico de Sá Carneiro até í  morte deste. É eleito deputado e escreve artigos nos jornais, sob pseudónimo, a condenar o governo de Balsemão e apoia Cavaco. Quando o Sr. Aníbal chega í  presidência do PSD, nomeia o Sr. Lopes secretário de Estado da Presidência. Está com 31 anos. Candidata-se a deputado ao Parlamento Europeu, é eleito, farta-se de faltar í s sessões e regressa dois anos depois, sem ter acabado o mandato.

Cria o PEI (Projectos, Estudos e Informação) e lança a revista Sábado, com Joaquim Letria como director. Compra o Record e o Diário Popular, lança a Radiogest e O Liberal, com Maria João Avilez como directora; esta é afastada pouco depois, sendo substituída por Freire Antunes (que fica lá menos de dois meses), Fernando Seara e Francisco Sousa Tavares. Da Sábado, afasta Letria e convida Miguel Sousa Tavares. Pouco depois, desiste da PEI.

Em 1990, Cavaco nomeia-o secretário de Estado da Cultura, com as consequências que todos sabemos. Em 1994, demite-se, quando percebeu que o cavaquismo estava a dar as últimas. Concorre í  presidência do PSD, contra Fernando Nogueira e Durão Barroso, em 1995, e perde.

Torna-se, então, presidente do Sporting, durante nove meses!

Concorre novamente í  presidência do partido, contra Marcello Rebelo de Sousa, e perde.

Em 1997 ganha a Câmara da Figueira da Foz. Em 2000, suspende o mandato e candidata-se í  presidência do PSD, contra Durão Barroso e perde!

No ano seguinte, ganha a Câmara de Lisboa, que abandona, a meio do mandato, para ocupar o cargo de primeiro-ministro.

Vai ou não vai ser mesmo um fartar de rir?!…”

Não foi – ou aliás, foi, mas por pouco tempo.

Aguentou-se pouco mais que 7 meses. Jorge Sampaio demitiu-o e dissolveu a Assembleia.

E depois disso?

Vejamos:

Em 2005, concorre como líder do PSD contra José Sócrates e perde, enquanto o PS consegue a sua primeira maioria absoluta da História.

Durante dois anos, andou por aí e, em 2007 e 2008, sendo Filipe Menezes líder do PSD, dirigiu a bancada do PSD na Assembleia.

Em 2008, candidata-se a líder do PSD e perde para Manuela Ferreira Leite.

No ano seguinte, candidata-se, novamente, í  Câmara de Lisboa, í  frente de uma portentosa coligação que englobava PPD-PSD, CDS-PP e MPT-Partido da Terra. Perde para António Costa.

Em 2011, sendo Passos Coelho primeiro-ministro, é nomeado Provedor da Santa Casa da Misericórdia.

E agora, decide concorrer, mais uma vez, a líder do PSD.

Ontem mesmo, aconselhou o adversário a tomar “Rennie, Kompensan ou Alka-Seltzer”, uma vez que está sempre “amargo, azedo e mal disposto com toda a gente”.

Este Sr. Lopes é mesmo um cómico…

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O elogio do medíocre

O Expresso de hoje dedica duas páginas inteiras a Miguel Relvas.

Quem?!

Miguel Relvas, o tipo que inventou o Passos Coelho, que nos mostrou como as equivalências podiam valer licenciaturas, o exemplo acabado do chico-espertismo da política.

Que fez Relvas para merecer duas páginas do mais antigo semanário português?

Mistério.

Mas alguma coisa deve andar a tramar para voltar í  ribalta.

A entrevista, conduzida por í‚ngela Silva, leva por título: “Passos vai ser candidato a PM”, e Relvas é apresentado como “ex-ministro e ex-dirigente do PSD”.

Aí está a sua importância: a de ser ex-!

A entrevista não podia começar melhor: a primeira pergunta da í‚ngela é – “Boa-tarde, dr. Miguel Relvas. Que tal a sensação de poder, finalmente, ser tratado por dr.?”

Finalmente! O Relvas é doutor, porra!

Claro que o gajo responde í  altura: “nunca precisei da licenciatura para obter qualquer objectivo na vida”. Acredito, dr. Relvas! Quem precisa seja do que for quando se tem os amigos certos nos sítios certos? No entanto, não há dúvida que sempre gostou do título. Caramba, nunca o ouvimos dizer, por exemplo, “não me chame doutor que a minha licenciatura é uma treta!…”

O finalmente doutor confessa que estudou muito, sobretudo Direito Administrativo, que é uma cadeira “chata”, í  qual teve 13.

