Junta-te à CPLP!

Se o teu presidente tomou o Poder à força, num golpe de Estado sangrento;

Se vives numa ditadura;

Se aprovas a tortura e a pena de morte;

Se tens uma taxa de analfabetismo superior a 50%;

Se não falas uma palavra de português;

Junta-te à Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa!

A Guiné Equatorial já o fez!

De que estás à espera?!

Chorar por mais

Quando comecei a ver as imagens dos norte coreanos a chorarem pela morte do seu Querido Líder, não pude deixar de recordar um slogan antigo que dizia que “qualquer coisa, cujo nome não me lembro”, era de “comer e chorar por mais”!

O slogan significava que o produto em questão (qual seria?), era tão bom que nos obrigava, primeiro, a comê-lo e, depois, a chorar por mais.

É o que se passa com os norte coreanos – ele choram por mais um Querido Líder.

Morreu este, venha outro! A gente não consegue viver sem um Querido Líder a tomar as decisões por nós!

Dizem que o Adorado Falecido conseguia controlar o clima e que escrevera cerca de 1500 livros em 3 anos. Dizem que gastava cerca de meio milhão de euros, anualmente, em bagaço.

Tudo mentiras, claro!

O Querido e Adorado Líder era gordo, diabético, hipertenso e tinha o colesterol elevado – isto é, sofria de síndroma pluri-metabólico, como qualquer outro mortal do mundo dito civilizado.

Morreu de enfarto do miocárdio, com a perigosíssima idade de 69 anos…

Morte solidária

Continuando a remexer no baú das minhas recordações, que comecei a juntar com alguma ordem, a partir dos meus 18 anos, encontrei este recorte do Diário de Notícias que é, simultaneamente, delicioso e assustador.

Trata-se de uma pequena notícia sobre uma sessão solene na então Assembleia Nacional, realizada a 28 de Julho de 1971.

Nessa sessão, foi evocada a memória de Augusto de Castro, que foi director do DN durante muitos anos e que falecera dias antes.

O último parágrafo da notícia diz:

«(Augusto de Castro) Quis estar junto de Salazar, o seu amigo de sempre, no dia em que a Nação assinala o primeiro aniversário da sua morte. Maior homenagem não lhe podia prestar».

Por outras palavras, a dedicação à causa salazarista era tanta, que Augusto de Castro, fez um esforço para falecer naquele exacto dia, de modo a poder ir festejar o primeiro aniversário da morte do ditador, sentadinho ao lado dele – presume-se que no Outro Mundo, ou melhor, no Céu, porque Salazar era tão bonzinho que só podia estar no Céu.

À primeira vista, este texto pode parecer inocente, beato e até infantil, mas revela bem a fantasia em que Portugal estava mergulhado: toda uma nação dependente de um homem providencial, que zelou por nós durante 40 anos – e continuava a zelar, lá de cima, do Céu e, agora, tendo por companhia, o director do Diário de Notícias.

Era de ter medo. Muito medo…