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O Coiso
Memórias de um fumador
50 anos de história


26. Tenho 30 anos (1983)

Esta mania que nós temos de assinalar, de forma especial, as datas que coincidem com o fim (ou o início) de uma década… Eu costumava dizer, meio a brincar, meio a sério, que não passava dos 30 anos, talvez porque, muitas vezes, me sentia tão mal, o coração dava tantos pulos e cambalhotas que eu estava convencido que o tipo não ia aguentar muito mais tempo. Mas porquê aos 30 anos, e não aos 29 ou aos 31?
Do mesmo modo, o facto de passar a ser um trintão a partir do dia 18 de Março de 1983, não quer dizer que me tivesse começado a sentir um trintão exactamente nesse dia. E muito sinceramente, não sei o que é isso de ser trintão… Agora, que vou a caminho dos 50, sei que há uma diferença muito grande entre ter 18 anos e 48 anos – e não é uma diferença para melhor nem para pior, é apenas uma diferença; mas, ter 27 anos, 32 anos, qual a diferença?…
Mas, quer queiramos quer não, fazer 30 anos marca a vida de uma pessoa, quanto mais não seja, ao nível da nossa fantasia.
O ano em que fiz 30 anos, foi um ano de grande produção humorística, em quantidade, embora a qualidade tenha deixado muito a desejar.
Depois de mais um série de 32 programas do Pão Comanteiga, de Outubro de 1982 a Maio de 1983, a equipa, embora enriquecida com os textos do Zé Tó, parecia estar esgotada. Foram muitos programas, muitas frases, muitos diálogos, muitas histórias. Deu-nos a sensação de que a ideia estava esgotada. E parámos. O Pão Comanteiga ainda havia de regressar cinco anos depois, mas nunca mais foi a mesma coisa. As grandes ideias têm uma vida limitada e isto é dos livros. No campo do humor, o exemplo mais flagrante é o dos treze episódios geniais da séria britânica “Fawlty Towers”, do Monthy Pyton John Cleese. Todos são hilariantes, com enredos miríficos, com situações e palavras que provocam, pelo menos, um sorriso em cada dois segundos e uma gargalhada de cinco em cinco minutos. Seria quase impossível fazer mais uma série de treze episódios tão bons como aqueles. Não sei se foi por isso mas o que é certo é que o John Clesse se ficou, apenas, pelos primeiros, e únicos, treze episódios. O espectador fiel fica com pena de não haver mais, mas os anos vão passando e sempre que eu revejo uma daquelas pequenas obras primas de 30 minutos, vejo-a quase como se fosse a primeira vez.
Terminado o Pão, fiquei praticamente “desempregado“. Sinceramente, já me tinha habituado ao dinheiro extra que ganhava com os meus textos. É preciso não esquecer que o ordenado, como médico, de um de nós, ia direitinho para pagar os 28 contos de renda da casa; sobrava o outro ordenado para tudo o resto. Se não fossem os meus textos, continuaríamos tesos como sempre, aliás…
Enfim, em Abril, tinha começado a minha colaboração com um jornal humorístico chamado “O Bisnau”, para onde enviava dois ou três textos por semana, que me rendiam meia dúzia de contos por mês. “O Bisnau” era uma publicação do semanário “O Jornal”, custava quinze escudos e publicou-se entre Março e Dezembro de 1983; trinta e sete números, ao todo. O director era o Afonso Praça mas penso que o organizador dos textos era o Rolo Duarte (pai). Como colaboradores, além de mim próprio, claro, tinha uma longa lista, da qual faziam parte, por exemplo, o José António Pinheiro, o Fernando Assis Pacheco, o Fernando Alves, o Francisco Nicholson, o Raul Solnado, o Júlio Pinto, o Henrique Monteiro e o Miguel Esteves Cardoso; como cartooonistas, entre outros, o António, o Carlos Barradas, o Carlos Zíngaro, o Tósan e o Vasco. Tantos colaboradores para um resultado tão fraco. Como em tudo, havia algumas coisas boas, mas a maior parte do jornal não tinha muita graça; tentava-se uma sátira política, mas temia-se ser verdadeiramente mauzinho, por isso, o teor do jornal ficava numas meias tintas, não aquecia nem arrefecia. Para além de mais algumas frases, pequenas histórias e comentários jocosos a notícias da actualidade política, a única coisa verdadeiramente nova que produzi para “O Bisnau”, foi um folhetim em oito episódios, a que chamei “Maldita enxaqueca!” e em que misturava factos da actualidade política nacional e do estrangeiro com os resumos da telenovela que então passava na RTP (e cujo nome já não me lembro).
Em Setembro, aceitei, juntamente com o Fernando Gomes (o do teatro, claro), o convite do Júlio Isidro para colaborar no programa televisivo “A Festa Continua”. Inteligentemente, após a emissão dos primeiros programas, o Fernando Gomes desistiu e entrou o José António Pinheiro. Tenho que dizer sinceramente que nunca gostei muito dos programas do Isidro, embora aceite que ele foi o pioneiro num determinado tipo de programas de domingo à tarde (“O Passeio dos Alegres”, nomeadamente). Confesso que fiquei lisonjeado com o convite – queria dizer que os meus textos eram apreciados por mais alguém fora do círculo do Carlos Cruz. E o cachet também era agradável: dez contos por programa, o dobro do que ganhava no Pão; no fim do mês, ganhava mais com os textos para a televisão do que como interno de Psiquiatria. Não consegui resistir.
Até Agosto de 1986, mantive uma colaboração estreita com o Júlio Isidro, demasiado estreita, diria. E demasiado estreita porque essa colaboração não se manteve, apenas, no campo estritamente profissional, mas tornou-se mais pessoal e o Isidro era uma pessoa absorvente, que exigia muito de mim, para além da simples elaboração dos textos; gostava que eu estivesse presente, não só, nos ensaios dos skecthes que eu escrevia, mas também durante a emissão do programa, que era em directo, durante três ou quatro horas, que o ajudasse na elaboração de perguntas para as entrevistas que fazia, lhe desse ideias para jogos e passatempos e mais uma série de coisas que transformava a minha colaboração quase numa exclusividade, sobrando pouco tempo para o resto. E, ao fim e ao cabo, o resto é que era a minha profissão, a Medicina.
De tal maneira a nossa relação se estreitou que, num programa de Junho de 1984, a propósito do Dia Mundial da Criança, eu e o Zé Tó escrevemos um curto sketch que foi depois interpretado, em directo, pelo Pedro, a Marta e a Joana. O Pedro, coitado, fazia de Júlio Isidro e, para isso, a caracterizadora aplicou-lhe um enorme nariz; as meninas diziam uma piada qualquer sobre fazer meninos e o Pedro corrigi-as. Enfim, toda a gente se riu muito, até porque os miúdos estavam muito engraçados, mas a coisa foi, mais ou menos bacoca – só espero que os putos não tenham ficado traumatizados com a experiência.
O humor do Isidro nada tinha a ver com o humor do Carlos e do Zé Duarte; tudo tinha que ser muito mais suave, mais infantil, mais pateta, mais óbvio – não havia lugar praticamente para o non-sense e para um pouco de agressividade. Como costumava dizer, era a piada ao nível do chi-chi e do cocó.
“A Festa Continua” durou de Outubro de 1983 a Julho de 1984, terminando com um programa transmitido directamente do estádio do Restelo, onde todos os colaboradores, incluindo eu e o Zé, participámos, mascarados. Estão a ver a cena?
Mas colaborei em mais programas com o Isidro: no Programa da Manhã, na Rádio Comercial, que era diário, das 7 às 10 da matina e que começou, também, em Outubro de 1983 e durou um ano inteiro; no “Pé de Vento”, outro programa na mesma estação de rádio, da meia-noite às duas da manhã, todos os dias úteis, de Outubro de 1984 a Junho de 1985; no “Arroz Doce”, mais um programa televisivo, de Abril a Agosto de 1985; e ainda na publicação “Pau de Canela”, um semanário humorístico que se dizia ser “o órgão oficial do Arroz Doce”, e que durou o mesmo tempo que durou o programa, e que era uma patetice com textos retirados do programa de televisão. A única coisa curiosa que teve este “Arroz Doce” foi que, depois de muitos anos, reencontrei o Rui Lemus, que também fez parte da equipa.


