Negócios da China, negócios de merda

A China não pára.

Nos tempos da guerra fria, dizia-se que, se um dia, a China e a URSS entrassem em guerra, bastaria que os chineses enviassem todo o seu exército para a fronteira com a União Soviética, ordenando-lhe que urinassem.

A URSS ficaria inundada!

Os chineses, no entanto, com a prosaica paciência de chinês, foram invadindo o Ocidente, abrindo lojas por todo o lado, inundando o mercado, não propriamente com urina, mas com tudo “made in China”.

Ontem, saiu a notícia que o grupo chinês Folsun vai comprar o Club Med!

Por cá, já compraram a REN, a EDP, o Espírito Santo Saúde e a Tranquilidade.

Hoje, li, finalmente, a explicação para a inexistência de penicilina nas farmácias.

Parece que a farmacêutica que fornecia o princípio activo ao nosso laboratório Atral, para fabricar a Lentocilina, isto é, a única penicilina existente no nosso mercado, deixou de fabricar o produto (notícia aqui).

Portanto, o Infarmed terá que dar autorização a outro fabricante.

E quem se perfila no horizonte?

Acertaram: um laboratório chinês!

Portanto, muito em breve, além de estarmos a usar roupa chinesa, a gastar electricidade chinesa, a comer comida chinesa (mesmo a que se diz japonesa…), estaremos a tratar as amigdalites e a sífilis, com penicilina chinesa!

São os chamados negócios da China?

Não: o verdadeiro negócio da China é o novo investimento de Bill Gates.

Segundo esta notícia, o homem mais rico do mundo está a investir dinheiro numa máquina que transforma fezes em água e energia!

Cagar e andar!

Suponho que, quando o Bill conseguir que a máquina funcione em pleno, vai vendê-la… aos chineses!

O Bill Gates só não é chinês porque nasceu nos States…

Quanto tempo demora uma barata da China até aqui?

A notícia é já de segunda-feira passada mas fiquei à espera até agora.

E nada!

Na segunda-feira, o DN titulava: «Um milhão de baratas escapam de uma quinta».

E a notícia explicava: «pelo menos um milhão de baratas que se destinavam ao fabrico de remédios de medicina tradicional chinesa fugiram de uma quinta na China, depois de ter sido destruído o local onde se reproduziam».

A notícia causou-me perplexidade por vários motivos.

Em primeiro lugar, como sabem eles que fugiram um milhão de baratas?

Contaram as pernas e dividiram por seis?

Tinham as baratas numeradas e fizeram uma chamada, depois da fuga?

Depois, a perplexidade aumentou quando percebi que as baratas se destinavam ao fabrico de remédios de medicina tradicional chinesa.

Então os chineses tomam Ben-u-Ron feito de baratas?

Xaropes para a tosse à base de baratas?

Supositórios com baratas?

Um milhão de baratas, são muitas baratas.

Um milhão de baratas em fuga são uma verdadeira arma de destruição maciça!

Hoje é quinta-feira.

Passaram três dias e ainda não vi nenhuma barata chinesa.

Posso ficar descansado?…

Coisas…

1. Um livro de poemas para adultos de Alice Vieira foi recomendado a crianças no Plano Nacional de Leitura.

Parece-me correcto.

Em Portugal, o livro mais vendido é “As 50 Sombras Mais Negras” e o segundo mais vendido é “As 50 Sombras de Grey” – dois calhamaços escritos por uma dona de casa que fez uma dieta à base de Pau de Cabinda.

Talvez começando a fornecer poesia às criancinhas, consigamos mudar os hábitos de leitura desta malta!

2. Todas as escolas do 1º ciclo de S. João da Madeira vão passar a ensinar mandarim.

Justificação? Preparar futuros contactos comerciais com o “maior mercado da Humanidade”.

Já estou a imaginar os jovens de S. João da Madeira a abrir lojas de chineses em Xangai…

3. O comissário europeu Oli Rehn insiste na necessidade de manter em Portugal o “espírito construtivo” que tem caracterizado o ambiente político e acrescentou que quer os partidos a “trabalhar em conjunto”.

Mas quantos de nós votaram neste gajo?

4. Portugal foi o segundo país com maior aumento de impostos entre 2009 e 2012, só suplantado pela Argentina.

Ó Gaspar – vamos lá a fazer só mais um esforçozinho!

Ninguém gosta de ficar em segundo lugar quando pode ficar em primeiro!

Electricidade chinesa

Então, agora, a EDP = É Do Povo.

Do povo chinês.

Ou, melhor dizendo, do Partido do Povo chinês, o que não é a mesma coisa.

A partir de agora, temos que dizer Mao-Tsé, carregamos no interruptor, e Tung – faz-se luz!

O problema vai ser quando começarmos a receber facturas em mandarim.

Vamos ter que as levar à loja do chinês e pedir-lhe, por favor, que traduza.

E, ao mínimo atraso no pagamento da factura – cortam-nos a luz.

E, se protestarmos muito, arriscamos prisão domiciliária.

É a democracia popular em toda a sua plenitude.

Roupa, brinquedos, bandeiras nacionais, bijutaria, pais natais pendurados das janelas – e agora, luz chinesa.

Não há dúvida que Coelho tem razão: emigremos!

 

“The Painted Veil”, de John Curran

Baseado num romance de Somerst Maugham (1925), já adaptado em 1934, com Greta Garbo, e em 1957, com Eleanor Parker, “The Painted Veil” tem uma fotografia soberba e mostra-nos a paisagem única dos montes que rodeiam o rio Li, perto de Guilin, na China.

Foi muito agradável rever aquelas paisagens, que visitei há 5 anos, e só é pena que o filme não mostre mais.

A história é um melodrama dos antigos: nos anos 20 do século passado, um médico bacteriologista britânico (Edward Norton), com um casamento falhado com uma menina rica (Naomi Watts), que o engana com um embaixador engatatão, decide castigar-se, a si próprio e à esposa, partindo para a China, para uma localidade onde grassa em epidemia de cólera.

Norton mantém uma postura digna de qualquer inglês puritano, que está lixado com a vida e com o mundo e penso que só se sorri uma vez, em todo o filme. Naomi Watts também interpreta bem o papel de menina mimada, que acaba por se arrepender da frivolidade e admirar o trabalho do marido.

No fim, ele morre e ela fica viúva. É bonito e faz chorar. A banda sonora é interessante, mas daí até ganhar um Globo de Ouro…