A fugir com o pé para o chinelo

Uma notícia de página inteira na secção Mundo do Diário de Notícias de hoje, esclarece-me que “Betty Batziana é mais caseira. Danae Startou é presença habitual na noite grega”.

O título da notícia diz quase tudo: “Desamor no Olimpo: como a riquíssima Sra. Varoufakis irrita a discreta Sra. Tsipras”.

Vale a pena revelar o nome da jornalista que assina este pedaço de trampa: Helena Tecedeiro.

Betty é o diminutivo da mulher de Tsipras, Peristera Batziana (com um nome destes, também eu preferia um diminutivo).

A jornalista esclarece-nos que Betty é muito discreta, pelo que, “foi assim (em segunda mão) que ficámos a saber como Betty e Alexis se conheceram no liceu, como se apaixonaram e nunca mais se separaram apesar de não terem casado.”

E o texto continua neste tom, relatando banalidades sobre a mulher de Tsipras, comparando-a com a mulher de Varoufakis.

Topem este naco: “Simples, de cara lavada e pouco amiga de cabeleireiros, a morena Betty não podia contrastar mais com a loira Danae”.

Sinceramente, Sr. Director do Diário de Notícias: se quisesse ler merdas destas, tinha comprado a Caras ou a Nova Gente!

De Tsipras a Vara, passando por Casillas

Alguém já se lembra do Varoufakis?

E do Vítor Gaspar?

Neste mundo da alta finança, os ministros das Finanças sobem alto mas caem depressa.

A careca, a mota, a mochila e a pretensa insolência de Varoufakis depressa foram esquecidas e Tsakalotos ocupou o seu lugar; embora sem gravata, sempre é considerado mais convencional pelo ministro das Finanças portador de deficiência, Schauble.

Será suficiente para manter a Grécia no euro?

Pelos vistos, quer a Alemanha, quer a Finlândia, estão desejosas de desagregar a Grécia.

Gregos desagregados.

Chamam-lhe “Grexit”, por que carga de água?

“Exit” é saída, em inglês, mas a Inglaterra nem sequer está no euro; ou será êxito?

A saída da Grécia será, afinal, um êxito?

Saltar para fora do euro, como?

À vara?

Saltar à Vara é um desporto socialista, que o diga o Armando.

Armando Vara ou armando barraca?

Armando é gerúndio – nunca fica resolvido.

Ele lá vai armando à sua volta uma teia que vai deitando outros abaixo, primeiro os Penedos, agora o Sócrates (a Grécia, sempre a Grécia…)

Claro que vara também é um conjunto de porcos, mas não é caso.

O caso é que tudo isto vai degradando o Costa, pior, muito pior do que o mar, que também vai lixando a Costa da Caparica.

O Costa, o António, bem vai dizendo que acredita na justiça, que não tenciona tornar a visitar Sócrates (o português, não o grego), que nem sabe bem quem é o Vara (e vai-se Armando em parvo…), mas o que é certo é que a erosão lá o vai atacando…

Mas há Costas mais fortes, como o Pinto, por exemplo.

Apesar dos anos, dos ventos e das marés, esse Costa, em vez de se erodir, parece querer erguer-se das cinzas.

Contratou agora o Casillas para guarda-redes e vai-lhe pagar mais de 200 mil euros por mês.

Limpos.

Limpos porque, nestas contratações, a sujidade não existe.

Branqueamento de capitais (transformar Dakar em Paris), é crime.

Próprio de outras modalidades desportivas.

Do salto à Vara, por exemplo?

Sócrates (o português) e Vara (o Armando), gritam: e nós é que estamos presos?!

E Tsipras (o grego) pergunta: esse Costa (o Pinto, não António, o erodido), não nos poderia emprestar algum dinheiro?

Syrizemos, pois!

O Syriza está na moda.

A comunicação social, sempre com aquela tendência tabloidizante, inunda-nos de informações irrelevantes sobre a actualidade grega, e pouco ou nada nos diz sobre as questões de fundo.

O que interessa é sabermos que o Tsipras não quis jurar sobre a bíblia, para além de teimar em não usar gravata; informam-nos, também, que o governo cessante, o de Samaras, abandonou o Palácio governamental, deixando tudo vazio, nem sequer deixou a password para o wi-fi e, nas casas de banho, nem sabonetes havia!

Como se vê, tudo informações importantes para perceber o fenómeno Syriza.

Afinal, o que quer o Syriza de diferente?

Segundo o nosso inteligente primeiro-ministro, o que eles queres é um “conto de crianças“, assim uma espécie de história da Carochinha porque, disse Coelho, como “é possível que um país, por exemplo, não queira assumir os seus compromissos, não pagar as suas dívidas, querer aumentar os salários, baixar os impostos e ainda ter a obrigação de os seus parceiros garantirem o financiamento sem contrapartidas?”.

Por outras palavras: segundo o Coelho, o programa do Syriza será não pagar dívidas, aumentar os salários e baixar os impostos.

E isso é mau?

O que Coelho tem é inveja!

Portanto, o que há a fazer é Syrizar Portugal.

Apear o Passus Coelhanis, transformar o PS, o Bloco e o Livre, não em Syriza, mas em Cereja (Coligação da Esquerda Realista Embora Já Anquilosada), eleger o Antonius Costakis e convidar o Louçanikis para ministro das Finanças.

Merkel teria o enfarte.