A Caixa – quadras soltas

Mário Centeno
Por causa da Caixa
Bebe veneno
E mete baixa

António Costa
Sempre a sorrir
Ignora a bosta
E é sempre a abrir

Quanto ao Marcelo
Um pouco enrascado
Alisa o cabelo
E apascenta o gado

O Passos Coelho
Tão indignado
Parece um fedelho
De risco ao lado

A Cristas, então
Muito zangada
Quer demissão
Não quer mais nada

E nós que deixamos
na Caixa, poupanças
em vão gritamos
abaixo as caganças!

E mesmo sem rimar
o que não é grande perda
deixem-me em paz
e vão todos à merda!

Vestir um fato de Domingues

Sou do tempo em que se considerava que vestir uma roupinha nova e elegante, era vestir fato de domingo.

Vestia-se fato de domingo para ir à missa ou para ir ao médico, por exemplo.

Sou também do tempo em que se dizia que as pessoas que falavam com palavras difíceis, usavam palavras de 7 mil e 500 (escudos?… acho que sim…).

Vem isto a propósito das afirmações de António Domingues, ex-Presidente da Caixa Geral de Depósitos que, depois das trapalhadas em que esteve envolvido, decidiu explicar-se em comunicado.

Diz ele que foi vítima de um:

“turbilhão mediático politicamente instrumentalizado e frequentemente a resvalar para a demagogia populista”

Ora quem diz isto, poderia também dizer:

“foguetão electro-estático realmente formalizado e justamente a descambar para a alergia realista”

Ou, melhor ainda:

“cagalhão majestático intrinsecamente idealizado e bruscamente a escorregar para a aerofagia moralista”.

cgd

Não sai nenhum – entram três!

Vitor Gastar, perdão, Gaspar, o novo ministro das Finanças, o tal das camisas um número acima e do ar de ave de rapina assustada, diz que está orgulhoso da escolha.

Cumprindo a promessa de cortar na despesa, o novo governo decidiu nomear mais três administradores para a Caixa Geral de Depósitos, sem despedir nenhum.

Isto é, em vez de utilizar a regra “por cada três funcionários que saiam, só entra um”, optou pela original regra “entram três e não sai nenhum”.

Contraditório?

Não, porque são três excelentes administradores.

A saber:

José Matos, do Banco de Portugal, António Nogueira Leite, do PSD (que muito criticou o governo de Sócrates e se chegou à frente nos últimos meses; não lhe deram um ministério, deram-lhe um lugarzinho na CGD) e Pedro Rebelo de Sousa, irmão de Marcello Rebelo de Sousa, advogado e irmão de Marcelo Rebelo de Sousa (deve ser do PSD, além de ser irmão de Marcelo Rebelo de Sousa).

Ó Gaspar! Que orgulho!