“Mr. Vertigo”, de Paul Auster

Livro editado em 1994, foi agora reeditado em Portugal. Auster está na moda e ainda bem, para que todos os seus livros esgotados fiquem disponíveis.

Como é habitual “Mr. Vertigo” é mais uma história bem contada. O livro é escrito na primeira pessoa. Mr. Vertigo conta a sua própria história, desde os 9 anos, altura em que foi acolhido (quase raptado) por um judeu húngaro, o Mestre Yehudin, que o ensinou a voar.

Claro que a história é uma alegoria da vida e da América. Qualquer um de nós «pode voar», desde que tenha força de vontade e que trabalhe para isso e, na América, todos os sonhos são possíveis.

Ao mesmo tempo que vai contando as peripécias de Walter Rawley, o Rapaz Prodígio, como aprendeu ele a voar, como, mais tarde, teve que abandonar essa arte para não ser castrado, como se virou no mundo dos negócios escuros de Chicago, como se reformou e viveu feliz para sempre, cuidando de uma espécie de mãe adoptiva, que acabou por ser, também, sua amante, Auster conta, também, um pouco da história da América, a Recessão, a Segunda Guerra Mundial, os anos 70 e 80.

O livro está cheio de frases feitas, de expressões idiomáticas e, embora não conheça o texto original, parece-me competente, a tradução de José Vieira de Lima.