“O Amor de uma Boa Mulher”, de Alice Munro (1998)

Depois de ter lido O Progresso do Amor, avancei para mais um livro de contos desta escritora canadiana, Prémio Nobel de 2013.

São mais oito contos muito descritivos, com personagens sempre muito bem caracterizadas, desde as roupas que usam aos traços fisionómicos. Mesmo os personagens secundários são minuciosamente descritos e ficamos sempre a saber as suas profissões e como usam o cabelo.

Cada uma destas histórias poderia ser desenvolvida e transformar-se num romance, mas a autora, pelos vistos, prefere este tipo de textos, já que publicou doze colectâneas de contos.

Uma leitura agradável, embora pouco estimulante.

“O Progresso do Amor”, de Alice Munro

Alice Munro, Prémio Nobel em 2013, nasceu em Wingham, Canadá, em 1931, e talvez por ser canadiana, a sua escrita me parece muito mais europeia que canadiana.

Conhecida pelos seus contos, Alice Munro descreve-nos personagens credíveis, que imaginamos com facilidade. As suas histórias são banais mas ricas em pormenores.

Ficamos a conhecer os traços fisionómicos dos intervenientes, a maneira como se vestem, as suas profissões, as casas onde habitam e os episódios das suas vidas são contados com minúcia. As histórias não têm um final, mas isso não é o mais importante – ao fim e ao cabo, qual é o final da vida?

Nunca tinha nada desta autora e confesso que não me entusiasma por aí além, embora pense que Alice Munro merece ser lida e, por isso mesmo, já tenho outro livro dela na calha. Pode ser que, ao segundo, fique mais convencido.

O Progresso do Amor é uma colectânea de dez contos, publicada em 1985, e editada em Portugal pela Relógio de Água em 2011, com tradução de José Miguel Silva.