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O Coiso
O melhor do meu Pão Comanteiga

Aniversário

Programa emitido a 6 fevereiro 1983

Aniversário de pescador
Era um velho lobo do mar.
Setenta anos compridos e cumpridos a bordo de pequenos botes, fragatas, chatas e veleiros.
A família presente, aguardava, emocionada, o momento de lhe cantar oa parabéns e de, mais uma vez, lhe demonstrar o seu carinho e respeito.
O velho lobo do mar pegou no fósforo, com mão calejada e trémula, e acendeu as velas.
Os bombeiros chegaram tarde – o barco ardera todo...

O brinde
“E neste momento solene, em que nos reunimos para homenagear o nosso colega Sargedas, vamos erguer os copos e eu vou fazer um brinde!”
Todos ergueram os copos e aguardaram o brinde.
Três horas depois, com os braços dormentes, os convidados berraram lá para dentro:
“Então, ó Silva?!... Fazes o brinde ou não?!...”
“Esperem mais um pouco!...” – respondeu o Silva, lá de dentro – “Só falta pintar de verde!...”

O homem das nêsperas
O homem das nêsperas fazia anos naquele dia 6 de Fevereiro e, apesar de se sentir feliz, algo lhe dizia que nem tudo ia correr bem.
Como vivia só, numa apartamento de duas assoalhadas e duas azulejadas, decidiu ser ele próprio a comprar os presentes.
Passou toda a tarde a adquirir as prendas que, á noite, ofereceria a ele mesmo.
Jantou frugalmente, algumas latas de conserva enferrujadas, cascas de queijo da véspera e, como era de tradição, umas nêsperas para rematar.
Bebeu um café forte, espreguiçou-se em frente ao espelho para ter a certeza que existia e preparou-se para receber os presentes.
Abriu o primeiro embrulho com certo nervosismo, embora soubesse que, dentro da caixa, estava um despertador. Deitou-o fora porque já tinha cinco, todos oferecidos por ele.
O segundo presente era uma escova de dentes, completamente inútil. Fingiu-se admirado. Deu-lhe o mesmo destino do despertador.
Mas que raio de presentes fora o homem das nêsperas arranjar para si próprio!
Faltava apenas um embrulho, em papel pardo. Abriu-o com uma certa curiosidade e deparou com a pistola que comprara nessa mesma tarde. Cano curto, gatilho bem oleado, punho castanho. Castanho?! Mas ele pedira verde! Que contrariedade!
Encostou o cano à têmpora e premiu o gatilho bem oleado. A bala dez-lhe um buraco considerável no crânio. Arrumou os papéis de embrulho, bebeu mais um golo de whisky e foi-se deitar.
Morto.

Frases
* Muitas vezes, a bomba da festa vem acompanhada com o bombo da festa.

* Não seja atrevido... só deve fazer uma festa brava à portuguesa, se a portuguesa deixar...

* Uma festa tem segundo sentido quando a mão vai e depois vem...

* Podemos afirmar que milhares de pessoas nascidas a 6 de Fevereiro de 1963 completam, hoje, 20 anos. O mesmo não se pode dizer dos que nasceram um ano antes.

* “Os ânus passam tão depressa!” – comentava aquele cavalheiro bem educado, que assistia á corrida de 100 metros.

* Era tão velhinho, tão velhinho que, quando fazia anos, tinham que lhe cozinhar dois bolos para que as velas coubessem todas!

* Nenhuma criança festeja o seu aniversário antes de atingir os 12 meses de vida. Mistérios da Natureza...

* É de muito mau gosto beber um copo à saúde de um alcoólico.

* Comemorar em Lisboa é fácil. Muito mais complexo é como morar em Lisboa...

* Se todos os almoços comemorativos se realizassem ás 8 horas da noite, haveria muito mais jantares comemorativos.

* Para festejar o centésimo aniversário não é essencial ter-se 100 anos. Basta dizer que se tem 100 anos – os outros lembram-se lá!...

Diálogo
A – Bom dia.
B – Bom dia.
A – É aqui que fazem bolos de aniversário?
B – Não é precisamente aqui..... costuma ser na cozinha...
A – Serve..... pois eu queira encomendar um bolo...
B – Quantos quilos?
A – Não faço ideia....
B – Mais ou menos...
A – Sei lá – à volta dos 70, acho eu...
B – Mas isso é um bolo enorme!...
A – Não me refiria ao bolo – referia-me a mim... eu é que devo pesar à volta dos 70 quilos...
B – E o bolo?
A – Também não sei ao certo – o senhor ainda o não cozinhou...
B – Nem cozinho!
A – Porquê? Tem algum prurido?...
B – Nada de piadas baixas, meu caro senhor... eu sou o dono desta excelente pastelaria... quem cozinha é a cozinheira...
A – E é boa, a cozinheira?
B – Um estafermo!
A – Agora é o senhor que está a interpretar mal o que eu digo... perguntava se, como cozinheira, ela é boa...
B – Encomende o bolo e logo verá...
A – Bom... então queria encomendar um bolo de aniversário para aí com uns 5 quilos...
B – Menino ou menina?
A – Vê-se bem...
B – Porquê, costuma andar nu?
A – Só quando está calor e apenas em casa...
B – E quanto à cobertura?
A – Qualquer coisa serve... quando está frio, opto pelo sobretudo...
B – Mas, para o bolo, que cobertura prefere?
A – nada de especial, desde que o embrulhe num papel bonito.
B – E quanto ao laço?
A – A gravata – definitivamente, a gravata.
B – Referia-me ao laço do embrulho... como o deseja?
A – Com um nó.
B – Não pode ter mais que um?
A – De modo nenhum... detesto nozes... mas pode pôr pinhões e passas.
B – Desculpe, mas não lhe permito que me trate por tu! Não lhe dei a confiança suficiente!
A – Okay pá... então venho buscar o bolo logo à tarde... e não te esqueças de pôr um Topo Gigio ou uma lagartixa para enfeitar... é para o aniversário da minha avó... 74 anos, Vê tu!
B – Ela continua no campo?
A – Sempre!
B – No campo é que deve ser bom!... quando chove não se trabalha!

 

 


 

 

Actualizado em: 24 Fevereiro 2004
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