Goleadas anti-crise

Nada como uma boa goleada para levantar a moral e ajudar a enfrentar a crise.

E esta semana já tivemos duas goleadas.

Primeiro, foi o Benfica, que deu 4-0 à Naval, com aquele golo apoteótico do Nuno Gomes, três minutos depois de ter entrado em campo.

Ontem, foi a vez da selecção dar 4 secos à Espanha (na verdade, 5 secos, mas um golo foi mal anulado).

Que raio de injecção de letargia estaria Queiroz a administrar aos jogadores da selecção, nomeadamente a Ronaldo?

E quem diria que o Postiga sabia mesmo marcar golos, até de calcanhar!

E o João Moutinho e o Carlos Martins, por que razão não foram ao Mundial?

Ver a selecção esmagar a Espanha, campeã da Europa e do Mundo, dá-nos um orgulho aljubarrótico!

A Cimeira da Nato até vai correr melhor e o FMI não se vai atrever a meter cá o bedelho!

O polvo e a nuvem

A entrevista de Carlos Queiroz à SIC, ontem, teve momentos de fino recorte literário.

Queiroz disse que está a ser atacado por um polvo ou uma nuvem, o que constitui uma imagem literária digna de outro Queiroz.

Aliás, a nossa selecção, no que respeita a treinadores, passou de um com nome de mestre escola (Scolari), para este, com nome de escritor (Queiroz) e, agora, provisoriamente, para um que tem nome de agência funerária (Funerária Agostinho Oliveira, enterra a selecção inteira).

Voltando à entrevista: o polvo de que Queiroz fala, afinal, não tem nada a ver com a Mafia. Todos nós, quando usamos o termo “polvo”, em sentido figurado, usamo-lo, sempre, relacionado com essa organização italiana com fins lucrativos.

Queiroz, não. Para Queiroz, polvo é sinónimo de nuvem e, no sentido figurado dele, é qualquer coisa que caiu em cima dele, assim que ele chegou de férias.

Ele até disse, especificamente: “quando cheguei de férias, o mundo caiu em cima de mim!”

Exagero, claro.

Queiroz não é assim tão importante, para que o mundo se dê ao trabalho de cair em cima dele.

E se, de facto, o mundo caísse mesmo em cima de Queiroz, ficávamos com o problema resolvido.

Até porque Queiroz disse ao Expresso que da selecção só sairia morto.

Essa do Queiroz!…

Valente selecção! Conseguiu empatar com a primeira equipa do ranking, o Brasil, e só levar um golo da segunda, a Espanha!

A selecção jogou certinha, encolhidinha, aflitinha, à rasquinha, pobrezinha mas honradinha.

Jogou triste, como o país.

A passar para o lado e para trás ou a chutar lá para a frente, à espera de um bambúrrio.

Duas linhas defensivas, bem fechadas, muita cafuga, muita miaúfa e muito medinho e, acima de tudo, muito respeitinho pelos espanhóis – porque o respeitinho é muito bonito.

Depois, como é costume, começaram com muita pressa no final do jogo, a tentar fazer o que não foi feito nos 90 minutos anteriores.

E no fim, a selecção foi eliminada.

Queiroz desapertou o segundo botão da camisa, mostrou o fiozinho de oiro sobre os pêlos do peito e disse que saíram todos de cabeça erguida.

Deves estar a ver mal, ó Queiroz!

Este treinador só dá para as ilhas

Carlos Queiroz só teve sucesso contra ilhéus.

No passado, notabilizou-se como treinador adjunto, nas ilhas Britânicas.

Já como treinador da selecção nacional, só conseguiu ganhar às ilhas Faroé e à ilha de Malta.

Jogar contra países localizados no continente, o tipo não sabe.

Ontem, contra o Brasil, até nem foi mau. Poucas selecções se podem gabar de marcar dois golos ao Brasil.

Propõe-se: manter o Carlos Queiroz sempre que a selecção jogue contra uma ilha e arranjar outro treinador para os jogos a sério.