Ou pagas ou disparo!

A GNR e inspectores da Autoridade Tributária foram protagonistas de uma intervenção espectacular, noticiada pela comunicação social: postaram-se na rotunda da autoestrada 42, em Valongo e identificaram automobilistas que tinham dívidas ao fisco.

Os que não quiseram ou não puderam pagar, ficaram com os seus veículos apreendidos.

A missão arriscada (podiam ter levado um tiro… ou um coice…), denominava-se “Acção sobre rodas”, o que acho ridículo, já que os inspectores estavam sentados, em frente a computadores portáteis. Sobre rodas teria sido se estivessem a perseguir os automobilistas devedores, montados em Harley Davidsons.

Quanto à possibilidade de terem levado um coice, foi bem real, já que um dos automobilistas penhorado transportava, no seu camião, dois cavalos. O camião ficou nas mãos dos inspectores, mas os cavalos, muito dóceis, não ripostaram.

Pelos vistos, este tipo de acção conjunta da GNR e da Autoridade Tributária não é inédita, e já aconteceu mais umas quantas vezes – e o responsável é, segundo o Público, o Dr. Vitor Gaspar, aquele senhor que foi ministro das Finanças no tempo do Passos Coelho.

Diz o Público: “A 21 de Dezembro de 2012, em plena crise económica e com a troika instalada em Portugal, Vítor Gaspar marcou presença na assinatura de um protocolo entre a AT e GNR que visava “articular as formas concretas de cooperação e coordenação” entre as duas instituições, tendo em vista a obtenção de “um reforço da eficácia no combate à fraude e evasão fiscal e aduaneira.”

Foi ao abrigo deste protocolo que os automobilistas que tiveram o azar de passar, ontem de manhã, na rotunda de acesso à A42, foram alvo desta fiscalização.

Claro que apetece fazer aqueles comentários populistas, do género, perdoam ao Pereira Coutinho mais de 100 milhões de euros, não conseguem obrigar o Berardo a pagar o que deve e, depois, vão apreender o carro de um desgraçado que não pagou as portagens durante um ano!

Mas eu tenho outra opinião: acho pouco! Acho que a Autoridade Tributária, com a ajuda da GNR, PSP e do Exército, devia montar ciladas junto das caixas dos supermercados, nas lojas da Zara, H&M, McDonald’s e similares, e capturar todos os contribuintes com impostos em atraso, levá-los para locais secretos e aí, mediante tortura, conseguir que pagassem os impostos em dívida.

Em seguida, 10% do dinheiro conseguido com essas acções, reverteria a favor da Fundação Berardo, que assim poderia, a pouco e pouco, pagar o que nos deve.

No final, Vitor Gaspar seria agraciado com a medalha que Marcelo vai retirar ao Berardo…

De Tsipras a Vara, passando por Casillas

Alguém já se lembra do Varoufakis?

E do Vítor Gaspar?

Neste mundo da alta finança, os ministros das Finanças sobem alto mas caem depressa.

A careca, a mota, a mochila e a pretensa insolência de Varoufakis depressa foram esquecidas e Tsakalotos ocupou o seu lugar; embora sem gravata, sempre é considerado mais convencional pelo ministro das Finanças portador de deficiência, Schauble.

Será suficiente para manter a Grécia no euro?

Pelos vistos, quer a Alemanha, quer a Finlândia, estão desejosas de desagregar a Grécia.

Gregos desagregados.

Chamam-lhe “Grexit”, por que carga de água?

“Exit” é saída, em inglês, mas a Inglaterra nem sequer está no euro; ou será êxito?

A saída da Grécia será, afinal, um êxito?

Saltar para fora do euro, como?

À vara?

Saltar à Vara é um desporto socialista, que o diga o Armando.

Armando Vara ou armando barraca?

Armando é gerúndio – nunca fica resolvido.

Ele lá vai armando à sua volta uma teia que vai deitando outros abaixo, primeiro os Penedos, agora o Sócrates (a Grécia, sempre a Grécia…)

Claro que vara também é um conjunto de porcos, mas não é caso.

O caso é que tudo isto vai degradando o Costa, pior, muito pior do que o mar, que também vai lixando a Costa da Caparica.

O Costa, o António, bem vai dizendo que acredita na justiça, que não tenciona tornar a visitar Sócrates (o português, não o grego), que nem sabe bem quem é o Vara (e vai-se Armando em parvo…), mas o que é certo é que a erosão lá o vai atacando…

Mas há Costas mais fortes, como o Pinto, por exemplo.

Apesar dos anos, dos ventos e das marés, esse Costa, em vez de se erodir, parece querer erguer-se das cinzas.

Contratou agora o Casillas para guarda-redes e vai-lhe pagar mais de 200 mil euros por mês.

Limpos.

Limpos porque, nestas contratações, a sujidade não existe.

Branqueamento de capitais (transformar Dakar em Paris), é crime.

Próprio de outras modalidades desportivas.

Do salto à Vara, por exemplo?

Sócrates (o português) e Vara (o Armando), gritam: e nós é que estamos presos?!

E Tsipras (o grego) pergunta: esse Costa (o Pinto, não António, o erodido), não nos poderia emprestar algum dinheiro?

Não nos livramos do Gaspar!

Lembram-se do Vitor Gaspar?

Para quem está distraído, sempre se esclarece que Vitor Gaspar foi o ministro das Finanças que liderou toda esta política de austeridade e que, dois anos depois se demitiu, escrevendo uma carta em que, no fundo, dizia que toda essa política estava errada.

Retirou-se discretamente, manteve-se afastado da ribalta e conseguiu, em pouco tempo, que a malta se esquecesse dele.

