Se Gaspar fosse mais velho…

Se Gaspar fosse mais velho, digamos, se tivesse nascido em 1953, como eu, poderia ter feito o 6º ano do Liceu no D. João de Castro e conseguir, como eu consegui, 14 valores na cadeira de Organização Política e Administrativa da Nação.

Mas Gaspar nasceu em 1960, pelo que deve ter acabado o Liceu já depois do 25 de Abril e, portanto, não teve essa cadeira.

É por isso que Gaspar faz Orçamentos inconstitucionais.

Porque quem estudava Organização Política e Administrativa da Nação sabia que “a soberania reside em a Nação”, como dizia o livro da cadeira.

A soberania não reside em a troika, ou em o FMI, ou em a União Europeia – reside em a Nação!

Estás a topar, Gaspar?…

Um espião no Conselho de Ministros

Jorge Silva Carvalho, ex-director do Serviço de Informações Estratégicas do Estado, vai ser interrogado na próxima 4ª feira pelo Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa.

É acusado dos crimes de abuso de poder, acesso ilegítimo a dados, violação do segredo de Estado e corrupção passiva.

Foi esta semana integrado como funcionário da Presidência do Conselho de Ministros, por despacho conjunto do primeiro-ministro e dos ministro das Finanças, publicado no Diário da República.

Por outras palavras: Passos Coelho e Vitor Gaspar contrataram um ex-espião, suspeito de vários crimes, para o Conselho de Ministros.

Parece-me correcto.

Ao saber desta notícia pelos jornais, Silva Carvalho disse «estou disponível e posso ajudar».

E Coelho e Gaspar bem precisam de ajuda!

Mas Silva Carvalho – qual 007 de pacotilha – disse mais: «Eu não sou esquisito, temos de ter alguma dose de humildade nestas coisas».

Claro, pá – servir os americanos ou os soviéticos, espiar para os árabes ou para os israelitas, trabalhar para o Passos Coelho ou para o Gaspar – é igual – desde que paguem o salário.

Ao Expresso, Silva Carvalho disse, a propósito do seu pedido de reintegração ter demorado tanto tempo a ser aceite: «sou forçado a compreender que durante o período do governo de José Sócrates tenha havido algumas nuances políticas em relação ao meu processo».

Mas agora, que Sócrates regressou à ribalta, talvez dê jeito a Passos Coelho ter um ex-espião a trabalhar para si.

Ná! Deve ser só coincidência!

E falta de vergonha…

Grande amigo dos reformados!

Dona Susete, Senhor Umbelino, quanto recebeis de reforma?

alentejanosSe for mais que 293 euros mensais, tendes que começar a declarar IRS.

Nem mais!

O Gaspar manda, o Coelho obedece!

E tendes que preencher o impresso através da intermete.

Não tendes computador? Não sabeis o que é isso da intermete?

Azar!

Tereis que pagar a um contabilista ou ides levar com uma coima.

De qualquer das maneiras, ides pagar!

Como diz aquele gajo do banco: aguentas? Ai aguentas, aguentas!…

A simplificação excessiva de assuntos complexos

Acidente vascular cerebral na sequência de embolia por fibrilhação auricular.

Por outras palavras: deu-lhe um treco.

Sofreu contusão do occipital ao cair do escadote, com traço de fractura.

Que é como quem diz: partiu a mona.

Incapacidade súbita para controlar o esfíncter anal, com consequente emissão de fezes líquidas.

Isto é: borrou-se todo!

“Portugal e Irlanda, de acordo com o princípio de igualdade de tratamento, serão beneficiados pelas condições abertas no quadro do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira” (Vitor Gaspar, na Assembleia da República, na semana passada).

Que é o mesmo que dizer: “foi alimentada uma considerável confusão no debate público em Portugal”, a propósito da possibilidade do pacote de medidas negociadas para a Grécia serem extensíveis a outros países sob programa de ajustamento (Vitor Gaspar, ontem).

Portanto, o Eurogrupo aliviou os juros e os prazos de pagamento à Grécia e Gaspar disse que isso seria extensível a Portugal.

O ministro das Finanças alemão afirmou que seria “terrível” que Portugal pedisse, para si, as mesmas regras e Gaspar mudou logo o discurso.

E acrescentou esta frase extraordinária: «a simplificação excessiva de assuntos complexos conduz inevitavelmente a mal-entendidos que infelizmente tendem a persistir ao ponto de serem considerados verdades»!

Gaspar: vai mergulhar o canis vulgaris em água e esfregá-lo com algum pedaço de sabão aromatizado!

Ou, simplificando excessivamente um assunto complexo: GASPAR, VAI DAR BANHO AO CÃO!

