Por que razão Cavaco Silva não é um palhaço e Sousa Tavares está enganado e o que tudo isto tem a ver com a nova DSM, a classificação americana das doenças mentais

Numa entrevista, perguntaram a Miguel Sousa Tavares se Portugal precisava de um palhaço, como o italiano Beppe Grilo, que teve uma excelente votação nas últimas eleições.

Sousa Tavares respondeu: «Beppe Grilo? Nós já temos um palhaço. Chama-se Cavaco Silva».

O visado, resolveu mexer-se e a Procuradoria Geral de República vai investigar.

Chamar palhaço a Cavaco será insulto?

Acho que não.

Se Cavaco fosse palhaço, seria um palhaço pobre ou um palhaço rico?

Se tivermos em linha de conta os seus lamentos quanto à magreza da sua pensão, que mal dava para as despesas, Cavaco seria um palhaço pobre.

No entanto, ao tomar conhecimento das acções que ele e a esposa detêm e do negócio que fizeram com as do BPN, teríamos que dizer que Cavaco seria um palhaço rico.

Acontece que – por muito que eu não goste de palhaços! – Cavaco Silva não tem a mínima capacidade para fazer rir ninguém, o que o impede de ser, ou vir a ser, um palhaço sofrível.

Parte-se do princípio que um palhaço faz palhaçadas, as quais nos fazem rir ou, pelo menos, sorrir.

Ora, Cavaco só nos faz chorar, choramingar ou, mais frequentemente, gritar, cerrar os punhos, ranger os dentes, puxar os cabelos e dizer obscenidades!

Sousa Tavares tem coisas a seu favor: é um comentador independente, desassombrado, desalinhado. Tem, também, coisas contra: é adepto da caça e do FCPorto.

Tem, agora, outro ponto contra: chamou palhaço a Cavaco e enganou-se.

Claro que a publicidade em redor deste incidente, dá-lhe muito jeito porque, como lançou, agora, um novo romance, toda a gente vai falar disto nos próximos dias e dizer vamos lá comprar o livro deste gajo, que chamou palhaço ao Cavaco!

Miguel tem antecedentes.

O pai Sousa Tavares também gostava de chamar coisas aos outros.

Ficou famosa a sua declaração na Assembleia da República, em 5 de Janeiro de 1982, quando, virando-se para Jerónimo de Sousa (esse grande operário que, já nessa altura, há mais de 30 anos, sujava as mãos na Assembleia!)  disse: « Olhe, vá à merda! Idiota! Mandrião! Vá trabalhar, que foi aquilo que nunca fez na vida! Calaceiro!»

Ora, se o pai insultou e o filho insulta, não estaremos perante uma doença?

Os psiquiatras norte-americanos acabaram de aprovar a DSM-5, a tabela que classifica as doenças mentais e conseguiram arranjar mais 18 doenças mentais, entre as quais a “compulsão alimentar periódica” (binge eating disorder) e a “desregulação disruptiva do humor”.

A primeira engloba pessoas que comem em excesso pelo menos uma vez por semana nos últimos três meses.

A segunda, inclui crianças ou adolescentes até aos 18 ano que apresentem irritabilidade persistente e birras frequentes, com descontrolo comportamental, pelo menos três vezes por semana no último ano».

Seguindo este raciocínio, insultar mais do que um político, três vezes no último mês, poderá muito bem vir a tornar-se uma doença mental, tipo “binge insulting disorder”.

Em resumo: Cavaco não é nenhum palhaço – Sousa Tavares é que é maluquinho!

Pedro Passos Ánhuca Coelho

Vai ser mais divertida, a cena política portuguesa, com PPC à frente do PSD.

Desde que começou a aparecer com mais frequência nas televisões que o achei parecido com alguém que fazia parte    das minhas memórias de infância.

Seria o primo emigrado nos Estados Unidos, e que todos conheciam como “Gásoline”, devido à maneira estranha como ele dizia “gasolina”, com um sotaque de Newark beirão?

Seria o Sr. Rebelo, dono da única tasca de Santiago de Cassurrães, onde eu ia comprar os pirolitos com um berlinde no lugar da carica?

Seria o vizinho do primeiro andar da Avenida Gomes Pereira?

Andei a mastigar esta dúvida durante alguns dias, até que se fez luz!

O Passos Coelho é a cara chapada do Ánhuca, famoso palhaço dos meus tempos de infância – ou, pelo menos, a mim parece-me o Ánhuca.

Por isso, quando o PPC abre a boca, só posso rir e, sem ouvir sequer o que ele diz, exclamo logo: “Cala a boca, ó Ánhuca!”

Então, pedi ao Pedro que fizesse isto no Photoshop e as minhas suspeitas confirmam-se: o Passos Coelho é mesmo o Ánhuca!

Obrigado, Pedro!

E cala a boca, ó Ánhuca!

Palhaço, Maria José? Actualize-se!

A D. Maria José Nogueira Pinto, que já foi deputada do CDS e, agora, é do PSD, faz parte de uma comissão parlamentar da saúde. Não gostando de um comentário feito pelo deputado socialista Ricardo Rodrigues, a D. Maria José disse:

«Tenho estado a interrogar-me quem é este palhaço que apareceu aqui na Comissão. Deve ter sido eleito para nos animar».

Ó Maria José, palhaço?!

Então a menina não costumava levar os seus filhos ao Coliseu, todos os natais – ou será que a sopeira é que ia com eles?

Palhaço é insulto, Maria José?

E se, agora, os artistas circenses passarem a insultar-se, chamando-se deputados uns aos outros. Do género: “quem é aquele deputado que nem malabarismos sabe fazer?!”

Um palhaço na Assembleia da República?

Então, agora que querem acabar com os animais no circo, a senhora quer tirar, também os palhaços, levando-os para a Assembleia?

Um palhaço na Assembleia da República?

Só um?!

Não me faça rir, querida! Quando a menina foi eleita pelo PSD, cuidava que ia fazer o quê para Assembleia, se não animar a malta?