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O Coiso
O melhor do meu Pão Comanteiga

Pão com manteiga no contra-ataque - 15

Programa emitido a 15 de Maio 1982

Plantas
* Fique sabendo que a árvore genealógica se rega com o suor dos membros da família

* Quanto à distinção entre um pinheiro manso e um pinheiro bravo, é muito fácil: insulte os dois; o que não responder, é manso...

* Não se pode dizer, a priori, que as ervas d’Aninhas são melhores que as ervas das Ritinhas. Só vendo, sóvendo...

* O fruto dá a semente. Mas, se mente, não dá...

* Caule é aquela parte da planta muito usada nas adivinhas: “caule é coisa, caule é ela...”

* A Flora distingue-se na Fauna porque é vendida em elegantes embalagens de plástico.

* No tempo da corrida ao ouro, o pomo da discórdia era um pêro golden.

* E foi com a chegada do Outono e com a queda da folha, que Eva, ao olhar para Adão, inventou a célebre frase: “muita parra e pouca uva...”

* Aquele terreno baldio encheu-se de silvas. Nem um Lopes para amostra!...

* Na vida, nem tudo são rosas.
Felizmente há as Luísas, as Emílias, as Ritas, as Susanas, as Marias...

* É muito fácil distinguir um cogumelo comestível de um venenoso. Depois...

O lenhador
Quando deu o primeiro golpe no tronco do pinheiro, ouviu uma voz suplicante:
“Não me troques o tronco, por favor...”
Mas que era aquilo? De onde viria aquela voz? Estaria com alucinações auditivas? Encolheu os ombros e vibrou o segundo golpe com o gume do machado. De novo a voz se fez ouvir:
“Por favor... ainda sou uma árvore tão nova... não me cortes!...”
O lenhador estava perplexo. Olhou para cima, para o alto daquele pinheiro e perguntou, incrédulo:
“Mas afinal quem está a falar?”
“Sou eu, o pinheiro... por favor, não me cortes!...”
“Então, mas agora as árvores já falam?...” – espantou-se o lenhador.
“é o que te digo há muito tempo!... O mundo anda todo ás avessas!...Mas acaba lá o trabalho que eu quero ir descansar!...” – comentou o machado, com ar aborrecido.
“Tens razão... já é tarde...” – respondeu, o lenhador, dando uma palmadinha amigável no cabo do machado. E continuou a cortar o pinheiro...

Mimos
Com a mão direita atrás das costas, tocou à campainha.
Ela apareceu, deslumbrante, no seu vestido pronto a despir.
Os lábios tocaram-se ao de leve. Apenas uma promessa de beijos mais prolongados.
Entraram no apartamento e dirigiram-se para a sala, onde tudo estava preparado: a música suave, a luz suficiente, o sofá confortável.
Sentaram-se.
“Querido...” – disse ela num sussurro – “Que traz aí escondido, atrás das suas costas? Mais um lindo ramo de flores para a sua amada?” – perguntou ela, aproximando mais os seus lábios, num convite.
“Não...” – respondeu ele, baixinho – “Desta vez, trouxe uma pistola...”
“Seu brincalhão...” – retorquiu ela, mas não teve tempo para acabar a frase porque caiu para trás, com o impacto da bala.
Antes de morrer completamente, ela ainda murmurou:
“Estragas-me com mimos, meu amor...”

 

 

 

 

 

 

 

 



 

 

 

 

 

 

 

Actualizado em: 7 Outubro 2004
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