Afinal, este povo não presta

Há bem pouco tempo, depois de nos lixar com mais um enorme aumento de impostos, Vitor Gaspar disse que o povo português é o melhor povo do mundo.

Acontece que anteontem, nas Jornadas Parlamentares do PSD/CDS, disse isto:

“Aparentemente existe um enorme desvio entre aquilo que os portugueses acham que devem ser as funções sociais do Estado e os impostos que estão dispostos a pagar”

Ora, portanto, o melhor povo do mundo, pelos vistos, não está muito interessado em pagar os impostos que o Gaspar quer impor para manter o chamado Estado Social.

O próprio Gaspar está cansado de dizer que não há alternativa a esta política de austeridade.

Portanto, se a troika está certa, se este governo está certo, se Coelho não se engana, se Gaspar não falha – só há uma coisa a fazer: mudar de povo!

O sapo do Portas

Portas é um artista.

Meteu o coelho na cartola e de lá tirou um sapo.

Um sapo chamado Gaspar.

Durante este ano e meio, Portas andou por aí. Foi ao Brasil, à Líbia, à Venezuela, a Moçambique. Diplomacia económica, disse.

Por cá, os restantes membros do Governo iam fazendo o possível e o impossível para agravar o défice.

Depois, de repente, perceberam que, afinal, a austeridade tinha que ser agravada.

E Gaspar propôs um enorme aumento de impostos.

Portas esteve quase para repetir aquilo que disse em junho de 2010: «o PSD não é de fiar em matéria de impostos».

Ou então, repetir o que disse em março do ano passado: «“Eu uso de franqueza. Quando concordo, concordo. Quando discordo, discordo. E tenho que vos dizer isto com toda a franqueza. Subir impostos é aumentar a recessão. Disse-o ontem e digo-o hoje”».

Ou ainda o que disse de Sócrates, em julho de 2009: «É preciso ter descaramento. Um primeiro-ministro que aumentou todos os impostos e conseguiu uma consolidação do Orçamento à custa de impostos e não de contenção de despesas vem agora fazer este anúncio (de que não pode baixar impostoso), eu digo que é descaramento».

Ou o que disse em maio de 2010: «Aumentar impostos é, como dizia o próprio engenheiro Sócrates quando se apresentou aos portugueses, o caminho mais fácil, mas não faz bem à economia».

Ou o que disse a Teixeira dos Santos em janeiro de 2010: “A ameaça do ministro das Finanças fez” só merece uma resposta “se quer aumentar os impostos não conta com CDS” para uma viabilização do Orçamento do Estado.

Ou, finalmente, o que disse em setembro de 2007: «Quem está a combater o défice não é o governo, mas o contribuinte português, com os seus impostos, cujas receitas aumentaram 8,3% e estão a pagar a factura».

Mas não disse nada disso.

Preferiu engolir o sapo.

Mitiga, Gaspar, mitiga…

Gaspar gosta de utilizar palavras pouco usadas na língua portuguesa.

Começou por nos revelar um desvio colossal.

Falou, recentemente, num enorme aumento de impostos.

Prometeu reduzir a despesa para poder mitigar o aumento de impostos.

Eis aqui outras palavras que Gaspar pode usar:

– a tua folha de Excel é uma formidável merda

– usas umas camisas com uns punhos e uns colarinhos execráveis

– tens cara de anjinho mas deves ser um sacana inabalável

– diziam que eras um estupendo técnico mas cheira-me que és uma incomensurável fraude

– a tua política não é anódina, porque estás mesmo a foder isto tudo, pá!

O melhor povo do mundo

Gaspar é um ministro sádico.

Primeiro, informa que nos vai ao bolso, com um enorme aumento de impostos; depois, passa-nos a mão pelo pelo, dizendo que somos o melhor povo do mundo.

O seu homónimo rei mago, ofereceu mirra a Jesus; Gaspar, o ministro, oferece-nos uma porra!

Ele quer que fiquemos mais pobres.

Ao ouvi-lo, veio-me à memória aquela cantiga reaccionária da Amália, que dizia assim: “A alegria da pobreza/ está nesta grande riqueza/ de dar, e ficar contente”.

Pobres mas honrados.

Cheira a Salazar.

Gaspar é sádico.

Fode-nos e depois dá-nos beijinho…

Súplica ao Tribunal Constitucional

Por favor! Peço, imploro, suplico – não se metam mais nas decisões do governo do Sr. Coelho!

A culpa foi vossa!

Foi graças à vossa decisão tão democrática que a dupla Coelho-Gaspar decidiu, em vez de tirar dois ordenados aos funcionários públicos, tirar um ordenado aos trabalhadores do privado e… dois ao funcionários públicos.

Dispensamos “ajudas” dessas!