Tia Teodora

O Conselho Superior de Finanças Públicas discorda do Plano de Estabilidade do governo.

A presidente ou directora do Conselho, aquela senhora que parece uma daquelas velhotas que vende peúgas à porta dos Mercados Municipais, alertou para os perigos do Plano, para a inconsistência dos números, para o irrealismo das projecções.

Pelos vistos, Centeno não é credível e Costa é um lírico.

Em resumo: estamos tramados – as contas estão todas erradas, vamo-nos afundar, a dívida vai aumentar e, no final da legislatura, estaremos a pedir um novo resgate.

E parece que o Costa deu alguma coisa a beber ao Marcelo, porque ele anda todo contente a apanhar morangos no Alentejo e a comer presunto na Ovibeja, como se tudo estivesse a correr de feição.

Teodora – tens que ser mais sonora!

Fala mais alto, grita, se necessário.

Ou então, reforma-te (já deves ter idade para isso…)

teodora cardoso

 PS – E se o Centeno estiver certo?…

Um governo prejudicial à saúde

Factos:

1. No final da reunião do Conselho de Ministros de terça-feira passada, a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque disse que teremos que ter mais «contributos adicionais do lado da receita, designadamente na indústria farmacêutica ou de tributação sobre produtos que têm efeitos nocivos para a saúde».

2. No dia seguinte, o secretário de Estado da Saúde, Leal da Costa, revelou a intenção de criar uma taxa sobre produtos com alto teor de sal ou açúcar.

3. Hoje, o Público diz que o ministro da Economia, Pires de Lima disse: «Não há taxa. É uma ficção, um fantasma que nunca foi discutido em Conselho de Ministros e cuja especulação só prejudica o funcionamento da Economia».

Estes três factos permitem as seguintes cinco perguntas:

1. Um secretário de Estado que é Leal da Costa também será leal do interior?

2. Um pires de loiça não seria preferível a um Pires de Lima?

3. Maria Luís Albuquerque é mesmo um pãozinho sem sal?

4. Leal da Costa sofre de amargos de boca?

5. O secretário de Estado da Saúde tem alguma empresa produtora de aspartame?

Em resumo: se Maria Luís Albuquerque quer taxar os “produtos com efeitos nocivos para a saúde” por que não começa por ela própria?

 

Não nos livramos do Gaspar!

Lembram-se do Vitor Gaspar?

Para quem está distraído, sempre se esclarece que Vitor Gaspar foi o ministro das Finanças que liderou toda esta política de austeridade e que, dois anos depois se demitiu, escrevendo uma carta em que, no fundo, dizia que toda essa política estava errada.

Retirou-se discretamente, manteve-se afastado da ribalta e conseguiu, em pouco tempo, que a malta se esquecesse dele.

Agora, surge a notícia de que o Banco de Portugal o vai contratar para liderar uma comissão que vai pensar os desafios e a futura missão do departamento de estudos económicos e traçar o perfil que deve ter o economista-chefe que irá analisar e aconselhar em matéria de política monetária.

Segundo o DN, o Banco de Portugal lançou um concurso para escolher o chefe do tal departamento de estudos mas não encontrou ninguém à altura.

Como é possível?!

Tantos economistas que temos, tão infalíveis e competentes e nenhum estava à altura?

Nem o Medina Carreira, que sabe tudo o que foi feito de errado por TODOS os ministros das Finanças, nem o César das Neves, que tem ideias tão definitivas sobre TUDO?

Foi preciso irem buscar o Gaspar?

Estamos lixados!

Avé César! Morituri te salutant!

Que seria de Portugal sem João César das Neves?

Provavelmente, um país melhor.

Quem é João César das Neves?

Um tipo que foi assessor económico de Cavaco Silva entre 1991 e 1995, é professor, doutor, mestre e tudo.

Aparece muitas vezes a dar opiniões na televisão, sempre encostado a uma prateleira com muitas livros desarrumados, o que dá sempre um ar de génio.

Desta vez, deu uma entrevista ao DN, onde diz coisas muito importantes e definitivas.

Primeira coisa importante e definitiva:

«Subir o salário mínimo é a melhor maneira de destruir a vida aos pobres»

Se dermos mais dinheiro aos pobres, eles vão gastá-lo em putas e vinho e César quer salvar os pobres da perdição. Quem não tem dinheiro, não tem vícios.

Segunda coisa importante e definitiva:

«É preciso é criar condições para que as pessoas possam terem os filhos que querem. Em Portugal, por razões ideológicas, promovemos os casamentos homossexuais, o aborto e outras coisas».

Se proibirmos os maricas de se casarem, talvez eles se ponham a fazer filhos. E outras coisas…

Terceira coisa importante e definitiva:

«Estamos a ter, de facto, um movimento de migração e tenho sido das poucas vozes a dizer que acho que isso é bom».

Quando todos os jovens credenciados tiverem emigrado, ficam cá só os velhos, a aturar o César, e isso vai ser bom.

