Eleições? Para quê?

Segundo a maior parte dos órgãos de comunicação social, o PSD já ganhou as eleições e vai formar governo com o CDS. E é bom que assim seja, porque ninguém percebe (leia-se: os jornalistas não percebem), como foi possível os eleitores terem dado a vitória ao PS em duas eleições sucessivas.

São jornalistas da SIC, da TVI, do Público, do Expresso. Para eles, esta campanha é uma luta do virginal Passos Coelho e do competente Paulo Portas contra o espertalhão, o mentiroso, o tenebroso Sócrates.

As sondagens diárias, que começaram com um empate técnico entre o PS e o PSD, estão, finalmente (!) a mostrar uma ligeira vantagem do PSD, depois da expressiva auscultação de duas mil pessoas!

Os jornalistas respiram de alívio! A estratégia montada há vários anos está, finalmente, a dar frutos. O cabrão do Sócrates está prestes a ir com os porcos!

Mas, pelo sim pelo não, hoje voltaram a aparecer notícias sobre o Freeport. Júlio Castro Caldas garante que Sócrates devia ter sido constituído arguido no caso Freeport. E ficou à espera todo este tempo, ficou à espera que faltassem três dias para as eleições para divulgar esta opinião.

Fazer eleições, para quê?

O Cavaco que chame o Passos Coelho e o Portas para formarem governo já amanhã e escusamos de perder tempo, no domingo, a “botar o boto”, como dizia a minha avó.

Confesso: estou tão farto deste jornalismo tendencioso que estou desejoso que o PSD e o CDS subam ao Poder!

Depois, infelizmente, todos os meus receios serão confirmados!

One thought on “Eleições? Para quê?

  1. Concordo consigo. Não resido em Portugal mas acompanho a imprensa portuguesa via net. Há uma já pouco dissimulada campanha contra o PS e especialmente o Sócrates. Não só por parte da Comunicação Social – essa descaradamente- mas penso que também por parte de outros poderes instituídos, como a justiça. Creio que o Sócrates pisou alguns calos.

    Nota: continuo a espantar-me com a “democracia” em Portugal. Agora são os sindicatos que determinam a composição das tripulações dos aviões. Ou fazem como queremos ou… paramos!

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