Parece que,a final, o PS perdeu

Curioso como a generalidade dos comentadores consegue fazer crer que, afinal, o PS não ganhou as eleições ou, no caso de ter ganho, foi por mera sorte.

De todos esses comentadores, destaco um, chamado João Miguel Tavares, mas poderia referir muitos outros que, dias antes das eleições, garantiram que António Costa estava derrotado, cansado, desgastado, perdido.

Depois, o PS conseguiu a maioria absoluta e esses mesmos comentadores, das duas, uma: ou fizeram de conta que nada tinha acontecido, ou desataram a inventar histórias para depreciar essa vitória.

Clara Ferreira Alves foi uma das que, nas vésperas das eleições garantiu que Costa estava nas lonas. Hoje, na primeira edição do Expresso após as eleições, CFA chamou à sua crónica semanal “Um Portugal Triste” – mas não fala nas eleições; ignora-as, falando no envelhecimento do país e na baixa natalidade. Pois…

Quanto a JMT, escreveu esta semana duas crónicas inacreditáveis.

Na primeira, JMT explica que “a forma como esta maioria absoluta foi atingida é mais milagrosa do que a chegada de Costa ao governo em 2015, após perder as eleições”. E acrescenta que esta maioria absoluta “exigiu uma conjugação de factores só ao alcance dos raros políticos que nasceram de rabo virado para a lua”.

Portanto, o PS obteve a maioria absoluta por sorte e por milagre.

Na segunda crónica, JMT diz-nos que estamos enganados se pensamos que Costa “ganhou em toda a linha. Não ganhou. O PS perdeu muitos votos à direita, nomeadamente para Rui Rio.”

E JMT faz umas contas mirabolantes para tentar demonstrar que, afinal, apesar de ter ganho com maioria absoluta, o que é certo é que o PS perdeu muitos votos e que, portanto, é muito capaz de ter perdido as eleições.

JMT tenta torturar os números para que eles confirmem as suas ideias. Pior que isso só o comentário da vice-presidente do PSD, Isabel Meirelles que, quando lhe perguntaram o que falhou na estratégia eleitoral do seu partido, respondeu com esta frase lapidar: “o que falhou foi o povo português”.

MAS… mas o quê?!

Título do Público:

«MAS acredita numa coligação às europeias que ambicione referendo ao euro»

Esclareço: MAS é o Movimento Alternativa Socialista, liderado por Gil Garcia, ex-lider da extinta Frente de Esquerda Revolucionária, que fazia parte do Bloco de Esquerda.

Confusos?

Ainda bem.

A notícia continua com um subtítulo:

«Partido não vai apoiar candidatos do PCP ou BE ao PE. Mas não descarta uma coligação, nomeadamente com o MRPP»

Nesse caso, as eleições estão no papo!…