Agora, surge a notícia de que o Banco de Portugal o vai contratar para liderar uma comissão que vai pensar os desafios e a futura missão do departamento de estudos económicos e traçar o perfil que deve ter o economista-chefe que irá analisar e aconselhar em matéria de política monetária.

Segundo o DN, o Banco de Portugal lançou um concurso para escolher o chefe do tal departamento de estudos mas não encontrou ninguém à altura.

Como é possível?!

Tantos economistas que temos, tão infalíveis e competentes e nenhum estava à altura?

Nem o Medina Carreira, que sabe tudo o que foi feito de errado por TODOS os ministros das Finanças, nem o César das Neves, que tem ideias tão definitivas sobre TUDO?

Foi preciso irem buscar o Gaspar?

Estamos lixados!

Ode ao Gaspar

Gaspar malvado, quanto do teu mal
São lágrimas de Portugal!
Por te aturarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão emigraram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses ministro, Gaspar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a troika não é pequena.
Quem quer passar além do FMI
Tem que passar além de ti
Deus a Gaspar o perigo e o abismo deu,
Mas ele ficou com o que é meu e teu.

gaspardesempregado2

O inverno do nosso descontentamento…

Sócrates já não está só.

Finalmente, Vitor Gaspar reconheceu que não é só o ex-primeiro-ministro o culpado pela crise que atravessamos.

Gaspar apontou mais dois culpados: o Tribunal Constitucional e a chuva.

Não, não estou a brincar…

O Tribunal Constitucional, já se sabia.

«A alteração ao Orçamento de Estado foi necessária devido ao aumento de despesa exigido no seguimento da decisão do Tribunal Constitucional» – disse Gaspar.

gaspar_choveE não vale a pena repetir-lhe que é o Governo que tem tomar decisões de acordo com a Constituição e não a Constituição que tem que se moldar às decisões do Governo.

O Gaspar não entende…

Agora, a chuva!

Sim senhor, a chuva!

Disse Gaspar: «é muito preocupante (a queda do investimento porque este foi) adversamente afectado pelas condições meteorológicas que no primeiro trimestre afectaram a actividade da construção» – disse o Iluminado.

Nós bem vimos os trabalhadores e empresários da construção civil, debaixo dos telheiros, de gabardina e chapéu de chuva, acoitando-se das bátegas de água que se abatiam sobre os terrenos baldios!

Eles cheios de vontade de construir prédios e bairros e vivendas e a chuva a não deixar!

Sacana da chuva!

Apetece gritar: ó Gaspar, vai ver se chove, pá!

Vitor Gaspar é do Benfica? Está tudo explicado!

Ora bem: a OCDE já disse que a recessão vai ser pior do que o Governo previu; o défice, que devia ser de 2,5%, passou para 4% e há-de vir a ser de 4,5%, pelo menos; a taxa de desemprego é muito maior do estava previsto; a economia não cresce.

Em resumo: todas as previsões de Vitor Gaspar falharam e o país continua o seu caminho para o abismo.

O país está deprimido, muito mais depois do fracasso total do Benfica, no Campeonato, na Liga Europa e na Taça.

Sempre são 6 milhões de adeptos tristes e cabisbaixos.

Hoje, na Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola, Vitor Gaspar explicou tudo, ao dizer:

«Antes de mais, peço a vossa simpatia pelas últimas semanas difíceis que tenho vivido como adepto do Benfica. Esta questão de perder sucessivamente por 2-1, em alguns casos depois do tempo regulamentar, é uma provação que merece toda a simpatia».

Afinal, o ministro das Finanças, aquele que falha todas as previsões, é adepto do Benfica, aquele que falha todas as finais.

Com adeptos destes, quem precisa de adversários?…

Cortes

Ora deixa lá conferir:

– corte no subsídio de desemprego – feito

– corte no subsídio de doença – feito

– corte no rendimento de reinserção – feito

– corte nos subsídios de férias e de natal – feito

– corte nas pensões e reformas – feito

– corte nos ordenados – feito

– corte nas isenções do Serviço Nacional de Saúde – feito

O que falta cortar?…

alvaro_gaspar

 

Só te mato se for estritamente necessário!

1. O pai vira-se para o filho e diz:

– Se chumbares este ano, deixo de pagar o telemóvel, tiro-te a playstation e vais trabalhar para as obras.

A mãe indigna-se:

– Desculpa mas há uma linha que não deixo que seja ultrapassada: não permitirei que o meu filho vá trabalhar para as obras!

O pai reconsidera:

– Está bem, só vais trabalhar para as obras se for estritamente necessário e se eu encontrar outro castigo com o mesmo impacto.

2. O bandido vira-se para o refém e grita:

– Se não me derem o que exijo, encho-te de porrada, parto-te as pernas e dou-te um tiro nos cornos!

Lá de fora, pelo megafone, o negociador afirma:

– Tem calma, rapaz! Há uma linha que não deixo que seja ultrapassada: não permitirei que mates o refém!

O bandido reconsidera:

– Ok, só lhe dou um tiro nos cornos se for estritamente necessário e se eu descobrir outra maneira de obter o que quero!

passos_rajoy3. Passa-se algo de semelhante com o Governo de Portugal.

Passos Coelho diz que vai cortar as pensões.

Paulo Portas diz que há uma linha que não permite que seja ultrapassada: ninguém toca nas pensões.

Passos Coelho, através do seu alter ego Vitor Gaspar, diz que as pensões só serão cortadas se for estritamente necessário e se o Governo descobrir outra medida que tenha o mesmo impacto.

A pergunta lógica é: se o parceiro da coligação não aceita que se corte nas pensões e se o ministro das Finanças admite que essa medida pode ser substituída por outra, de igual impacto, por que carga de água não riscaram essa medida da 7ª avaliação e arranjaram já outra para o seu lugar?

Ó Gaspar, estás a gozar!