Por favor, não copiem o meu Coiso…

O nosso adorado governo inventou uma taxa sobre os suportes digitais, cujos proventos irão para os bolsos dos autores.

Se comprares um cartão de memória, uma fotocopiadora, impressora, computador, pen, tablete ou telefone esperto, tens que pagar uma taxa porque se parte do princípio que vais copiar uma música, um vídeo, um texto, qualquer coisa da autoria de um artista qualquer que, assim, está a ser roubado!

Portanto, qualquer um de nós se transforma num pirata digital ao comprar uma daquelas coisas.

Desde a dona de casa entesoada que, assim que compra o seu primeiro telefone esperto, vai logo a correr copiar um vídeo do Tony Carreira, que é aquele tipo que canta nas feiras do Continente, até ao velhote que compra um telemóvel, daqueles que tem uns números enormes, só para ligar para o 112 quando tiver o AVC – todos, mas todos, têm que pagar a taxazinha, em prol dos artistas.

O nosso quase-ministro da Cultura, aquele que mais se parece com um membro da Brigada dos Mártires do Crescente Digital, quer assim proteger os nossos artistas e juro que já vi um sorriso de satisfação na cara de alguns deles.

Mas agora falta taxar as Bimby’s – não se esqueçam que também há cozinha de autor!

Desempregados, mas cultos!

O nosso governo quer que os portugueses sejam cultos e não quer desculpas!

Acaba-se essa treta de dizeres que não vais ao teatro porque estás desempregado!

A partir de agora, os desempregados podem frequentar à borla monumentos, palácios e museus e ainda terão descontos na Cinemateca, nos teatros nacionais ena Companhia Nacional de Bailado.

O secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas está esfusiante com a ideia e revela que estes descontos não são só para os desempregados portugueses, mas sim para todos os da União Europeia.

Portanto, não te espantes se deres de caras com um torneiro-mecânico esloveno desempregado, no S. Carlos, a assistir à opera de Puccini, La Rondine.

Obrigado, Passos Coelho!