Quarta coisa importante e definitiva:

«A maior parte dos pensionistas não são pobres e estão a fingir que são pobres!»

Ora aqui está um grande verdade! Um pensionista que se preze tem que ser pobre, carago! Por isso, toca a cortar nas pensões!

César diz muitas coisas nesta entrevista.

Se ele tivesse sido ministro durante todos estes anos, de certeza que não estaríamos em crise.

Pena que ele tenha sido só assessor de Cavaco entre 1991 e 1995…

cesar das neves (2)

 

Merkel e a teoria dos 50%

Angela Merkel disse hoje, em Lisboa:

«É preciso declarar, sim, que acreditamos naquilo que dizemos. Não podemos ter dúvidas: 50% da política económica é psicologia».

Com esta pequena frase, a chanceler mostrou-nos como Freud continua a influenciar o pensamento alemão.

A crise está dentro de nós.

O desemprego, as falências, os cortes nos salários, os cortes nos subsídios e nas pensões, os aumentos de impostos – todas as medidas que fazem parte desta política de austeridade são, em grande parte, um estado de espírito.

É tudo uma questão psicológica.

Só estás meio desempregado, só estás meio enrascado, só estás meio aflito – o resto, a outra metade, é psicológico.

Obrigado, Angela!

Que fazes, afinal, Gaspar?…

Confrontado com o facto de ter chamado Documento de Estratégia Orçamental a um PEC, só para não lhe chamar PEC, Vitor Gaspar disse que «não minto, não engano e não ludibrio” os portugueses.

Ora, se um ministro das Finanças não mente.

Se um ministro das Finanças não engana.

Se um ministro das Finanças não ludibria.

Que raio faz este ministro das Finanças?

Para que queremos nós um ministro das Finanças que não mente?

Que não engana?

Que não ludibria?

Será que queremos um ministro das Finanças para falar verdade?

Apenas a verdade?

Nem uma mentirinha piedosa?

Nem uma falsa verdade?

Ora abóbora!

Para isso, já temos o ministro da Economia, porra!

Álvaro sem pasta

Andou o homem a estudar para isto!

Vem ela lá de tão longe para fazer esta figura de corpo presente!

Deram-lhe a pasta da Economia, mas tiraram-lhe o emprego jovem, as privatizações, as PPP e, agora, até os fundos estruturais!

O emprego jovem foi para o Miguel Ervas, que já tem a RTP, as autarquias, o Parlamento e Angola – e o resto, foi para o Gaspar que, cada vez mais rima com Salazar (Numa casa portuguesa fica bem/pão e vinho sobre a mesa/A alegria da pobreza está nesta grande riqueza de dar, e ficar contente)

O Passos bem podia prescindir do Álvaro.
Sempre poupava um ordenado…

O Álvaro e os feriados

O Álvaro vivia no Canadá, que é um daqueles países que não existe.

Por isso, para ele, coisas como a restauração da independência ou a implantação da República, não devem ter qualquer tipo de significado.

Aliás: devem ter o mesmo significado que a Ascenção da Nossa Senhora e o Corpo de Deus, que são os dois feriados de que a Igreja católica abdica.

Portanto, um Estado laico aceita negociar com uma determinada religião esta história dos feriados e essa facção religiosa tem o desplante de impor condições: só aceitamos que nos retirem dois feriados se vocês também tirarem dois feriados dos vossos.

Patético!

Vai daí, o Álvaro pensa: não podemos acabar com o 25 de Abril porque o Otelo era mesmo capaz de fazer outro, não podemos acabar com o 1 de Maio porque o Carvalho da Silva voltava a liderar a CGTP e nunca mais largava o osso, o 10 de Junho tem que ficar porque já foi da Raça, é do Camões, de Portugal e das Comunidades, e chateava muita gente se acabasse.

Logo, restavam esses dois feriados menores, em que se celebra, só, o facto de Portugal ser independente e o facto de vivermos numa República.

E, deixem-se de mariquices – estes dois pontos são os mais importantes da nossa identidade: sermos independentes e sermos republicanos.

Sendo assim, o Álvaro é um palerma!

A quem é que ele quer enganar?

Será que ele acredita que é com mais quatro dias de trabalho que a economia de Portugal vai disparar?

Ingénuo?

Não – populista.

Desprezível…

 

O cavaleiro do pastel de nata

Ó Álvaro, pá! então tu comparas o pastel de nata ao McDonald’s?

Tu queres obrigar a malta a comer pastéis de nata com batatas fritas e ketchup?

Estás a gozar com a malta, Álvaro!

O raça do canadiano!

O que é que te deu na cabeça para propores a exportação de pastéis de nata como solução para a crise?

O que se segue?

O pastel de bacalhau, as tripas, a açorda?

És mesmo um papa-açorda, Álvaro!

Agora que deixaste de usar óculos, parece que ainda estás a ver pior as coisas…

Mereces que te polvilhem a careca com canela e te dêem uma grande dentada nessa cabeça doida!