O Pedro, com nariz postiço, à Júlio Isidro, a Marta e a Joana, numa rábula de “A Festa Continua”.

De toda esta colaboração intensa com o Isidro, apenas retirei duas coisas boas: o dinheiro que ganhei e a decisão de nunca mais aceitar convites para colaborar em coisas de que eu não gostava, mesmo que o cachet fosse muito bom. E, de facto, mais tarde, fui convidado para outros projectos, com pessoas que não me agradavam e, apesar disso poder significar um acréscimo no orçamento, nunca mais escrevi contrariado. E em 1995, quando, mesmo com o Carlos Cruz e o José Duarte me comecei a sentir contrariado, deixei de escrever para rádio e televisão. Sei que o Zé Tó continuou, de um modo ou de outro, a colaborar com o Isidro, mas fiquei aliviado quando consegui cortar a minha relação com ele.
No entanto, não tive coragem para o fazer frente a frente. Escrevi-lhe uma carta, claro. Transcrevo algumas partes:

“A nossa convivência foi demasiado intensa para terminar com meia dúzia de palavras. De qualquer modo, algum dia tinha que acabar e, para mim, chegou a altura.
(…) Faço-o por escrito por uma única razão: tenho muito mais jeito para escrever do que para falar; arrumo melhor as ideias. Além disso, talvez não tivesse coragem para te dizer certas coisas frente a frente. Como diz o Woody Allen, “sou um cobarde militante”, e tenho-me dado bem assim.
(…) E chegamos ao ponto fulcral: a nossa relação deixou de ser estritamente profissional, e passou a estar “inquinada” de elementos pessoais que, na minha opinião, não são benéficos para este tipo de actividade.
Provavelmente o erro é meu. Tu próprio disseste que nós não éramos profissionais. Pois acontece que eu quero continuar a ser amador. Para profissão, basta-me a Medicina. Escrevo fundamentalmente para me divertir. E ultimamente, em vez de me divertir, estava a chatear-me.
(…) Os mesmos críticos que elogiaram os textos do Pão, atacavam os do Pé de Vento… daqui só posso concluir que os nossos textos (referia-me aos meus e aos do Zé Tó) nunca se adaptaram ao teu estilo de programas. E como és tu o profissional, não serás tu a mudar. No entanto, como eu sou amador, também não me apetece mudar. Portanto, e isto é irrevogável, não quero escrever mais para programas teus.”

