Uma história portuguesa

Em 1994, chegou a Portugal uma esquadra de aviões F16, comprados em segunda mão aos EUA. Nessa altura, o primeiro-ministro era Cavaco Silva e o ministro da Defesa, era Fernando Nogueira.

Em 1999, chegou a Portugal uma segunda esquadra de F16, também comprada aos EUA. Então, o primeiro-ministro era António Guterres e o ministro da Defesa, era Veigão Simão.

Esta segunda esquadra, que custou 50 milhões de euros, ficou na base de Monte Real, empacotada por blocos de peças, aguardando por uma modernização, que só começou a ser feita há dois anos, pelas OGMA. O atraso, deveu-se a falta de verba.

Portugal faz parte da NATO.

Segundo as regras da NATO, cada país membro pode ter uma esquadra de, no mínimo, 12 aviões.

Da primeira esquadra, estão a voar 18 aviões.

Da segunda esquadra, quatro já estão modernizados e estão em voos de teste.

Agora, o Governo de Sócrates, decidiu vender doze F16.

Chegou-se à conclusão de que não fazem falta.

Mas, como o contrato com as OGMA não pode ser quebrado, antes da venda, todos os restantes aviões da segunda esquadra terão que ser modernizados, antes de serem vendidos.

E, mesmo depois de modernizados, os EUA terão que concordar com essa venda.

Em resumo: Portugal comprou, aos EUA, aviões que precisavam de ser modernizados e que não eram necessários e, agora, só os pode vender, depois de os modernizar, e se os EUA deixarem.

Vocês não acham que, aqui, há qualquer coisa de muito errado?

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