Depois de tecer algumas considerações sobre Marcelo, Passos Coelho, Rui Rio, Teresa Leal ao Coelho e Marco António Costa, Relvas faz o elogio de Paulo Portas e avança nomes para substituir Passos Coelho. Por outras palavras, prepara o terreno…

E o que faz o doutor Relvas?

É consultor na Roland Berger, trabalhando com fundos internacionais na área financeira, em empresas em Angola, Moçambique e Brasil.

E precisou da licenciatura para conseguir este lugar?

Claro que não.

Mas fazer parte do governo deu jeito…

Também não. Diz o doutor: “quando saí do governo tinha uns milhares de euros. Hoje, tenho uma situação completamente distinta. Agradeço muito a oportunidade de ter saído”.

Ora aí está uma afirmação digna de figurar na galeria das frases mais cínicas da história da política: um gajo que agradece ter saído do governo porque, desse modo, passou a ganhar mais dinheiro!

Chamamos-lhe o quê?… Cabrão?…

Não! Cabrão é um bebé que chora muito (https://www.priberam.pt/dlpo/cabr%C3%A3o) e Relvas não chora.

Mas mama!

Ah! se ele mama!

E o recém-doutor continua a avaliar os actuais políticos, incluindo Cristas e Costa, Marques Mendes e Santana Lopes, como se fosse um senador, uma espécie de político da velha guarda, reformado, que tem uma carreira longa e recheada de sucessos, que lhe permite ter um olhar privilegiado sobre Portugal.

Finalmente, a í‚ngela pergunta-lhe: “falta um projecto de media assumidamente de centro-direita?”

Confesso que fiquei perplexo com esta pergunta. Então o Expresso? Então o Sol? Então o Observador? Então o Eco? Então a SIC?… Então praticamente todos os órgãos de informação, escrita e digital?

Responde o doutor: “Penso que sim. (…) até o Observador caiu no politicamente correcto”.

í“ Relvas, tu não me digas que eu estou enganado e que o Observador, afinal, é de esquerda!

Hilariante, se não fosse trágico…

Palhaços ricos, palhaços pobres

Não há eleições sem palhaços.

Sem palhaços, não há circo.

Sem circo, as eleições não têm graça.

A campanha das legislativas ainda não começou e, por enquanto, só temos tido umas bocas do Portas, outras do Costa, outras do Passos.

Tudo dentro dos conformes.

Mas os verdadeiros palhaços ainda não tinham entrado em cena.

Até ontem.

Ontem, o Paulo Rangel meteu a cabeça de fora e abriu as hostilidades.

Disse que, se o PS estivesse no governo, o Sócrates e o Ricardo Salgado não estariam em investigação.

O que quer dizer, por outras palavras, que um dos Poderes, o judicial, está sob o comando do poder político.

Portanto, o facto do Sócrates estar em prisão preventiva e do Salgado estar confinado ao domicílio, é tudo obra e graça do governo do PSD, e não porque eles sejam culpados seja do que for.

É de supor que, por esta ordem de ideias, o Oliveira e Costa está detido porque o governo era do PS e, se o governo fosse do PCP, estariam todos presos, incluindo o palhaço do Paulo Rangel.

E, claro, se o governo fosse do Partido Nacional Renovador, o Jerónimo seria o primeiro a ir dentro, mas os do PSD também não se safariam… e daí?…

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25 de Abril sempre!

As portas que Abril abriu, Portas não as vai fechar – e Passos, muito menos!

A herança do MFA está assegurada, graças a estes dois verdadeiros revolucionários.

Ao apresentar o programa eleitoral da coligação Portugal í  Frente, Passos Coelho garantiu que “Estamos hoje a lutar mais por Abril e pela liberdade do que tantos outros”.

http://expresso.sapo.pt/politica/2015-07-29-Estamos-hoje-a-lutar-mais-por-Abril-e-pela-liberdade-do-que-tantos-outros

Governo escuta, Passos e Portas estão em luta!

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Vamos convencer o Peixoto?

Carlos Peixoto é deputado do PSD, eleito pela Guarda e, em declarações í  Rádio Altitude, explicou por que razão é contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Disse o Peixoto:

«Se estamos a admitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo, então também podemos admitir, pelo mesmo princípio, casamentos entre pais e filhos, entre primos direitos e irmãos».

E entre avós e netos também, não é, Peixoto?

Pena que o teu pai se tenha casado com a tua mãe, em vez de ter casado com o primo Manuel, pá!

Peixoto disse ainda que apesar de ser contra os casamentos entre homossexuais, admite «poder vir a mudar de opinião», se o convencerem.

Vamos convencer o Peixoto, malta?