Quero esclarecer que não vejo mal nenhum em que se estabeleçam relações de amizade em ambiente profissional. Na equipa do Pão, todos se tornaram, de certo modo, meus amigos, sobretudo o Zé Duarte com quem, como já disse, acabei por estabelecer uma relação muito especial. No entanto, e apesar de sermos todos amigos, a decisão editorial era sempre do Carlos Cruz, que só lia os textos com os quais se sentia confortável e recusava os restantes – e nós aceitávamos e compreendíamos essa atitude. Embora talvez não fosse possível estabelecer uma lista do que se podia e não podia escrever para o Pão, nós já sabíamos, antecipadamente, que tipo de textos seriam aceites e quais os que seriam rejeitados. Com o Isidro, tudo ficava nas meias tintas, nada se decidia claramente e, se ele não gostasse de um texto meu, acabava por não me dizer porque era meu amigo e, se eu achava que o programa tinha sido uma merda, não lhe dizia, porque era amigo dele.
De qualquer modo, terminou a era do Júlio Isidro. Resta-me acrescentar que o Júlio foi o único não fumador para quem escrevi. Apenas coincidência? Certamente…
Durante o mesmo período, escrevi para mais sítios: de Dezembro de 1983 a Junho de 1984, escrevi, semanalmente, uma crónica que o Raul Solnado lia e interpretava no programa televisivo “Fim de Semana”. Era uma crónica jocosa, que abordava sempre um tema da actualidade e passou a ser, então, o meu trabalho mais bem pago – por página e meia de texto, recebia doze contos e quinhentos. Acabado este “Fim de Semana”, o Solnado passou a ler uma crónica semanal, escrita por mim, na Rádio Comercial, de Outubro de 1984 a Março de 1985. Foi o Solnado que me propôs para membro da Sociedade Portuguesa de Autores, onde ingressei em Dezembro de 1983. Finalmente, colaborei ainda com o Paulo Fernando, no programa “O Dois do Quelhas”, na RDP, elaborando a rubrica “Os Intocáveis”, de Novembro de 1984 a Novembro de 1985. Para os que não se lembram ou nunca ouviram, neste rubrica, brincava-se, semanalmente, com um disco da actualmente chamada “música pimba” – gozava-se com os versos da cantiga, à medida que se ouviam trechos da mesma; no final, o Paulo Fernando dizia: “este disco é intocável mas, felizmente, não é inquebrável!” E ouvia-se o som de loiça a quebrar-se.
Como se vê por esta pequena resenha, continuava a escrever à brava mas isso não queria dizer que me estivesse a divertir, antes pelo contrário. Todo este manancial de textos trouxe-me muita amargura. Às tantas, estava a escrever como um amanuense aplica carimbos, rotineiramente. Felizmente, em 1986, voltei a colaborar com o Carlos Cruz e o José Duarte, nesse programa extraordinário que foi o “Uma Vez por Semana”.
Entretanto, adaptávamo-nos, cada vez melhor, à nossa vida em Almada. Afinal, até estávamos a gostar. Descíamos a avenida e podíamos apanhar o cacilheiro e, em quinze minutos, estávamos na Baixa; ou podíamos metermo-nos no carro e, em dez minutos, estávamos na praia, na Costa da Caparica. A escola dos miúdos era ao virar da esquina; o Pedro terminou a sua instrução primária e entrou no 5º ano na excelente Escola António da Costa, logo ao cima da avenida. A Marta, apesar da megera da professora, passou sempre de classe; em Outubro de 1983, ingressou na Academia Almadense, numa das suas grandes paixões – o ballet, que só há pouco tempo abandonou. E se a Marta se iniciava no ballet, o Pedro tinha, também, que ter uma actividade extra-escolar qualquer; como nunca foi muito dado às actividades desportivas – a não ser agora, que pratica, com paixão, uma arte marcial – começou por aprender música. Para o efeito, comprámos-lhe, por dois contos, um órgão Casio, que estava na moda na altura e tinha aqueles ritmos todos e aqueles sons sintetizados e que hoje, qualquer telemóvel faz facilmente. No entanto, mais importante que o pequeno órgão foi, sem dúvida o micro-computador Spectrum que lhe oferecemos no Natal desse ano e se transformou, rapidamente, numa quase obsessão familiar. Sobretudo eu e o Pedro ficámos ambos apanhadinhos com os jogos do ZX Spectrum. Há por aí alguém que ainda se lembre de um que se chamava “Booty”? Passei horas a jogar aquela coisa, mas acabei por lixar a cassete que, como quase todas as outras, era pirata e nunca mais encontrei um jogo que me desse tanto gozo, a não ser, já recentemente, o famoso Quake – mas esta é já outra artilharia completamente diferente…
