Cortes

Ora deixa lá conferir:

– corte no subsídio de desemprego – feito

– corte no subsídio de doença – feito

– corte no rendimento de reinserção – feito

– corte nos subsídios de férias e de natal – feito

– corte nas pensões e reformas – feito

– corte nos ordenados – feito

– corte nas isenções do Serviço Nacional de Saúde – feito

O que falta cortar?…

alvaro_gaspar

 

Tudo na mesma…como a lesma…

Estive uma semana ausente e só hoje dispensei algum tempo à leitura dos jornais.

Não sei o que esperava encontrar, mas fiquei desiludido.

Afinal, nada se passou de importante…

Anne Sinclair, aquela senhora ainda muito apresentável, casada com o Strauss-Khan, separou-se do homem.

Finalmente.

Neste momento, aquele que poderia estar no lugar do Hollande, é suspeito de se ter envolvido com uma rede de prostituição. Parece que Anne Sinclair terá dito: enganares-me com jornalistas, ministras e modelos, ou mesmo como empregadas de hotel, ainda vá – mas com putas, nunca!

Falando de enganos, na Roménia, parece que se provou que o primeiro-ministro copiou mais de 80 páginas da sua tese de doutoramento, razão pela qual se pede que lhe seja tirado o título de doutor.

O senhor, que é conhecido como Dr. Victor Ponta, passará a ser, simplesmente, Victor Ponta.

E já vai com sorte em só perder o doutor e manter a ponta…

Quem não deve andar com muita ponta por estes dias é o nosso Vitor, o Gaspar. Afinal, o déficit está nos 7,9%, muito longe dos prometidos 4,5% que deveríamos atingir no final do ano.

Parece que, afinal, reduzir os salários e aumentar os impostos, acabou por diminuir o consumo e as receitas dos impostos e aumentar as prestações sociais, com mais gastos do Estado em subsídios de desemprego e rendimentos de inserção.

Onde está o espanto?

De tanto falar num desvio colossal, causado pelo anterior governo, Gaspar acabou por conseguir um desvio colossal criado por ele próprio.

Talvez nos safemos, graças ao Mário Monti, de Itália.

Parece que, ao mesmo tempo que a Itália despachava a Alemanha do Euro do futebol, o primeiro-ministro italiano conseguia dobrar a Merkel, obrigando-a a aceitar um acordo mais favorável aos italianos e as espanhóis.

Pode ser que escorra algo para nós – ao fim e ao cabo, pertencemos ao clube dos PIIGS e convém recordar que dos 4 semi-finalistas do Euro, três eram PIIGS.

E isto quer dizer o quê?

Provavelmente nada…

Mas a notícia que mais me animou foi o modo como o Álvaro foi recebido no distrito de Castelo Branco.

A inteligência de um ministério também se mede por coisas destas: esta semana, 400 trabalhadores do call-center da Segurança Social de Castelo Branco foram despedidos e o mesmo aconteceu a 300 trabalhadores da delegação local da Delphi. Por outras palavras: num momento em que 700 trabalhadores vão para a rua em Castelo Branco, o ministro da Economia decide visitar… Castelo Branco.

Inteligência rara!

Estava-se mesmo a ver o que ia acontecer. Desde filho da puta até pastel de nata do catano, tudo o Álvaro teve que engolir. A culminar a festa, um manifestante atirou-se para cima do capot do carro do Álvaro e amolgou-lhe o emblema do Mercedes!

Isso não se faz!

O Álvaro ainda tentou acalmar os ânimos e até se dirigiu aos manifestantes, numa tentativa de lhes explicar por que razão o governo corta salários, flexibiliza despedimentos, aumenta os impostos e a merda cada vez é maior, mas a gritaria era muita e o ministro desistiu.

