Ângelo Canabis Correia

Este Ângelo nunca me enganou!

Nos anos 80 do século passado, quando Ângelo era ministro da Administração Interna do governo de Pinto Balsemão, muito brincámos com ele no Pão Com Manteiga, Programa da Rádio Comercial, todos os domingos, das 10 às 13 (ou das 13 às 10, para quem nos ouvia em sentido contrário…).

Ângelo Correia era um ministro um pouco tosco, que coleccionava saliva nas comissuras labiais e cujas afirmações eram motivo de chacota.

E nós escrevíamos diálogos deste tipo:

A – Ó sócio.

B – Diz lá.

A – O ministro Ângelo Correia…

B – Quem?…

A – O novo ministro da Administração Interna…

B – Não sei quem é…

Mas o que é certo é que Ângelo lá se foi safando e, depois de ministro, foi muitas coisas, tendo feito parte da administração de diversas empresas, nomeadamente, Vidago, Melgaço e Pedras Salgadas, Lisboagás, Portgás, Phillips Portuguesa, Terti, Cipol, Turtistrela, Figeuira Paraindustria, GDP Distribuição, Alltwoit, Burgo Fundiários, Pavilis, Drink-In, Transinsular, Totta Urbe e Solidal. Presidiu à Associação Nacional das Empresas Operadoras Portuárias e à Associação de Empresas de Segurança Privada. participou na criação do PPD, ao qual aderiu em maio de 1974. Foi deputado à Assembleia Constituinte e à Assembleia da República (1976-1985), onde presidiu às Comissões Parlamentares de Defesa Nacional, Assuntos Europeus, Poder Local, Regiões e Ambiente e Economia, Finanças e Plano. Foi também presidente da Delegação Parlamentar Portuguesa à Assembleia Parlamentar da NATO.

Mas o ponto alto da sua carreira foi a 9 de Junho de 1994, quando foi feito Comendador da Ordem Militar de Cristo.

Mais recentemente, exerceu os cargos de presidente dos Conselhos de Administração do Grupo Fomenvest e da Lusitaniagás e de vogal do Conselho de Administração da Fundação Ilídio Pinho. É presidente da  Câmara de Comércio e Indústria Árabe Portuguesa e cônsul honorário do Reino Hashemita da Jordânia.

Com este currículo tão rico e diversificado, o que faltava a Ângelo Correia?

Canabis, claro!

Diz o DN:

“O fundador do PSD, ex ministro da Administração Interna, em tempos considerado mentor de Passos Coelho e agora “ministro sombra” de Rio para a defesa confirmou ao DN ter adquirido 40% da Terra Verde, a primeira empresa a obter licença de produção de canábis em Portugal. O empresário reconhece que até há pouco tempo “canábis para mim era dos tipos que fumavam droga.”

Ai Angelito… a quem queres enganar?…

Só tu sabes o que tens nesse cachimbo!…

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