Pois lá estava, então, este jovem médico, com 30 anos, escrevendo que nem um desalmado, um pouco desiludido com a Psiquiatria, um pouco chateado com os textos que andava a escrever e a jogar computador desenfreadamente… Ah! É verdade… e a ter uma crise de falta de ar depois de uma grande caracolada!
As caracoladas eram uma especialidade da Mila e da Luisa. Cozinhavam os gastrópodes como ninguém. Durante o Verão, aos sábados à tarde, juntávamo-nos todos e deitávamos abaixo um panelão de caracóis e alguns litros de cerveja. Toda a gente comia e chupava as cascas, menos a Inês, claro, que ainda há pouco tempo tinha aprendido a andar.
Certo dia, depois de uma dessas comezainas, fiquei com pieira e não conseguia inspirar convenientemente. Nem tive tempo para entrar em pânico porque a Mila, já habituada às suas crises de urticária, me enfiou na veia uns quantos miligramas de cortisona e a crise passou de imediato. Na semana seguinte, fiz a experiência: tornei a comer caracóis – e tive nova crise de dispneia e levei com outra dose de Solu-dacortina na veia.
Foi assim que, aos 30 anos, deixei de comer caracóis!…
Em compensação, consegui (com a ajuda da Mila, claro) juntar cem contos no Banco. Foi a primeira vez que tivemos dinheiro no Banco sem ser para gastar já; tudo isto, graças aos textos que escrevia, evidentemente…
Como sempre gostámos de animais e, para Almada, só tínhamos levado a Pantufa, decidimos comprar um par de canários e outro de periquitos, que rapidamente aumentaram para seis ou sete, já não me lembro, porque, como todos sabem, há periquitos de várias cores e a Mila fica doida quando vê uma paleta de cores – uma caixa de lápis de cor Caran d’Ache, um estojo de aguarelas, uma montra de uma loja de rebuçados e de gomas ou uma gaiola com meia dúzia de periquitos, todos de cores diferentes. Imaginam o chiqueiral de alpista que os bichinhos faziam…
O bichinho dos discos e da música rock, acho que o passei ao Pedro, sem grande esforço. O miúdo cresceu a ouvir os grandes clássicos, quer da música erudita, quer da música rock e, aos 9 anos, demos-lhe o seu primeiro gira discos portátil – um Philips amarelo, que custou dez contos (o equivalente a dois ou três textos idiotas, interpretados pela Maria Vieira e a Ana Bola na “Festa Continua”) – gira discos que iniciou uma longa série de aparelhagens de som; a partir de certa altura, o Pedro começou a herdar as aparelhagens que eu ia rejeitando e substituindo por outras novas; quando eu comprava uma nova aparelhagem, a antiga passava para o Pedro e a que ele tinha, seguia para a Marta. Não era raro ouvirem-se, por exemplo, os Beatles na sala, o Mike Oldfield no quarto do Pedro e a Madonna no quarto da Marta.
Além da música, também o bichinho do cinema sempre foi partilhado com os nossos filhos. A partir de 1983, com o “ET” do Spielberg, iniciámos uma tradição de filmes vistos pelos quatro, que prosseguiu durante anos. Ainda hoje, trocamos impressões sobre filmes que cada um de nós vai vendo. O Pedro e a Dalila – fanáticos do homevideo – informam-nos do que vão vendo; a Marta e o João, mais disponíveis para ir ao cinema, fazem o mesmo. E nós, recebemos informações de uns de outros e vamo-nos mantendo a par dos acontecimentos.
Digam lá se isto é, ou não é, uma família funcional?…

 

 

 


 

 





 

 

 



Próximo capítulo: 26. "A ansiedade, ainda" (1984)

 

Actualizado em: 28 Setembro 2003
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