O sagaz presidente da Câmara da Covilhã, Carlos Pinto, que estava presente e é calmeirão, colocou-se entre o Alvarito, que é pequenito, e os manifestantes e resolveu gozar com o pagode, dizendo esta coisa extraordinária: «senhor ministro, a verdade é que, para algumas pessoas, o único governo que se preocupou com os trabalhadores foi, em 1975, o governo de Vasco Gonçalves».

O Carlos Pinto não deve saber que mais de 35% dos desempregados ainda não eram nascidos quando Vasco Gonçalves foi primeiro-ministro.

Esperteza saloia, portanto.

E o Álvaro lá foi, rabinho entre as pernas, após mais uma demonstração de desconhecimento do país que governa (?)

Em resumo: afinal, está tudo na mesma…

Como a lesma…

Licor de Relvas

Pior que Álvaro Santos Pereira, só Miguel Relvas.

Um cromaço!

Das autarquias à RTP, do futebol às polícias secretas, tudo passa pelas mãos do super-Relvas.

Agora, vê-se envolvido na polémica das secretas. Recebeu mails e sms de Silva Carvalho, o 007 de pacotilha, a sugerir-lhe nomes para postos-chave.

Uma jornalista do Público, tem assinado vários artigos sobre este assunto e Relvas não gostou. Parece que ameaçou divulgar detalhes da vida privada da jornalista, se ela publicasse um determinado artigo sobre o mesmo assunto.

Revelador…

Os deputados quiseram ouvir Relvas sobre o seu eventual envolvimento na questão das secretas.

E ele foi.

Com aquele seu sorriso sacaninha, disse: «não posso transformar o que não é sequer uma tempestade num copo de água, numa tempestade num copo de licor».

O quê? Não se importa de repetir?

Tempestade num copo de licor?

Álvaro Santos Pereira quer ultrapassar o coiso, Relvas quer uma tempestade num copo de licor.

Temos o governo que merecemos…

O Álvaro quer ultrapassar o Coiso

Álvaro, vou-te dizer uma coisa: não é qualquer um que ultrapassa o Coiso.

Eu sei que viveste, estudaste e ensinaste no Canadá, mas isso não te dá o saber suficiente para conseguires ser mais rápido que o Coiso.

Recordo o que disseste na Assembleia da República:

«O desemprego tem que ser uma preocupação de todos nós. E todos nós temos que trabalhar em conjunto, sindicatos, patrões e partidos para conseguirmos ultrapassar este coiso».

Que mal é que eu te fiz, pá?

Que mal é que eu te fiz para que queiras trabalhar em conjunto com os sindicatos, os patrões e os partidos, só para me ultrapassares?

Bem sei que tenho brincado um pouco com essa tua toleima, porque é toleima essa coisa de quereres ser tratado pelo nome próprio, como se quisesses fazer parte de todas as famílias, mesmo das famílias dos desempregados que ajudaste a criar.

Mas o Coiso é uma página simples e despreocupada, que não merecia essa tua raiva.

É desmesurado, Álvaro.

Por favor, Álvaro Santos Pereira, deixa-me o Coiso da mão!

Álvaro sem pasta

Andou o homem a estudar para isto!

Vem ela lá de tão longe para fazer esta figura de corpo presente!

Deram-lhe a pasta da Economia, mas tiraram-lhe o emprego jovem, as privatizações, as PPP e, agora, até os fundos estruturais!

O emprego jovem foi para o Miguel Ervas, que já tem a RTP, as autarquias, o Parlamento e Angola – e o resto, foi para o Gaspar que, cada vez mais rima com Salazar (Numa casa portuguesa fica bem/pão e vinho sobre a mesa/A alegria da pobreza está nesta grande riqueza de dar, e ficar contente)

O Passos bem podia prescindir do Álvaro.
Sempre poupava um ordenado…

Não sejam piegas, porra!

Ainda a campanha eleitoral ia no adro e já eu dizia que Passos Coelho me fazia lembrar o Anhuca, o famoso palhaço pobre que, em tempos que já lá vão, assustou muitas criancinhas.

Com aquela ausência do lábio superior, com um pouco de base na face, batom nos lábios e rimel nos olhos, o primeiro-ministro fica mesmo parecido com o Anhuca.

E depois, ao dizer os disparates sucessivos que diz, mais palhaço parece.

Já não bastava ter sugerido aos jovens que emigrassem – agora, Passos Coelho diz-nos que devemos ser mais exigentes e menos piegas!

Cortam-te 10% do ordenado, os subsídios de Natal e de férias, aumentam-te os impostos, o gás, a electricidade, a água e os transportes, tiram-te feriados e dias de férias e ainda protestas?

És um piegas!

Impedem-te de deduzires despesas de saúde no IRS, aumentam as taxas moderadoras, fecham tribunais e centros de saúde e tu queixas-te?

Piegas de merda!

Eliminam carreiras de transportes, dificultam o transporte de doentes, cortam o subsídio de desemprego, baixam as reformas e tiram-te o Carnaval e tu ainda mandas vir?

És um piegas do caraças!

Mas melhor que o Anhuca, só o Álvaro, que continua no seu melhor.

Hoje, no Parlamento, o Álvaro envolveu-se em discussão com o deputado comunista, Agostinho Lopes.

Lopes, truculento, dizia que o Álvaro veio, lá do Canadá, com a fama de grande professor de Economia e, afinal, nada!

O Àlvaro ficou zangado, achou que “emigrante” era insulto e disse que os comunistas não gostam de emigrantes.

Lopes acabou por exclamar: «Sr. Ministro, não diga disparates, porra!»

E assim vamos, neste Portugal liberal do nosso descontentamento!

O Álvaro e os feriados

O Álvaro vivia no Canadá, que é um daqueles países que não existe.

Por isso, para ele, coisas como a restauração da independência ou a implantação da República, não devem ter qualquer tipo de significado.

Aliás: devem ter o mesmo significado que a Ascenção da Nossa Senhora e o Corpo de Deus, que são os dois feriados de que a Igreja católica abdica.

Portanto, um Estado laico aceita negociar com uma determinada religião esta história dos feriados e essa facção religiosa tem o desplante de impor condições: só aceitamos que nos retirem dois feriados se vocês também tirarem dois feriados dos vossos.

Patético!

Vai daí, o Álvaro pensa: não podemos acabar com o 25 de Abril porque o Otelo era mesmo capaz de fazer outro, não podemos acabar com o 1 de Maio porque o Carvalho da Silva voltava a liderar a CGTP e nunca mais largava o osso, o 10 de Junho tem que ficar porque já foi da Raça, é do Camões, de Portugal e das Comunidades, e chateava muita gente se acabasse.

Logo, restavam esses dois feriados menores, em que se celebra, só, o facto de Portugal ser independente e o facto de vivermos numa República.

E, deixem-se de mariquices – estes dois pontos são os mais importantes da nossa identidade: sermos independentes e sermos republicanos.

Sendo assim, o Álvaro é um palerma!

A quem é que ele quer enganar?

Será que ele acredita que é com mais quatro dias de trabalho que a economia de Portugal vai disparar?

Ingénuo?

Não – populista.

Desprezível…

 

O cavaleiro do pastel de nata

Ó Álvaro, pá! então tu comparas o pastel de nata ao McDonald’s?

Tu queres obrigar a malta a comer pastéis de nata com batatas fritas e ketchup?

Estás a gozar com a malta, Álvaro!

O raça do canadiano!

O que é que te deu na cabeça para propores a exportação de pastéis de nata como solução para a crise?

O que se segue?

O pastel de bacalhau, as tripas, a açorda?

És mesmo um papa-açorda, Álvaro!

Agora que deixaste de usar óculos, parece que ainda estás a ver pior as coisas…

Mereces que te polvilhem a careca com canela e te dêem uma grande dentada nessa cabeça doida!